E eu divagando.
Estava lendo o blog Mundo Encontado, e uma postagem sobre o Natal me chamou a atenção. A postagem começa assim:
"Viva o natal!
Viva a sociedade de consumo!
Viva as lojas cheias, as propagandas, as luzes encantadoras...
Montes e montes de comida em uma mesa e nenhuma em outra." (se quiser conferir o resto, clique aqui)
Um dos grandes males da industrialização e sociedade de consumo, é a deturpação do sentido das datas comemorativas.
Quando eu era criança, o que contava nem era tanto o presente ( a gente esperava, claro), mas a aura de fantasia, de encantamento.. a noite de Natal, o dia das Crianças, a Páscoa, sei lá.. a véspera, a noite que antecedia essas datas parecia uma noite mágica.
Lembro de tanta coisa! Nossa... eu morava em um lugar distante do centro da cidade, tinha de subir uma estrada. Subir, subir... é, era um lugar isolado.
A espera pelo Papai Noel era algo realmente mágico.
Ah, lá em casa, ele não chegava em um trenó não, aliás, eu nem sabia que existia algo com esse nome. Ele vinha montado em um burrinho, pois era longe da estrada. E nada mais justo, afinal, no presépio também tinha um buririnho, né?
A gente começava a se preparar assim que o mês de dezembro tinha início. Fazíamos biscoitos com cobertura, ajeitávamos o presépio, cortando um galho de um pinheiro espinhudo que me feria as mãozinhas às vezes, mas que delícia enfeitá-lo! E que maravilha colocar os personagens no presépio, cuidando para as pequenas estátuas não quebrarem, e ter a criatividade infantil de incluir outros animais , sem ser tolhida.
Assistir um desenho animado na véspera de Natal, e ir dormir com a doce expectativa de encontrar algo embaixo da árvore no dia seguinte
Assim vivemos, meus primos, colegas de escola e eu. Há um bom tempo atrás, quase duas décadas.
Ganhávamos, tendo consciência de que custava a nossos pais (claro, o Papai Noel comprava os presentes com o dinheiro que nossos pais davam!) uma bola, ou boneca, ou jogo de montar. Reuníamos a família e fazíamos a festa com os tios e primos, indo brincar na rua com a bola nova, com o carrinho novo, correndo até anoitecer.
Era realmente um dia inesquecível.
E agora?
A fantasia parece estar sumindo. Não da parte das crianças, pois como professora vejo o brilho nos olhinhos deles nesta época do ano.. mas parece que as pessoas não cultivam a fantasia, o amor, o respeito que há nesta data. Cada vez mais vejo gente ficando só em casa no dia de Natal. Mandando, quando lembra um gif animado de orkut, ou recado no facebook, repetido à exaustão por muitos outros. Mandando um torpedo (sms - celular), nem sempre como forma de carinho.
E a odiosa propaganda, em tudo que é lugar: outdoor, televisão, rádio, banners pipocando pela internet, o ruído consumista procurando nos convencer que felicidade é trocar de carro, de televisão, ter internet de não sei quantos milhares de megas, parecer rico.
Argh, que saco ser bombardeada de propagandas todo santo dia.
Bem, como já ouvi alguém dizer, melhor ouvir isso que ser surdo, mas às vezes tendo a discordar, ahahhahahah.
Enfim, o que pretendo escrevendo tanto?
Apostar, acreditar, que ainda há pessoas que valorizam o sentido do Natal (nas religiões em que se comemora esta data), e que ainda há esperança, amor e amizades sinceras no mundo. Ou seja, não importa no que você acredite, mas aproveite esta data tão difundida para repensar, refletir e desacelerar um pouco deste mundo louco.. .. falar mais com as pessoas que você ama, conversar com alguém que precisa, doar um pouco de você para os outros; e que tal tentar isso no resto de seus dias, não só no Natal?
E vocês, que leram até aqui: Como era seu Natal na sua infância?
E como é hoje?
Até a próxima
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