O QUE VEM A SER ESPIRITUALIDADE?
Por que uma única palavra, com um significado
apenas no dicionário, consegue ter tantos significados diferentes
para cada pessoa no mundo?
Falando agora um pouco da minha experiência, que é o objetivo da Blogagem Coletiva...
Minha
experiência espiritual já teve altos e baixos: nasci e fui batizada
em família católica. Meus pais, principalmente minha mãe, sempre
valorizou muito os ritos de nossa religião, frequentando missas,
novenas, rezando o rosário.
Na infância, eu não gostava muito de frequentar a igreja, pois criança ativa que eu era, achava aborrecido ficar recitando orações e sentar...levantar...ajoelhar.. e sem falar nas ladainhas que a líder da comunidade "puxava", e que para meus ouvidos de criança eram nada mais que murmuração.
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Imagem retirada do site projetovega |
Depois dos nove anos, iniciei a catequese católica, para a primeira comunhão, e com a dedicação das catequistas pude entender um pouco melhor a devoção que o povo tinha, o porque de considerarem religião tão importante.. Senti mais paz. Porém, minha espiritualidade não era sólida. Ou seja, o que eu exercia, e via, era religiosidade no sentido de seguir dogmas e mandamentos da Igreja. Não vivia a religião no sentido de re-ligar. O que me unia a Deus era apenas o exterior. Eu era muito imatura e achava que rezar, repartir o que tinha com outros e procurar tratar a todos igual era o que bastava.
Na adolescência, me afastei um pouco, pelo menos em mente (ou espírito) do exercício do que chamo religiosidade: ia aos cultos da igreja, lia a Bíblia, porém não me sentia apta a aplicar ensinamentos daquela ordem na vida prática. Era uma separação entre mente, corpo e espírito que mais me torturava que fazia bem, pois minha consciência dizia que eu era pecadora e nada que eu fizesse mudaria isto.
Com o crescimento, vem o amadurecimento: meditando, lendo e refletindo muito vi como precisava mudar, sim, mas internamente. Percebi que muita coisa boa eu já fazia, e que poderia melhorar em muitos outros aspectos de minha vida, tendo mais paciência, ouvindo mais e melhor... Nunca fui o estereótipo da adolescente auto-suficiente,gostava de ouvir e aprender.
Não cheguei a frequentar encontros de outras religiões/denominações para "me procurar". Porém fui com o tempo distinguindo e separando espiritualidade de religiosidade: como gosto muito de ler, e sou curiosa, pesquisei e pesquiso até hoje sobre a origem de muitos dogmas e leis das diversas Igrejas (da que frequento principalmente, pois sou catequista e não quero que os jovens sejam obrigados a terem uma fé cega).
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Blog Espiritualidade Para Todos |
Muita leitura e diálogo com indivíduos de outras denominações religiosas me fazem chegar à conclusão que o Criador deixou um pouco d'Ele em cada um de nós, e esse pouco que Ele deixou se manifesta de muitas formas diferentes. Às vezes não conseguimos compreender essa centelha, trabalhá-la corretamente, e daí advém os males diversos que assolam o mundo: outros, fazem essa centelha, essa luz, brilhar cada vez mais, modificando as pessoas e o mundo ao seu redor, e trazem esperança.
Hoje em dia, me sinto bem com minha espiritualidade: Mesmo sendo muito reflexiva, quase cética em algumas coisas, acredito que viemos de um mesmo lugar, tivemos Alguém que nos criou, e esse Criador nos ama incondicionalmente, pois somos parte dele, assim como ele é parte de nós. E como todos viemos da mesma matriz, tratar-nos uns aos outros com respeito é - ou deveria ser - consequência.
Espiritualidade é uma fé exercida com sabedoria.
(desculpem o texto longo, me empolguei..)
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