Eu disse que postaria novamente amanhã... Mas não pude evitar, a vontade de escrever sobre o tema abaixo foi imperiosa, inadiável!
É o seguinte: Estava eu bisbilhotando pela internet, quando vi o banner de um blog chamado Mentirinhas, do Ilustrador Fábio Coala.
Lendo as tirinhas, muito legais por sinal, me deparei com esta:
Lendo as tirinhas, muito legais por sinal, me deparei com esta:
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Posso falar algo, mesmo soando piegas? Me deu vontade de chorar, aliás, eu chorei mesmo.
E por que?
Pensei, lendo a tirinha, quantas vezes nós temos pena de nós mesmos, e por conta de algo que aconteceu - problema de saúde, acidente, uma grande decepção - nos fechamos, nos envolvemos em uma redoma instransponível, nos revolvendo na autocomiseração.
Como o menino que disse ao cãozinho - "Você não pode brincar. Só serve para as pessoas sentirem pena, não finja que é feliz..."
Como o menino que disse ao cãozinho - "Você não pode brincar. Só serve para as pessoas sentirem pena, não finja que é feliz..."
No entanto, o cãozinho É feliz. E tenta demonstrar que a limitação dele não compromete em nada sua vontade de brincar, de mostrar-se, afinal, ELE CONTINUA SENDO UM CÃO.
E muita gente também é feliz, apesar das limitações. Muitas pessoas conseguem romper a casca da autopiedade e, como o cãozinho na tira, "são perfeitas mesmo assim" .
Podemos engordar, emagrecer, ficar doentes, casar, mudar de cabelo, perder um braço, seja lá o que for. CONTINUAMOS SENDO GENTE.
É isso. Passamos tempo demais de nossas vidas nos lamentando pelo que passou, pelo que fazíamos e não podemos mais fazer, ou até mesmo pelo que nunca pudemos ter ou fazer.
Mas um dia, precisamos nos abrir...
Mas um dia, precisamos nos abrir...
A frase "o homem é um animal racional" ecoa na minha mente agora... como podemos ser racionais, se no nosso convívio social, tantas pessoas são excluídas por simplesmente não terem os membros perfeitos, um corpo harmonioso, por se comunicarem diferente.....????
Por que não podemos simplesmente "não estarmos aí para a perna" e sermos "perfeitos mesmo assim"?
Ontem mesmo li um texto no blog Entre Quatro Paredes,da Camila Góis, em que ela comenta ser difícil namorar por causa da condição de cadeirante. A certa altura do texto, ela escreveu com muita propriedade: "Nesse momento, o preconceito estava em mim" (..)
O que quero dizer? Que a pessoa com limitações é culpada, exclusivamente, de haver preconceito? Claro que não!!! A autora do texto percebeu muito bem isso: (...)até então, era eu quem não estava conseguindo acreditar que eu podia sim
ter um lugar na vida de quem eu tanto queria conquistar"(...) Esse preconceito é velado mas tão arraigado que por vezes se manifesta
até em nós. No entanto, nós podemos sim um dia tudo isso conquistar. (grifos meus)
Parabenizo a Camila pela postagem no blog dela. E desejo que ela possa conquistar tudo o que tem direito. E está certíssima em criar coragem e partir, para conquistar seus direitos, uma vida digna como todos, um amor....
Se eu tenho um problema, e morro de pena de mim mesma, achando que as pessoas ao meu redor não me aceitarão, o que vai acontecer?
O óbvio: me tornarei tão amargurada que com o tempo as pessoas ao meu redor acabarão não me aceitando mesmo!!!
Preconceitos sempre existiram, infelizmente, pois o nome já diz: é um pré- conceito.
É tendência, é de nossa natureza, criar pré-conceitos. Mas podemos escolher entre ficar parados, nesse pré-conceito, ou conhecer melhor a pessoa, nos aproximarmos da situação, para poder, depois, ter um conceito, não formado por impressões e sim solidificado nos fatos e na realidade.
E posso afirmar, com certeza, que nem sempre a primeira impressão é a que fica.
O cãozinho na tira, conseguiu mover o menino, que estava imerso naquele mar de autocompaixão. Sim... as palavras do garoto eram mais um monólogo que um diálogo. A presença e a tenacidade do cãozinho fizeram o garoto cair em si e considerar-se "perfeito mesmo assim".
Vivemos em um mundo onde é muito valorizado o ter e o parecer. Mas não podemos esquecer que , apesar dos problemas e limitações, não devemos perder nossa essência.
SOMOS PERFEITOS MESMO ASSIM.
"Mas não podemos esquecer que , apesar dos problemas e limitações, não devemos perder nossa essência." Fechou com "chave de ouro", Marina. Ao que me parece é um comportamento um tanto "natural" do ser humano por vezes atribuir um insucesso aos "outros" - quando o problema pode estar primeiro "internamente", ou seja, na própria pessoa. Claro que isso não é regra geral, mas acontece. Mas vale algo que ouvi certa vez: "Se estou bem comigo mesmo, os outros* também estarão bem". (*sendo que "os outros" podem ser familiares, parceiras e parceiros, círculos mais próximos)
ResponderExcluir:)
Em psicanálise esse comportamento do menino se chama "projeção identificativa" que é quando você vê em outra pessoa tudo aquilo que nega em si. O menino teve uma identificação com o cão, mas pelo comiseração de si mesmo, resolveu preconceituar o cão, lançando sobre ele tudo aquilo que pensava de si mesmo. É daí que surge o bullyng e que tanto causa sofrimento e é no fundo na maioria das vezes a dor de quem pratica-o.
ResponderExcluirUm texto sensível Mari, apesar dos pesares, há sempre coisas maiores pra agradecer, há uma dádiva maior pra nos sentirmos agraciados: a vida!
bjkas doces