É nessas horas que a saudade bate forte. Um tempo que parece ter ficado bem mais longe do que é realmente.
Pego mais uma vez o álbum.Cheiro, antes de abrir. As fotos de alguns anos atrás tinham algum glamour, sei lá.. algo que não é superado pelas fotos digitais.
Às vezes ouço vozes
E outras eu converso
Com alguém que não está aqui
Revivo toda noite
Na beira deste mar
Olhando as velhas fotos que eu bati
O barulho do mar me faz companhia, enquanto sento à varanda e reviro as páginas. A princípio, displicentemente. Mas sei que, como em todas as outras vezes, logo estarei devorando milímetro a milímetro as imagens, captando-as para dentro de minhas retinas agora cansadas, revivendo cada momento.
Eu sei
Que isso não traz você de volta para mim
E olhar você pela janela é ilusão
Mas meu princípio ainda está longe do fim
Por onde anda você? Por que sumiu assim?
Por onde andam meus amigos, para onde foram depois daquela foto?
Por que continuo olhando pela janela, pela varanda, como se você fosse se teletransportar, de repente, assim como está nesta foto que contemplo, e viesse sentar-se ao meu lado, conversar, como fazíamos?
Minha mente está embriagada
Tentando entender
Porque eu lembro de coisas que eu não vi
Lembro até do que não aconteceu. Lembro das piadas e histórias que você contava, das risadas do grupo. Aqui, nesta mesma praia.
Você não vai voltar. Eu não vou voltar. Mas a saudade fica, e continuo revivendo os momentos que nos fizeram felizes.
Que danem-se os poetas
E os loucos desvairados
Que rasgam os retratos pra esquecer
Não rasgarei retratos, porque nem assim poderia esquecer de você, de ninguém. Não serei poeta da melancolia, não serei a desvairada que rasgará as lembranças. Não serei eu quem apagarei as luzes e fecharei a porta.
Levanto-me daqui, fecho o álbum e o coloco onde deve ficar - na caixa, por mais um tempo. Quando estiver enfastiada do mundo ao meu redor,do meu presente, abrirei mais uma vez suas páginas e viajarei novamente. Enquanto isso, você, meus velhos amigos, a praia da juventude, ficam fechados com as fotos, ficam na lembrança. Ainda tenho esperança de cruzar com você, algum dia...quem sabe...
E olhar você pela janela é ilusão
Mas meu princípio ainda está longe do fim
Ainda há tempo para aparecerem muitos álbuns, mesmo que digitais. Ainda há tempo de embriagar a mente com muitas outras velhas fotos.
(em tempo: o clipe da banda é este aqui, mas a primeira vez que ouvi a música o que me veio em mente foi algo parecido com o que escrevi acima... tomei licença e postei minha interpretação primeira)
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Muito bom seu texto, enquanto o lia me peguei pensando nas lembranças que me fazem falta e imaginando como elas seriam se fosse "digitais".
ResponderExcluirUm abraço.
Mari,
ResponderExcluirAdoro fotos no papel. Dessas que a gente nem sabe se vai ficar bem, e quase sempre não fica.
Tenho caixas de caixas delas e me pego recordando o passado, refazendo caminhos, lembrando de amigos que já se foram, dos que sumiram pela vida e que juramos amizade eterna.
Adorei seu texto e viajei com vc pelas veredas das lembranças que trazem essas velhas fotos.
bjkas doces
Olá Mari, linda interpretação da musica. Lembranças sempre iram de existir com ou sem fotos, também tenho meus momentos nostálgicos, quando bate aquela saudade das filhas, volto novamente ao passado quando elas eram bebes através da fotos. Lindo texto.
ResponderExcluirBeijos.