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6 de ago. de 2012

Até quando esperar? *

Estou com isso na cabeça, desde sexta-feira...  acompanhei pelo blog do Jaime Guimarães (Grooeland), e no twitter, toda a história da greve dos professores na Bahia, que durou 115 dias. 
Mesmo morando bem longe de lá e não sendo afetada por aqueles acontecimentos diretamente, compreendi e sofri de certa forma pela situação, pois sou professora também. Fiquei horrorizada com o tratamento que um governo do PT - um partido que historicamente apoiava greves e lutava por melhores condições de trabalho - deu aos profissionais de uma categoria tão sofrida. 
Claro, não se julga um partido político por causa de uma das pessoas que é afiliada a ele, mas constato com tristeza que muitas pessoas que tinham bons propósitos se corrompem ao conseguir um pouco de poder. 
Poder este, que foi delegado pelo próprio povo, pois as pessoas que nos representam em associações, câmaras, congressos... só estão lá porque O POVO VOTOU nelas. Não é a toa que somos chamados de servidores públicos. 
É o que somos. Servidores. Pessoas que exercem cargos políticos também são SERVIDORES. Estão lá, para prestar serviço ao povo que as elegeu. 

Mais triste foi ver como a sociedade, que prega tanto o valor da educação, as emissoras de TV que divulgam propagandas com crianças sorridentes e músicas bonitinhas, do tipo "todo bom começo tem um bom professor", não terem divulgado corretamente as informações a respeito da greve, abafando e mentindo descaradamente sobre o que acontecia, a ponto de anunciarem que houve acordo e que os professores receberiam aumento. 
Triste ver pessoas esclarecidas chamando os professores que estão há quase um ano (sim, o problema não foi nesses últimos quinze dias, está se arrastando a mais tempo) de preguiçosos, irresponsáveis, preocupados com o tempo que os filhos ficaram fora da escola. 
Eu também me preocuparia, se tivesse um filho.. mas apoiaria os professores dele, se soubesse que as reivindicações seriam justas. 

Os professores estavam apenas querendo que o governo cumprisse um direito garantido por lei. 
Nada além disso. 

Para saber mais e entender porque escrevi este post,  segue o link do Grooeland - blog do Jaime e do Umas e Outras - blog da Joicy - que também se pronunciou muito bem sobre o assunto:   



Na próxima postagem, em que espero receber e ter notícias melhores.. desculpem a amargura desta segunda-feira. 
Abraços a todos e até!!!

*Título de uma música da banda Plebe Rude.

5 comentários:

  1. Marina,
    Pertinente esse seu pronunciamento, afinal seja onde for, professor é professor e sofre com o mesmo descaso de uma classe que dá duro, se pipoca em criatividade pq o governo não investe em evento culturais para os alunos, tenta da melhor maneira formar cidadãos e recebe desprezo por parte dos governantes que ainda incitam o povo contra toda uma luta da classe.
    Beijokas doces e isso me amargura também...

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  2. Marina, obrigado pela referência.

    Olha, os professores da Bahia foram humilhados por um governador que foi sindicalista e alcançou projeção através de greves e campanhas por melhores salários em portões de fábricas e junto aos sindicatos. E agora com o poder em mãos ele tratou os professores como marginais ( movendo ações pela ilegalidade da greve) e em nenhum momento procurou uma saída para o fim da greve: ele queria mostrar força e humilhar os professores. Nunca vi um governante tão tirano quanto Jaques Wagner do PT.

    Por isso mesmo estou pensando seriamente em desistir da Educação e procurar outra coisa, seja graduação, concurso, enfim...

    Porque o que me deixou tão decepcionado quanto a postura do governo foi a postura de boa parte da sociedade, que simplesmente não estava nem aí para a greve, para as aulas... ouvi em um rádio uma senhora dizendo que não sabia mais o que fazer com os filhos o tempo todo dentro de casa e na rua. A maior preocupação era essa, ter os "babás qualificados" de volta. À escola é delegada a responsabilidade de "dar um jeito" nos filhos. Difícil.

    Hoje o retorno foi difícil. Teve aluno que ainda soltou piadinha do tipo "e aí, ganharam o que?" e "voltaram com o rabo entre as pernas, hein?". Expliquei os motivos da greve, fiz leituras de Thoreau, ("A desobediência civil") dei aulas com um enfoque diferenciado. Deu um debate bom em algumas salas. Acho que o governo não imagina o que plantou e o que vai colher.

    É isso. Pouco adianta ser a 6.a ou 7.a "economia do planeta" se a Educação ocupa os piores índices. E isso acontece por vários motivos - dentre eles a falta de seriedade nas políticas para o setor.

    Bjks e obrigado.

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  3. Bem Mari... Este é um dos "assuntos que não domino", mas posso compreender a indignação. Por este motivo sou mesmo apolítico, não me agrada em nada política partidária. Os lutadores de hoje são os FDPs de amanhã e isto é praticamente inevitável em um país onde reina a corrupção, por este motivo, voto nulo.

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  4. Mari,
    perfeito teu post!
    Parabéns pelo fato da partilha, pelo interesse, e também por ser 'sofressora':) Uma classe sofrida essa do magistério. Como falei lá no Jaime e na Joicy, em minha opinião houve pouca cobertura a respeito da grave da Bahia, e tudo que eu sabia era através do Jaime, e o pouco que passou na mídia teve distorções ou fatos ocultos...
    enfim. Minha mãe era professora primária, e certas coisas ouço desde criança, e é triste Mari...
    Parabéns pelo post!
    Beijos e ótimos dias!

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  5. Olá, Marina.
    Li o texto do Jaime e concordo com ele e contigo, os professores não exigiram nada além do que a lei mandava e o Governo os tratou como se fossem infratores ou delinquentes.
    O futuro de nosso país está seriamente comprometido, já que fazem de tudo para atrapalhar quem só quer ajudar.
    Abraço.

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