SUZANA
O dia vai se arrastando.. me esforcei, atendi a tal cliente com um sorriso no rosto, fui educada e tal.. mas foi um pouco difícil para mim, vencer velhos hábitos não se faz de uma hora para outra. Me sinto cansada, mas ao mesmo tempo bem. Lembrei porque estou na empresa, estou a serviço!
Como vou querer melhorar o salário, crescer na vida, se continuar sem ânimo? O chefe deve gostar muito de mim, pois já poderia ter me mandado embora.
As horas passam. Ainda bem que agora, o sr. Geraldo deu uma saidinha.. mas deixou o rabo dele aqui. A tal da Ana, começou um ano depois de mim e virou puxa-saco dele. E agora está querendo se aproximar de mim, o que será que ela quer?
Minha mente é negativa demais, penso eu. Quem sabe, ela não seja bem intencionada. A culpa de eu continuar na recepção é minha, eu que desanimei cedo demais. Até esqueci por que me candidatei ao emprego! Ironicamente, eu gostava de estar perto de pessoas, de conversar. E o que eu tenho feito nesses últimos anos? Cada vez masi estou ficando monossilábica!!!
Quer saber? Vou fazer uma faculdade. Pronto. Sacudir o marasmo de vez.
Chega de ficar dando bola para as reclamações da minha mãe, que me cobrava por chegar tarde das festas com amigos. Ela vai continuar reclamando, mas pelo menos agora vou chegar tarde da faculdade. E se possível, almoçar fora. Preciso ficar mais animada,pois estou nesse estado por culpa minha mesmo.. passei tempo demais fazendo de conta que ainda era adolescente, participando de encontros de jovens mesmo depois que meus melhores amigos saíram. E ficar em casa está me fazendo mal.Compreendo que minha mãe já tem idade, mas ela anda me pondo muito para baixo.
Lá vem a Ana...
- Oi, Suzana, tudo legal?
- Claro, está um dia tão lindo...
- Também gosto de dias assim. Ei, vamos almoçar juntas?
- Vamos!
Me assusto com meu próprio entusiasmo. Em seis anos, pouquíssimas vezes almocei com alguém da empresa. Ana vai à frente, para verificar se há mesas disponíveis ainda, pois o ponto é concorrido. Digo a ela que já venho - esqueci de pegar minha bolsa e preciso voltar.
Assim que saio da empresa, vejo pessoas se desviando de algo na calçada, vários metros à frente.Parece um embrulho.. será que alguém jogou lixo logo ali? Não, é algo maior.Minha curiosidade se aguça, parece que vi aquilo mexer. Me sinto atraída por aquela forma indefinida. É uma pessoa, vestida de preto.. chegou mais perto. É um rapaz, e está chorando! Um sentimento de ternura e compaixão surgem de repente...
- Moço... está tudo bem?
Argh, como sou idiota. O cara está chorando!
- Desculpe a pergunta boba..mas.. posso te ajudar? Fazer algo por você?
Ana deve estar me esperando, mas não me importo agora. Vejo uma mecha de cabelos loiros se mexendo... ele me ouviu. Será que vai falar comigo ou me escurraçar? Terá boa índole? Me arrisquei demais falando com um desconhecido? Mas ele está chorando..
Lentamente, o rapaz levanta a cabeça....
Quer saber? Vou fazer uma faculdade. Pronto. Sacudir o marasmo de vez.
Chega de ficar dando bola para as reclamações da minha mãe, que me cobrava por chegar tarde das festas com amigos. Ela vai continuar reclamando, mas pelo menos agora vou chegar tarde da faculdade. E se possível, almoçar fora. Preciso ficar mais animada,pois estou nesse estado por culpa minha mesmo.. passei tempo demais fazendo de conta que ainda era adolescente, participando de encontros de jovens mesmo depois que meus melhores amigos saíram. E ficar em casa está me fazendo mal.Compreendo que minha mãe já tem idade, mas ela anda me pondo muito para baixo.
Lá vem a Ana...
- Oi, Suzana, tudo legal?
- Claro, está um dia tão lindo...
- Também gosto de dias assim. Ei, vamos almoçar juntas?
- Vamos!
Me assusto com meu próprio entusiasmo. Em seis anos, pouquíssimas vezes almocei com alguém da empresa. Ana vai à frente, para verificar se há mesas disponíveis ainda, pois o ponto é concorrido. Digo a ela que já venho - esqueci de pegar minha bolsa e preciso voltar.
Assim que saio da empresa, vejo pessoas se desviando de algo na calçada, vários metros à frente.Parece um embrulho.. será que alguém jogou lixo logo ali? Não, é algo maior.Minha curiosidade se aguça, parece que vi aquilo mexer. Me sinto atraída por aquela forma indefinida. É uma pessoa, vestida de preto.. chegou mais perto. É um rapaz, e está chorando! Um sentimento de ternura e compaixão surgem de repente...
- Moço... está tudo bem?
Argh, como sou idiota. O cara está chorando!
- Desculpe a pergunta boba..mas.. posso te ajudar? Fazer algo por você?
Ana deve estar me esperando, mas não me importo agora. Vejo uma mecha de cabelos loiros se mexendo... ele me ouviu. Será que vai falar comigo ou me escurraçar? Terá boa índole? Me arrisquei demais falando com um desconhecido? Mas ele está chorando..
Lentamente, o rapaz levanta a cabeça....
Olá, Marina.
ResponderExcluirInteressante o rumo que a história de Suzana está tomando, já que ela parece realmente disposta a mudar sua atitude perante o mundo.
Abraço.
Olá prezada amiga, bom dia!
ResponderExcluirPasso para deixar meu abraço e votos de um ótimo final de semana.
Confesso me encantei com esse texto, pois é, além de impecavelmente escrito, simplesmente soberbo e atrativo. Adorei sua criatividade imaginativa, - creia-me. Gostei tanto, que me deu comichão de ler desde o princípio... Meus parabéns, escreves divinamente!
Aproveito para convidá-la ver o Prosas Poéticas que teve início ontem e vai até o dia 5 de outubro. Espero, como sempre, poder contar com seu prestígio honrando-me com sua visita.
Um beijo e até mais!