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30 de jul. de 2021

1 Imagem, 140 Caracteres #406

 Boa noite de sexta-feira! Depois de passar o dia descongelando mãos, pernas e dedos quando dava para ir ao sol, aqui estamos em uma noite geladinha com o corpitcho enroladinho nas cobertas. Agora que finalmente estamos descansados, que bom poder parar para escrever um pouquinho! 

Mais uma semana já se passou e antes que esta noite termine, vamos à imagem da nossa BC?


Imagem obtida no site Anjo Azul

Descrição: a imagem mostra um barco a vela navegando, do qual não se veem muitos detalhes por estar em frente ao sol. Podem-se divisar o vulto de duas pessoas nele. Toda a cena está em um tom amarelado, proporcionado pelo sol. Ao fundo vêm-se algumas elevações de terra.


O sol dá o tom da cena, o som da água dita o ritmo, o tom do instante mira o infinito.


Até mais!





25 de jul. de 2021

Paz sem voz não é paz, é medo


Quando estava no segundo grau, que hoje em dia se chama Ensino Médio, um texto chamou-me a atenção, impressionando de tal forma minha cabeça adolescente que anotei-o no meu caderno de rascunhos:

"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."


Ainda lembro do livro onde li este trecho, da impressão que me causou e de como essas palavras ecoam em minha mente desde então, quase vinte e cinco anos depois. 

Sempre o achei tão contundente, e ele também me lembrava muito a escrita de Bertolt Brecht: 

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

................................................

Os dois textos se relacionam muito quando notamos que deixamos de nos solidarizar, de sentir as dores de nossos irmãos, de mostrar nossa indignação, nem sempre por conivência ou por falta de empatia e sim por medo. Medo da repressão, medo do julgamento, medo de ver ruir nossa pequena estrutura de paz e sossego tão instável. 


Graças à internet, encontrei o restante do texto daquele trecho que tanto me marcou. É um poema de autoria de Eduardo Alves da Costa, o qual deixo abaixo: 

NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


Queria destacar alguns trechos, mas acabaria destacando o poema inteiro! 
O que podemos fazer para não ficar "sem dizer nada" e por temor, nos calarmos enquanto esperamos inutilmente a democracia aparecer no balcão? 

Cansei de passar tantos anos na escola e na faculdade ouvindo que "um outro mundo é possível", tantas trocas de ideias e até agora parece que nem um centímetro deste outro mundo possível chegou perto da gente. Tem dias que a gente acaba torcendo para que o que chegue mais perto seja o meteoro de uma vez, pois a impressão é de que estamos  vivendo presos dentro do clipe de Do The Evolution, do Pearl Jam. 

Mas nós, pequenos seres humanos vivendo no pequeno ponto azul no imenso espaço, também temos representantes de nossa espécie que "possui a estranha mania de ter fé na vida" e por isso mesmo nos piores momentos não conseguimos, e não queremos, desistir de vez. Precisamos manter nossa alma "armada e apontada para a cara do sossego", como dizia a música d'O Rappa, já que  "paz sem voz não é paz, é medo". Afinal,  "Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?"


"Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre" (...)
é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida


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(Gosto muito de ouvir música, cantar e às vezes tentar tocar. Já escrevi muitos textos baseados em canções de diferentes gêneros, e enquanto traçava o começo deste texto, foi inevitável pensar em algumas músicas. Abaixo, deixo as canções que me fizeram rascunhar este costurado de ideias)




Do The Evolution -  Pearl Jam




Maria, Maria - Milton Nascimento





 A minha alma  (A paz que eu não quero) - O Rappa





Até a próxima!!!

23 de jul. de 2021

1 Imagem, 140 Caracteres # 405

 Bom dia, boa tarde, boa noite! 

Tudo bem aí? Espero que sim, dentro do possível! 


Mais uma sexta-feira chegou, depois de uma semana geladinha aqui onde moro ( uma daquelas semanas em que se sai para trabalhar com duas calças, meia comprida, camadas de blusas, cachecol..enfim. O bom é que como a máscara é indispensável, ela ajuda a manter o rosto quentinho, ahahha). E por aí, como está? 

Agora sim vou ter alguns dias para poder ler e escrever com mais calma, e finalmente visitar os  blogs amigos com a atenção que merecem! 

Gostei muito dos comentários que li nas últimas postagens! Enquanto for possível, nossas sextas-feiras continuarão com a nossa blogagem coletiva!

Vamos à imagem desta semana?

 

Imagem extraída do site Bol

 Descrição: a imagem mostra dois pares de fones de ouvido dos que se usam em celulares, na cor branca, sobre uma superfície escura. Os fones estão com os fios embaraçados. 


Eu IA caminhar ouvindo música. Hoje não tenho paciência para desembaraçar estes cabos, portanto vou ouvir o som ao redor. 

 

Até mais, povo!

 

 



16 de jul. de 2021

1 Imagem, 140 Caracteres #404

    Bom dia! O sol já nasceu lá na fazendinha, acorda o bezerro e a vaquinha que já chegou a edição desta semana da #1Imagem140Caracteres, tentando manter um pouco de bom astral mesmo depois de mais de um ano de pandemia. #oremos. O pessoal aqui de casa está aguardando as datas para a segunda dose da vacina e torcendo para que nos próximos meses hajam mais motivos para sorrir! 

Agora que alguns dias um pouco mais calmos se aproximam por conta do recesso escolar, vou visitar os blogs participantes da nossa BC! 

 Vamos à imagem desta edição?

 

Imagem extraída do blog Enfermaria 6

 Descrição: a imagem mostra muitos, muitos livros empilhados de forma desordenada no primeiro plano, e ao fundo da foto outros organizados em prateleiras. Possuem aparência de usados e antigos. 


Muitas histórias já foram contadas e criadas aqui! Mas tudo na vida passa,e contaremos nossas histórias em outro lugar!

 

 Bom final de semana!



 



10 de jul. de 2021

1 Imagem, 140 Caracteres #403

 Boa tarde de sábado! 

Quem preparou a postagem e programou para o dia errado, e só percebeu depois, tendo de voltar ao rascunho e colocando um paragrafozinho sem-vergonha no começo da postagem? 

Claro, eu, quem mais? Só eu escrevo aqui, então mea culpa. 

Como vocês estão? Aqui um belo sábado de sol e um varal cheio de roupas aproveitando essa ocasião! 

Bem, como tive de consertar, já alterei quase tudo o que já estava escrito então não vou enrolar ninguém mais que o normal, hahaha. 

Deixo o pedido de desculpas, a imagem e minha participação. 

Até a próxima! 



Imagem obtida no site Ethos Animal

Descrição: a imagem mostra uma menininha branca, loira com cabelo comprido no qual foram feitas duas tranças. Ela usa uma blusa branca e um vestidinho listrado. Na mão direita está segurando uma bolinha. Não se pode ver seu rosto, pois está inclinada, debruçando-se sobre um cãozinho branco. Os dois estão em um gramado aparado, sob a luz do sol. 


"Por que essa humana não larga essa bolinha de uma vez? Preciso correr atrás dela!!!" 




2 de jul. de 2021

1 Imagem, 140 Caracteres #402

 Bom dia! 

Espero que vocês que chegaram até aqui e estão lendo esse texto, estejam bem! 

Em tempos como estes, em que muita gente pensa que estar do outro lado de uma tela dá a sensação de impunidade que leva a insultar e magoar, precisamos pensar no poder de nossas palavras, escritas ou faladas. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso uma agressão ser física para termos um crime acontecendo. 

As redes sociais nos trouxeram algo maravilhoso, que é encontrar amigos e fazer novas amizades não importa a distância. Mas como o ser humano não é perfeito, o contrário também ocorre: divisões por conta de pontos de vista que ao invés de proporcionar um debate, fazem com que as pessoas radicalizem algumas ideias a ponto de querer eliminar quem vive de outro jeito. Vemos isso acontecendo tanto com religiões, com ideais políticos, identificação de gênero, entre tantos outras prerrogativas que cotidianamente pessoas do mundo todo usam para justificar um ódio de quem vive diferente. 

Mas, as mãos que apontam e os dedos que acusam também encontram eco! 

Pensando nisso, a imagem abaixo veio me encontrar enquanto fazia uma pesquisa pela internet, e até agora não sei se o texto causou a busca pela imagem, ou se foi a imagem que inspirou estes parágrafos acima. 

Deixo aqui a imagem e minha interpretação: 


Foto obtida no site de imagens gratuitas Dreams Time

Descrição: a imagem mostra parte do antebraço e duas mãos, de duas pessoas brancas, apontando uma para a outra com o dedo indicador e o polegar levantado. Uma das pessoas usa uma camisa azul, outra uma camisa cinza, ambas sociais. 


Uma vez ouvi dizer: "ao apontar um dedo para alguém, três se voltam contra ti". 

Muita gente esqueceu disso, aparentemente.

 

Tenham um bom final de semana! 


(Ah,e  como não poderia deixar de ser, pensei em outra frase para a cena acima: "Nunca se é adulto demais para brincar de arminha!" kkkkkk)

Até mais! 

 

 

 

1 Imagem, 140 Caracteres #541

 Bom dia para todo mundo!  Não consegui postar antes, pois estava com problemas no computador e não gosto de blogar (ainda posso escrever es...