Não, não é Johnny. Nem Dioni, como escreveu o agente veterinário. Era assim, Jhonny mesmo. Estava com frio, choramingando em um cantinho, quase imperceptível. Foi um trabalho convencê-lo a vir com a gente. Era miudinho, aparentemente estava perdido. Veio conosco para casa de um modo bem inusitado: protegido entre minha jaqueta e minha camisa, na garupa da motocicleta, minha mãe pilotando. Ao chegar em casa, oferecemos-lhe algo, e comeu com tal voracidade! Logo conquistou-nos, e decidimos: vai ficar! Sempre com um olhar suplicante e meigo, carinhoso. Totalmente negro, não fosse por um chumacinho de pelos brancos, parecendo até uma gravatinha. Acordava-me pela manhã, não saía de perto. O nome, Jhonny, foi dado no mesmo dia em que encontramos. Jhonny tinha gostos estranhos: beterraba cozida, couve-flor cozida, cebola usada para temperar carnes, e o mais doido: pepinos e chuchus, crus! Quando meus pais jogavam pedaços de pepinos para as galinhas comerem, lá estava o ga