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22 de mar. de 2017

QUE SE DANE!

Sentou- se e começou a escrever: 

                          
Observou pela janela a absurda claridade e o sol que castigava lá fora. 

Ligou o ar-condicionado, arremessou a lista de compras  repentinamente transformada em bola no lixeiro e foi dormir. 

16 de nov. de 2016

Chá de Salsa


 - Droga, ainda tenho pneuzinhos.

- Borracharia.

- O que?

- Ahm, nada, disse que pior que ter pneuzinhos é se tivesse a borracharia inteira.

- Pode ser, mas não gosto dos pneuzinhos. Mas vou dar um jeito nisso logo. Andei lendo no RostoLivro  uma receita que acho que vai me ajudar bastante.

- Outra? Depois do chá de hibisco, da dieta da raspa de noz moscada, da sopa de água, o que mais estão inventando?

- Ah, isso tudo era bobagem. Agora é sério, vou tomar chá de salsa.

- Opa, salsa é um ritmo quente, dançar vai ajudar mesmo!

- Não, boba, chá de salsa, aquela folhinha verde que serve de tempero. Ela é diurética.

- Então você vai mais vezes ao banheiro?

- É.

- Mas você elimina água, apenas.

- Pois é...

- Então, quando isso ajuda a eliminar gordura?

- Eu vi na internet e uma nutricionista assinou o artigo, então tem fundamento!

- Como todas as duzentos e noventa e seis dietas que você tentou até agora, né?

- Pelo menos eu tento, você nem isso!

- Não tento porque não quero ficar sofrendo com tanta dieta. Como quando tenho fome e de tudo, uso calça 42 e isso não é ser gorda.

- Tá, sua alma, sua palma. Mas eu quero ficar magra, gostosa e caber na calça 38 que está me esperando no armário desde minha formatura do Segundo Grau. E vou atacar por várias frentes: Chá de salsa, de hibisco, dia do jejum, caminhada quatro vezes por semana, academia outras três vezes, dia da água, dia das barrinhas de cereal...

- E dia do hospital, dá licença que isto está ME deixando doente! Tchau e passe bem!

3 de fev. de 2016

Músicas no Mercado


 O mercado – mini, super ou hiper -  é um lugar que não tem como não frequentar. Não importa se você é menor ou maior de idade, casada, solteira, enrolada, tem bastante ou pouco dinheiro, ou nenhuma das opções anteriores: Uma hora você vai ter de ir ao mercado, afinal de contas todos nós comemos! E aqui onde moro não tem feira todo dia,ou seja, faltou algo? Mercado!
       Enfim, estava hoje no mercado, tentando escolher a marca menos cara de qualquer coisa,quando parei para prestar atenção na música que estava tocando já há algum tempo.
          Porque não sei se vocês sabem, mas estudos comprovam que música ambiente no mercado estimula o consumidor a permanecer mais tempo lá dentro e , claro,  a comprar mais. Mas...será que todos os mini, médios, super, hiper, mega, extra mercados prestam atenção na lista de músicas que eles escolhem?
 Um destes estudos diz que consumidores embalados por música lentam compram 17% a mais em mercados e 38% mais em lojas de departamentos.O problema é que se tranquilizar demais o consumidor ele vai é procurar a seção de travesseiros para tirar um ronco! (antes que perguntem, nunca fiz isso). 
     Beleza, o som lento induz a comprar mais. Mas, quando a música tem letras não tão românticas? Hoje inventei de prestar atenção na letra da música, que na hora em que estava escolhendo o produto dizia mais ou menos isso “ estou aqui sozinho em um quarto de motel, ninguém prá  eu trair, ninguém prá ser fiel”.. E fiquei imaginando que tipo de produto uma música assim me induziria a comprar. Camisinha? Mas o cara tá lá sozinho. Antidepressivo? Ah, não, mercado não vende remédio. 
Por isso que muitas vezes nem presto atenção nas músicas ou uso os fones de ouvido e ouço o que quero, já que música rápida ou lenta não vai mudar o fato de que estou fazendo compras com uma lista e vou obedecê-la custe o que custar.
A atmosfera do mercado tem de estimular corretamente o cliente. Mas, que tipo de estímulo para comprar vem de uma música do tipo “seu guarda eu não sou vagabundo, não sou delinquente?” É alguma mensagem subliminar para que o cliente nem pense em sair de lá com algo escondido no bolso?

E o que aconteceria se mudassem a lógica e tocassem algo mais animado? Tá, esqueçamos por um momento que música mais agitada faz com que as pessoas tenham mais pressa em abandonar o ambiente (não funcionaria comigo, se tocasse Pitty por exemplo eu seria capaz de ficar um tempinho a mais na frente da prateleira para cantar baixinho acompanhando a música, mas eu não sou todo mundo, né?) Se tocasse algum axé ou pagode, mais gente compraria churrasco para fazer festinha no finde? 
E se tocasse um heavy metal, pessoas que acham que o rock é coisa "dukapeta" sairiam correndo ou começariam a comprar bebidas alcoólicas, energéticos e cigarros loucamente? Ah, não, pera... já tem gente que faz isso tendo as as "músicas normais de mercado" como trilha sonora. 

Melhor deixar como está. Vai que algum mercado resolve modernizar a coisa e tocar algum hit do verão. Este início de ano, há uma música que está fazendo relativo sucesso, chamada “Metralhadora”. Se tocar algo assim, nestes tempos críticos,acredito que os clientes vão é sair correndo e o mercado possivelmente será obrigado a fechar. E se for assim, reduzem-se as minhas opções para as compras da casa. Deixa tocar a música do cara no quarto de motel mesmo e vamos às compras! 

20 de jan. de 2016

Cinco (caraca, cinco! ) anos de blog!


Boa tarde!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Há exatos cinco anos começava oficialmente o blog Devaneios e Desvarios. 
E todo ano, no dia 20 de janeiro eu... esqueço completamente! 

Mas... dessa vez... cara, são cinco anos! 
E na blogosfera, cinco anos são muita coisa! 


Cinco anos com poemas, crônicas, contos, blogagens coletivas, impressões, troca de ideias e muito, muito mais! 


Gostaria de ter alguns brindes legais para sortear ou presentear...Ainda não dá para ser agora, mas claro que para este ano tenho alguns projetos e, se tudo der certo, logo compartilharei com vocês. Então uma hora vai ter presente para vocês, povo lindo! 

Uma coisa posso prometer: me esforçar para ter no mínimo duas postagens por semana, resgatando algumas categorias que tem ficado um pouco abandonadas.


Hoje quero dizer, acima de tudo, um Muito Obrigada! 


A vocês que me acompanham desde o tímido início, lááá em 2011 e também a vocês que  chegaram agora neste espaço, me concedendo a honra de se tornar leitor(a) do Devaneios;

A vocês que criticaram, deram sugestões, opiniões, acompanharam os textos e ajudaram assim a aprimorar este blog, feito com carinho para vocês! 


Sem vocês, leitores, o blog não teria razão de ser !




Novamente, um muito obrigada por tudo e nos vemos na sexta-feira, com mais uma edição da Blogagem Coletiva 1 Imagem, 140 Caracteres! 

Sintam-se todos abraçados! 



1 de jan. de 2016

1 Imagem, 140 Caracteres # 119

Adeus, ano velho, feliz ano novo... que tudo...cheeega, vocês já ouviram essa música o suficiente! 

Bom dia, boa tarde, boa noite, Feliz Ano Novo! 


E então, tudo bem com vocês? 


Não vou comentar como acordei hoje, pois esta postagem foi programada na terça, dia 29, portanto agora sou um arquivo do passado falando com vocês no futuro,mas falando como se tivesse postado hoje, wibbly wobbly, timey wimey!


Enfim, vamos à primeira postagem e primeira imagem da BC deste ano! (Lembrando que nossa parceira Silvana está de férias até dia 11, por isso talvez ela não poste a imagem... o que não significa que não vamos dar uma passadinha no blog dela para desejar um feliz Ano Novo, muitas felicidades, enfim!) 






- Este ano será melhor?
- Se nós formos, sim! 


Até a próxima postagem, que talvez também seja programada, rs. 
Abraços! 






A primeira imagem deste ano! E a BC segue firme e forte. Vamos participar? 
1. Toninho  3. Patrícia Pinna  
2. Roseane  4. sonia tolfo  

(Cannot add links: Registration/trial expired)

10 de nov. de 2015

Uma foto por dia - saudável

Vamos lá! 

Depois de um dia cansativo e de enrolar antes de ligar o computador, eis-me aqui para continuar a #umafotopordiadm


Saudável



Parte do almoço...abobrinha ralada com sal, orégano e azeite de oliva. E sabe que ficou muito bom?


Até amanhã, galera!



14 de out. de 2015

Linguajar educado

- Po##@,  Larga do meu pé! Faz duas horas que estou explicando como funciona a m@%$a desse sistema e você só fica fazendo pergunta boba, tá fodendo meu dia.

- Ei, com quem você está falando?

- Um f.d.p. que tá me aporrinhando há horas no telefone. Filho da mãe que  só enche o saco. 

-Ei, calma, cara. Você precisa melhorar um pouco mais seu vocabulário. Sério. 

- Tá, exagerei, mas essa semana tá osso, cara%&*. 

- Olha, pensa no seguinte: todos gostam de educação, bons modos.. Se quiser clientes polidos, use uma linguagem mais polida também. Respira fundo, use expressões mais cordiais.

- Ok, vou pensar no caso....  pronto, aqui o telefone tocando de novo. 

- Respira, cara, você tá estressado... atenda com um sorriso no rosto, ouça com atenção e tenta não usar palavrões, ok?

- ..... Ok. Estou respirando.... coloquei um sorriso... Agência de Treinamentos Sarrapatel, aqui é Caio, em que posso ajudar?

- Oi, eu queria saber se a pastelaria fica ali do lado mas não lembro o telefone, você pode olhar para mim?

- Bem, creio que o senhor tenha uma lista telefônica ou um navegador de internet em seu celular ou computador, não seria mais simples pesquisar?

- Ah, eu sei, mas é mais fácil e rápido ligar aí. 

- SENHOR, vá... 

- Ei, lembra... sem palavrões.. . 

- Ok. Senhor... eu passo grande parte do meu dia ocupado em inúmeros pequenos trabalhos que chegam a toda hora na minha mesa, o que me deixa com a sensação de estar sendo agredido fisicamente da pior forma possível, e devo concordar que para vossa senhoria é mais fácil telefonar para cá para ter acesso rápido a informação e assim logo conseguir seus preciosos pasteis, porém devo com todo o respeito pedir que vossa senhoria tenha a fineza de encaminhar-se de boa vontade a um volume preferencialmente grande de matéria fecal e ficar estacionado lá. Tenha uma boa tarde. 

- Mas....mas... o que foi isso, Caio? Não combinamos mais educação com os clientes?

- Pois bem, eu o mandei à  eme- e -erre- de -a  educadamente. É o melhor que posso fazer. Agora espero que nenhum outro indivíduo que nasceu do fruto da gestação de uma profissional do sexo resolva interromper meu trabalho novamente. 

- P... , Caio, você não tem jeito..

- P..., não. Volume de líquido seminal, por favor. Vamos manter o nível! 


23 de jun. de 2015

Saindo do normal - 50 Fatos sobre mim



#50FatosSobreMim




Alguém consegue encontrar um erro? (além do desenho, claro)

Técnica utilizada: avançadas técnicas de impressão a partir de um cabo USB conectado ao hipotálamo, utilizando a força do pensamento para construir, através de pó de grafite espalhado por uma folha de papel importada diretamente das Filipinas, um desenho apenas com a força do pensamento.

............
......
....
....mentira, foi a técnica do lápis nº2 sobre papel de caderno de desenho dos baratinhos. 

13 de ago. de 2014

Barata!

-AHHH! UMA BARATA!!!
- Para logo de gritar e mata,oras.
- Eu tenho muito nojooo!
- É só uma barata, livre-se dela.
- Tem nada aqui!
- Ah, pega logo um chinelo, o mata-moscas, um livro, sei lá. Só deixa de frescura.
- Livro? Livro não, né?
- Uma apostila velha, então. O que tiver. Mas sem gritar tanto, né?
- Eu grito porque tenho PAVOR de barata! E tenho medo de errar e não conseguir matar a maldita!
- Afff...faz assim, eu fico aqui fora da porta, se você errar e ela fugir, eu pego a danada.Vai, dá uma chinelada logo.
- Estou descalça
- Mata-mosca, então.
- Quebrou.
- Livro está fora de cogitação. Tem nada que você possa usar aí dentro?
- Tem um taco de beisebol...
- Nem pensar, não vou estragar meu taco autografado com um inseto!
- Então não tem nada para usar aqui! E se eu sair para buscar, ela pode pular em mim.
- Agora baratas pulam, também.
- Não, mas pode ser uma barata voadora!
- Eu venho aí.
- Não, ela pode perceber e fugir!
- Se não fugiu até agora com o grito que você deu, não foge mais, caceta. E além do mais.... ela está morta.

....
- Eca!!! Uma barata morta!!!


12 de mai. de 2014

Acordada - Conto interativo



 O conto a seguir foi escrito no grupo Faceblogs, como um desafio,da mesma forma que o conto À Sombra do Casario, postado no blog Escritos na Memória, dia 22/04.
Ajudaram a construir esta história (clique no nomes das autoras para ver seus blogs):

Lu Cavichiolli

Roselia Bezerra

Marina Carla (eu!)

 Fiquem agora com o resultado deste desafio: 

ACORDADA


Sono. Muito sono. Dormira por quanto tempo? Parecia ser dia, a julgar pela aparente claridade que percebia. Lutando contra o impulso de continuar dormindo, Samantha abriu lentamente os olhos deparando-se com o teto branco e paredes nuas de um quarto que não era seu.
- Onde estou?
Um pouco zonza, sentou-se na cama.
- Mãe? Pai? Tony? Tem alguém aqui?
O quarto estava deserto. Apenas ela, sua cama, outra cama vazia perto da janela, que aparentemente era de um quarto alto, pois através do vidro dava para distinguir a copa de uma árvore. Levantou da cama e sentiu algo preso em seu braço.
O que estava havendo?


Sentindo dor, a moça voltou-se para trás e viu seu pulso esquerdo algemado à cabeceira de ferro de uma cama , a priori achou tudo estranho, porém quando olhou ao redor reconheceu que era uma dessas camas altas, com grades ao lado que por sorte estavam abaixadas e ela pode sentar-se. Mas de que adiantou se estava presa, e o pior: SOZINHA! Gritou novamente, chamando pela mãe e nenhum sinal. Chorou um tanto desesperada olhando ao mesmo tempo todo o quarto e por um segundo lhe parecia familiar. Mas seu cérebro estava tão lento e seus movimentos um tanto defasados que resolveu se deitar. Olhou para o teto inerte, depois fitou a janela que parecia rir-se de sua prisão. Fechou os olhos e teve um sonho...

Um sonho estranho, difuso. Parecia estar em sua casa, mas como se não fosse.. estranhamente usava um vestido amarelo, o que não era de seu feitio, por preferir usar camiseta e calça. Divisou uma expressão de susto em seu pai, sentiu alguém agarrando seu pulso, uma seringa aparecia na escuridão. Uma árvore flutuando, com frutos dourados começava a se quebrar e ela não sabia o que fazer para impedir. Viu sua mãe chamando-a, tentou responder mas não conseguia emitir som. De repente, o local do sonho mudou completamente, e viu um clarão. Estava descalça em um gramado,cheio de flores brancas e uma voz dizia: - Você vai ficar bem, precisa se recuperar. Descanse e seja boazinha.

Ela sabia bem que, muitas vezes, precisava de certa medicação para voltar à serenidade. Entretanto, relutava em tomá-las e ficava zonza como um bicho envenenado, quando o fazia. Era tomar tal medicamento, delirava, se sentia diferente de como o cotidiano e até na forma de se vestir. Parecia em êxtase mas era necessário, lhe dissera, olhando-as nos olhos, a doutora compassiva. Assim lhe caiam bem os vestidos flutuantes e leves como pluma bem como o seu estado de espírito. Se sentia como se estivesse nas nuvens e pertinho do Céu...

Em uma dessas tardes mornas de verão, Tony estava em seu atelie organizando as tintas, as telas virgens e também conferindo aquelas que entregaria na manhã seguinte quando seu celular gritou... O rapaz olhou para o visor e viu que era a Dª Myriam. Entortou os lábios, revirou os olhos respirando fundo: _ Alô doutora, boa tarde! _ Olá Tony, boa tarde - estou ligando pra te avisar que recebi um telefonema do hospital e a enfermagem me avisou que sua irmã foi achada dançando em uma fonte na praça central da cidade. Ela estava de coturno calça de couro e uma jaqueta com um símbolo esquisito nas costas, e aviso, ela estava extremamente nervosa e foi dopada. Por favor, avise seus pais que eu estou indo pra lá agora e preciso muito falar com eles e se você puder ir também... Seria muito bom! Até logo! Tony deu um murro na mesa de trabalho derrubando seu material e vociferando ,em vias de um choro desesperado. Enfim, sentou-se no chão abraçando seus joelhos e dizendo: _ o que será que fizeram com minha irmã naquela viagem? Ela voltou diferente e sua personalidade está totalmente alterada.

Minha irmã era tão doce... tinha seus defeitos, claro.. mas depois daquela maldita viagem voltou muito estranha. Como se não bastasse, essa mania de tentar ficar sem medicação.
Tony não sabia o que era pior, Samantha tomar a medicação e ficar com seu julgamento alterado, ou não tomar e ficar com aquele comportamento impossível de lidar.
Tinha certeza que ela estava dançando naquela fonte por estar de novo sem o medicamento. Os efeitos eram ruins para ela, mas se ficasse muitos dias sem tomá-lo era pior ainda.
Enquanto isso, no hospital, Samantha acordou novamente. Sentou-se na cama e alcançou a campainha, que finalmente percebeu haver. Gostando ou não de estar lá, sentia fome e esse direito não podiam lhe negar, já que o de ir e vir estava claramente cerceado. Por que Tony não chegava logo? Queria ir para casa, livrar-se daquela camisola de hospital que a fazia sentir-se ridícula. A voz no sonho dizia-lhe para ser boazinha, mas preferia ser "boazinha" em casa, no seu quarto. Se fosse para seus pais e irmão ficarem sossegados, faria o esforço de ficar em casa e tomar os remédios no horário certo, ficaria um tempo quietinha para mostrar que era confiável, mas caramba, que a deixassem ir para casa logo!
Apertou mais uma vez a campainha, ouviu-a ressoar pelos corredores. Esperou. Ia fazer o possível para mostrar que estava bem, mas queria comer alguma coisa, qualquer coisa, primeiro.




   A noite chegou rapidamente cobrindo de azul marinho as paredes do quarto de Samantha, embora houvesse fartura de luz à sua volta. Ela estava sentada em sua cama, olhando para o nada quando Tony entrouu com um buque de camélias vermelhas, suas preferidas. O rapaz chegou mostrando sorrisos e afeto por todos os poros aproximando-se para beijar a irmã. Quando chegou perto, ela o repudiou dizendo : _ Quem é você? Saia imediatamente antes que eu comunique sua presença indesejável. Nem sei como você passou pelos seguranças, e não me atrapalhe porque daqui a pouco vou receber ordens para minha nova missão. Tony ficou estático e boquiaberto olhando fixamente para os olhos da irmã que também estavam irreconhecíveis. Ela mostrava uma segurança jamais vista e estava remexendo o armário de roupas procurando sua calça de couro e o coturno, enquanto esbravejava baixinho. Ao ver tal comportamento, seu irmão saiu do quarto e foi em busca da médica, afinal ela teria requisitado a presença da família. Ele perambulou pelos corredores até que viu Myriam saindo de um dos apartamentos e logo a chamou: _ Drª, por favor... Ela ao vê-lo sorriu comprimindo os lábios, indo ao seu encontro: _ Boa noite Tony, estava mesmo `a sua espera. O problema de Samantha é mais grave do que se possa imaginar... Nessa tarde eu a submeti a uma sessão de hipnose e revelou-se o que eu já suspeitava. Ela tem dupla personalidade e seu nome durante a hipnose era Cyndi Jones e... Prepare-se para o pior, meu rapaz: Ela me disse que estava em uma missão muito perigosa e que era uma espiã. Tony teve uma leve tontura e precisou sentar-se no banco mais próximo ali mesmo no corredor. O que teria acontecido à Samantha, de fato, naquela viagem onde ela voltara com dupla personalidade?
 
Tony estava deveras estupefato pois casos de esquizofrenia são arrebatadores sempre... Entretanto, procurava manter a calma para saber repensar, com prudência, sobre qual caminho a tomar, quê palavras dizer à Samantha sem que nada pudesse prejudicá-la nem a si próprio até averiguar tudo com riqueza de detalhes o que era real ou não... Se meter em imprudências não era do seu feito, certamente! Ia manter -se compenetrado observando atentamente as duas possibilidades até agora recebidas...

Samantha percebeu que seu braço não estava mais preso e estava com uma roupa diferente. E quem mexeu no armário do quarto, e para que? Ouviu vozes no corredor. Tony! Será que veio buscá-la? Droga, a roupa que tinha não era dela. Deu uma olhada no armário, mas não encontrou suas roupas. Cadê a camiseta branca e a calça jeans que usava quando saiu de casa? Aliás, ainda não lembrava como tinha ido parar aí. Lembrava vagamente de chuva caindo,mas de seus pés molhados. Devia fazer algum tempo, pois lá fora a noite estava estrelada. Viu um papel no chão, com algo rabiscado.Não dava para ver direito. Chegou perto da janela e com um pouco de esforço consegui ler: Cyndi Jones. Que raio isso significava?

Enfim, se passaram meses nesses delírios e tratamento ostensivo... até que um belo dia de sol, todos pareciam terem tomado rumos distintos e a vida recuperou o seu sabor para todos os envolvidos naqueles tempos tenebrosos de oscilações de corpo e alma na vida de uma jovem que só queria poder ser ela mesma. Nunca o mal vai atingir um ser humano para sempre, tudo tem fim e foi bom a Edna saber, como Terapeuta de Samantha, que ela tinha se recuperado quase que integralmente de todos os absurdos cometidos com um metódico jeito de viver onde dependia, parcialmente, de certo tipo de medicação mas que não lhe resultava viver uma vida diferente dos demais e nem ao seu noivo atual, o Tony, que se dispusera, por amor, a cuidar dela com tanto empenho que sua paciência lhe permitia e estava agora a colher os frutos do seu gesto sublime e de amor. Enfim, estava reinando paz naqueles corações e naquelas mentes outrora tão conturbadas. Enfim, chegaram dias coloridos, mentes sadias e sorrisos nos rostos para sonhar a dois e viver em fraternidade...

Chegou o dia. Samantha finalmente saiu da clínica com seus pais e Tony, o irmão que nunca desistira dela. Sabia que nunca poderia deixar totalmente seus remédios, mas agora isso não era mais problema. Depois de todos aqueles meses, finalmente conseguiram equilibrar sua medicação de forma que não houvesse efeitos colaterais tão devastadores. Demorou bastante para chegar em casa, pois sua família e o noivo que também se chamava Tony a levaram para passear no parque, tomar sorvete, enfim... realizaram o primeiro passeio em família desde aqueles meses terríveis. Até hoje Samantha não sabe explicar o que aconteceu depois daquela viagem que fez, tampouco porque desenvolveu dupla personalidade. Mas todo o tempo em que se sentiu atormentada serviu para desenvolver um talento que andava meio obscurecido: a escrita. Samantha transformou em um livro suas experiências, transcreveu para o papel a dor de sua alma. A publicação surpreendeu pela elevada tiragem logo na primeira edição, assinada com o pseudônimo de Cyndi Jones. Finalmente sentia-se útil, encontrando seu lugar. E Cyndi Jones? Segue sendo apenas um pseudônimo.




FIM

  

6 de mai. de 2014

Pedaços soltos.

"Sofro" de um problema antigo e que afeta a muitas outras pessoas que conheço: o ciclo dos começos sem fim.
Tenho muitos textos iniciados, muitos até o meio...mas não consigo criar um fim. 

Tenho ideias boas no banho, pilotando a moto, caminhando, enfim, quando simplesmente não tenho como anotar. E as melhores ideias aparecem quando estou mais longe de casa e não tenho como "correr" e anotar em algum lugar. E anotar no celular não me adianta muito, pois acabo esquecendo que teclei alguma coisa naquele aparelho. Preciso ver a escrita na minha frente, preciso usar o lápis,caneta,delineador ou coisa que o valha (o que estou dizendo? Quase não uso delineador). Visualizo as minhas ideias como se estivessem impressas na página de um livro - que doideira - e anoto rapidamente onde posso. Mas na maior parte das vezes não tenho onde anotar. 

Enfim, voltemos ao problema que foquei lá em cima, no primeiro parágrafo, antes que eu me perca em digressões e fique parecendo o papagaio de A Décima Segunda Noite: fins sem começos, começos sem fim. 

Tenho contos, textos, romances iniciados. Falta, adivinha? Terminar. 
Faço o que? Me escondo em uma cabana no meio da selva e só saio quando terminar? Não dá, pelo menos não agora. A ideia até que é tentadora, mas realmente agora não dá. 

Talvez ajude um pouco mais parar de ler tantos sites de tirinhas com a desculpa que ler sites diversos ativa mais ideias. Poderia "falar sozinha" mais vezes para estimular o tico e o teco a não esquecer as ideias com facilidade, mas com certeza o pessoal no trabalho iria ficar muito preocupado. 
No momento, as ideias estão fluindo enquanto escuto música. Isso sempre funciona. Mas aí volto ao problema inicial, mais uma vez: músicas me inspiram, abro postagem nova no blog, inicio um conto com inspiração em alguma letra de música e não estou terminando! De novo a maldição dos começos sem fim. 

Mas agora isso me faz refletir: isso acontece com meus escritos e por hora prejudica apenas a mim mesma - e talvez a alguém que esteja esperando por textos frescos no blog. Mas há gente que faz isso com a VIDA REAL! 
Inicia um novo empreendimento e não termina, ficando financeiramente vulnerável.
Inicia um novo relacionamento e continua com os erros do anterior, o que faz com que ele termine sem ter a chance de continuar por mais tempo (nesse caso é um término sem gosto de término: sensação de que algo ficou no ar)
Inicia uma nova proposta para a vida, mas não persevera e acaba fazendo as mesmas coisas "de sempre" depois de um tempo. 

Enfim, textos que iniciam e não terminam ainda são perdoáveis: Podem ficar amadurecendo, aguardando como vinhos o melhor momento de ficarem prontos. 
Mas viver iniciando e não concluindo projetos de vida leva a tantas pontas soltas, que no final a sensação de bagunça fica e tropeçamos nos novelos que espalhamos no caminho. 

É errado desistir de algo e começar uma coisa nova? Absolutamente não! Devemos ficar bitolados, compartimentados em uma coisa só? Não, não e não! A vida tem tanta coisa para experimentarmos! 

O erro está em não concluir nada, não continuar nenhum projeto, desistir nas primeiras dificuldades, no primeiro impasse, na primeira desilusão, quando quem sabe insistindo um pouquinho mais poderia se encontrar a verdadeira, a genuína alegria em gostar do que se faz.

E você, que teve paciência para ler até aqui? 
Tem muitas coisas começadas e não terminadas? 
Tem planos para estes projetos interrompidos?
Eu só sei que vou resgatar a pasta em que tenho meus contos, e mais dia menos dia eles vão ficar prontos. Chega de procrastinação,e viva as caminhadas, os bloquinhos de anotação, os livros e as ideias! 
(Agora dá licença, quero ver se alguém continuou uma proposta de conto coletivo que iniciei... e se ainda tenho aquele início de livro...e se já anotei o que vou fazer amanhã na escola...e...são 11:30 da noite! Melhor dormir, tenho ideias boas quando deito também, ahahha) 
Tchauzinho e até a próxima!

9 de fev. de 2014

Entrevista frustrada

- Olá, tudo bem? Hoje em nosso programa, estamos entrevistando este cantor famoso, que já lançou 14 cd's em sua carreira. Vamos deixar que ele mesmo se apresente
- Olá, sou..
- Ah, espera aí, temos um recado primeiro. A Amanda, de Queissalândia, manda um beijo para toda a equipe da rádio e diz: não esqueçam minha camiseta! Não vamos esquecer não, Amandaaa! 
Mas vamos voltar ao nosso programa... então, quando você sentiu que daria certo como cantor?
- Bem, tudo começou quando eu ainda...
- Opa, toca o telefone e mais uma participação chegando! 
- Alô, aqui é o Fulano Sicrano Beltrano! Eu queria perguntar ao cantor...
-Epa, antes de fazer sua pergunta, vamos sortear um brinde pela sua participação! Fica na linha que já vamos gerar um número para o sorteio.  E o seu brinde é... uma cafeteira da nossa rádio! 
- Eu quero fazer a pergunta...
- Ah, que pena, seu tempo acabou, temos de dar seguimento ao nosso programa. Então, o que você dizia? 
- Quando eu era ainda criança, um dia eu vi um show de rock, e desde...
- Mas fale sobre seu novo álbum. O que seus fãs podem esperar de seu novo trabalho?
- Olha, eu gostaria que você..
- Alô? Tem mais alguém na linha, e o brinde para quem eu atender agora será uma camiseta autografada pelo nosso convidado! O quê? Não tem mais? 
Ei, você autografaria mais uma camiseta?
- Claro, mas eu gostaria...
- Segura um pouco, logo vamos saber mais sobre sua história e seus sucessos! Temos uma pausa agora para nossos comerciais, e logo após... Ei, espera, onde você está indo?

- Cansei! Vim para um programa onde não consegui falar nada, nem divulgar meu trabalho!  Tudo uma bagunça, sem organização! Vou embora!!!

- Carinha nervoso, esse é o problema quando alcançam a fama... ficam com ataque de estrelismo. Não percam, semana que vem nesta mesma hora,mais um "Hall da Fama", onde você fica sabendo tudo sobre seu artista predileto! Até lá!

14 de out. de 2013

A Utopia e a Caipirinha

 - Utopia, utopia.Essa é a palavra. Sabe, utopia, do grego lugar nenhum? Então.Utopia é caminhar, caminhar e nunca chegar ao destino. Tipo sabe aqueles desenhos animados em que penduram uma cenoura em um fio, amarram em uma vara comprida e ficam colocando na frente do cavalo para que ele tente pegar a bendita cenoura enquanto puxa a carroça? O pobre cavalo nunca vai alcançar a cenoura, mesmo assim anda, anda e anda e enquanto isso vai puxando o peso da carroça atrás dele enquanto o cocheiro fica de boa segurando a tal da vara. E isso sabe-se lá por quanto tempo. A não ser que de alguma forma  a vara quebre, aí a cenoura cai no chão e o cavalo finalmente consegue saborear a bendita para logo depois descobrir que uma cenoura só não mata a fome e ter de procurar algo mais para comer.
A gente é esse cavalo, puxando um peso atrás de nós sem perceber, ou até mesmo percebendo mas achando normal  enquanto persegue  uma cenoura. Se consegue alcançar o que queria, não fica satisfeito  e sai perseguindo outro sonho.Até chegar no caixão, aí não tem mais o que caminhar. Dá para entender por que dizem que as pessoas vão descansar em paz nessa hora, depois de passar a vida toda caminhando! Eu vou pular fora deste sistema, não quero cenouras e não vou puxar carroça coisa nenhuma. Mas não era disso que eu queria falar. Devaneei demais,deve ser a caipirinha, acho que esta é a quarta.
Eu prometi que não ia dar vexame hoje, sabe. Hoje é o casamento do meu filho. Mas há tempos não coloco uma p***a de uma gota na boca, e se uma festa como essa não é motivo para beber, então não sei o que é. Não preciso dirigir hoje, não vou trabalhar amanhã, estou feliz porque meu filho está casando, então me deixem beber, caramba! Eu não vou dar vexame, meu esposo me fez prometer. Epa, ele está passando, deixa eu esconder o copo. Oi, querido, estou tão feliz! Pronto, ele passou, deixa eu pegar essa caipirinha que está muito boa.
Minha nora é um doce de pessoa, claro que estou feliz pelo casamento. O que posso dizer dela além disso? Claro que achei estranho o dia em que entrei no banheiro que estava com  a porta destrancada e a vi cantando wisky a go-go nua usando o escovão da privada como microfone, mas mesmo assim ela é ótima, caiu do céu para meu filhote. Eu não te conheço, deves ser convidada da noiva, né? Então esquece o que eu falei, dá um desconto que a culpa é da caipirinha. Garçom, me vê mais uma,se tiver caipiruva melhor ainda. Festas assim fazem a gente se sentir viva, não é? Meu Alex ainda esses dias atrás era um pirralhinho, agora está casando, está mais alto que eu  e é tão lindo que se não fosse meu filho eu dava uma piscadinha. A música também está boa,assim que passar a tonteira vou dançar. Quero arrastar meu marido que há tempos não quer dançar nem valsa para a pista, se ele não vier vou com outro. Eu quero dançar, quero fazer festa e rir bastante, não vou casar outro filho então tenho de aproveitar hoje. Ah, sim, meu marido há tempos não dança e até para outras coisas tá difícil de sair da rotina, mas não espalha, eu falei que hoje não ia dar vexame. Vou terminar esta caipirinha e pronto, jogar uma água no rosto e fazer um brinde aos noivos, mas acho que já fizeram. Ei, você é legal, mas até agora não falou nada. Nem seu nome eu sei. Olha prá mim, guria. Nossa... você me é familiar. Por que tá abrindo a boca ao mesmo tempo que eu mas não fala nada? Ei, nem te cumprimentei antes, prazer.. nossa, que pele fria. E dura.. mas você não tem cara de vampira.  Estamos usando o mesmo tipo de vestido. Caramba, eu tenho uma irmã gêmea perdida! Dá aqui um abraço.... ai!!!Cara***,  você é um maldito espelho! Fiquei falando sobre mim para meu reflexo, que raiva, toma, espelho de m***a que me fez perder tempo! Ué, por que a música parou? Calma, Alessandro, eu estou bem, que esposo dedicado você é, eu só estava brigando comigo, é uma longa história. Sim, minha mão está doendo, mas tá tudo bem, é só um pouco de sangue, tem um pano aqui para limpar, epa, era meu vestido. Vou ao banheiro me lavar e vou estar nova em folha logo. Não, eu não vou dar vexame, caramba, eu quero me divertir, é a festa do nosso filho e estou feliz! Dá para deixar de ser chato e dançar comigo pelo menos hoje? Qualquer coisa,quero sacudir! Não, não quero ir para o carro. Quem está dando vexame é você, Alessandro, que vergonha não me deixar ficar na festa do meu próprio filho! Daqui eu não saio, hoje vamos dançar.
 Ah, depois quero te apresentar uma pessoa, que é um reflexo... ah, pera aí, ela quebrou. É uma longa história. Um brinde aos noivos e por favor toquem whisky a go-go mas escondam as escovas de privada!

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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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