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25 de dez. de 2023

Feliz Natal!

 Feliz Natal a todas as pessoas! 


Feliz Natal a quem tem uma família, que se reúne ou não. 

Feliz Natal a quem não tem mais sua família, a quem escolheu outra família que não a de sangue, a quem não conhece sua família... 

Feliz Natal ao pobre, ao doente, ao que mais precisa de atenção. Feliz Natal ao que acolhe a todas as pessoas sem distinção. 

Feliz Natal aos sem lar, aos sem-teto e a quem os acolhe sem esperar por palmas. 

Feliz Natal a quem se esforça para melhorar nem que seja um pouco a vida dos demais ao seu redor. 

Feliz Natal a quem ainda está buscando entender seu lugar no mundo. 

Feliz Natal a quem procura trazer luz a quem ainda não conseguiu fazer a sua própria luz brilhar. 

Feliz Natal a todas as pessoas, independente da religião que professam, ou que não professam. 

Feliz Natal a quem consegue entender que a paz e a tolerância não caem do céu, precisam ser conquistadas e para isso precisamos evoluir muito como humanidade. 

Feliz Natal a quem é desprezado, humilhado, se sente só e desamparado. Que estas pessoas encontrem consolo e perspectivas de uma vida melhor, que escutem mais que discursos e palavras bonitas vindas de quem pode ampará-las. 

Feliz Natal a todas as pessoas que se esforçam dia a dia para serem as melhores versões de si mesmas. 

Que o alimento esteja presente em todas as mesas, que o trabalho seja digno e não falte. Que as pessoas se ocupem menos em ostentar enfeites, brilhos e luzes e queiram ser mais luz para esse mundo. 


6 de abr. de 2021

Digressões linguísticas

 Ás vezes paro para pensar sobre algumas pequenas coisas linguísticas do nosso universo contemporâneo que me intrigam. 

Uma delas, e até mencionei no Twitter, é a tendência nos últimos anos de receitas postadas em sites cuja lista de ingredientes começa com "X unidades" 

"Duas unidades de ovo"

"Uma unidade de cebola" 

"Meia unidade de abobrinha"

Por que não "dois ovos" e "uma cebola"? Não é a mesma coisa? Ou eu sou muito bronca e tem alguma diferença aí, que não percebo?

"Pique a cebola grosseiramente" Imagino uma pessoa picando a cebola e xingando-a durante o processo. O que não seria algo difícil de acontecer levando-se em conta que eventualmente a gente chora fazendo a tarefa, ou seja, xingar a cebola seria devolver um desaforo que ela nos faz. 

"Sal, pimenta e cebolinha a gosto". Aí você vai ver a pessoa coloca a pimenta em colheres, ahaha. (Lembrei de um certo programa da TV brasileira no qual virou piada a fala de um participante perguntando se sete quilos de sal daria para uma semana - aí depende de quem faz a receita "a gosto"). 

Me divirto pensando em como uma palavra pode ter significados diferentes, dependendo do contexto. Bem lembra disto Luís Fernando Veríssimo, quando em uma de suas crônicas mostra que "pois sim" pode ser interpretado como "não" e "pois não" como um "sim", o que no texto mencionado dava um nó na cabeça de uma moça estrangeira. 


O uso da palavra "onde" como coringa também é algo que não entendo como começou... Deve ter vindo do mesmo lugar no qual se originou o gerundismo, até uma década atrás motivo de piadas e memes e hoje em dia incorporado de tal forma que nem é mais percebido. 

" A história da famosa atriz começou na década passada, onde ela nasceu em 1980 na cidadezinha de seiláqualândia, onde ela teve uma infância feliz, onde vivia com seus pais até completar dez anos." Sério, que tara é essa por tanto "onde" nos textos? Chega a ser irritante, já fechei vídeos e páginas na internet de tanto ver esse bendito onde chovendo em tantos parágrafos a ponto de quase ocasionar uma enchente adverbiativa, se é que essa palavra existe. 


Nossa língua tem tantos advérbios e este povo usando "onde" no lugar de outros termos mais apropriados. 

E o  cujo? O cujo virou artigo raro. "Essa é a menina que te falei, que os pais se mudaram semana passada". Sério, o que aconteceu com o cujo? Que eu saiba a reforma ortográfica não proibiu o uso dele. Deve ter sido sepultado junto com o modo subjuntivo, que teve seu espaço ocupado pelo pretérito imperfeito. 

Sim, sei que estou digressionando. Era para falar sobre receitas e termos estranhos e agora estou implicando com gerundismos e o uso excessivo de termos como se fossem palavras-coringa. 

Mas enfim, tudo está no terreno da nossa língua. Que aliás, adoro com cebola e alho  pela riqueza do vocabulário. 

Temos várias palavras e expressões para significar diferentes níveis de contentamento, surpresa, decepção. Inclusive repetindo palavras, mas não em circunstâncias que não cabem como a palavra "onde" que mencionei alguns parágrafos acima. Muitas destas palavras-coringa são palavrões e dependendo de quem está ouvindo, tudo bem. 

Nossa língua é rica, viva e mutável e isso é muito bom. Mas ao mesmo tempo, é bom cuidar para não limitar tanto nosso vocabulário. 

Para que, por exemplo, importar palavras em inglês para situações em que já temos palavras ótimas em português? 

Dá nada, eu também uso expressões em inglês, espanhol, italiano... Mas ao mesmo tempo, não consigo conceber ficar falando "bowl" quando temos "tigela" e "cumbuca". Ou dizer "estou meio down" quando posso dizer que estou "pra baixo", "borocoxô"... 

Uma expressão que gosto muito é "meio assim". Você não precisa completar quando diz que "está meio assim" ou que tal pessoa "ficou meio assim". Todo mundo entende. 

Penso em como sofre quem interpreta o que ouve de forma literal: 

"Chover canivetes"

"Matar cachorro a grito"

"Estar fora da casinha"

"Viajar na maionese"

"Fazer nas coxas"

"Morar em uma meia-água"

"A passos de tartaruga"

"Sem pé nem cabeça" 

Entre outras expressões que me encantam desde que me conheço por gente. 

Mas sério... ainda estou pensando qual o sentido em escrever "uma unidade de ovo", "duas unidades de cebola"... se alguém souber de um motivo válido para isso, elucide minha mente que adora cultura inútil. 




1 de jul. de 2020

Pequenas divagações quarentenísticas

1º de julho.

Segundo informações oficiais, centésimo dia de quarentena
Segundo todos nós sabemos, até agora não houve uma quarentena real, cumprida por todos e com as condições adequadas.
Mas sigamos.
Porque precisamos seguir, precisamos nos ocupar, precisamos acreditar em alguma coisa para não enlouquecer. 
Precisamos continuar acreditando que "depois da tempestade vem a bonança", mesmo que a tempestade pareça interminável.

Aliás, ontem aqui foi uma tempestade real, o chamado "ciclone bomba" pegou todo o estado onde moro e outros vizinhos, e pelo que li no Twitter agora há pouco ainda há lugares sofrendo com os fortes ventos. Foi um período agoniante, com ventos fortes, telhados voando, árvores caindo, construções sendo arrasadas e um blecaute na energia elétrica considerado o maior da história do estado até agora. Há lares por todo o estado ainda incomunicáveis e prejuízos sendo contabilizados. Aqui onde moro estamos bem, apenas alguns sustos mas seguimos, somando mais essa loucura à sucessão de episódios atípicos que tem acontecido neste 2020.

Enfim, estamos fazendo o que precisamos agora.. esperar. Esperar. Rezar, confiar e esperar. Torcer pelos nossos amigos, familiares, pessoas que amamos. Mesmo passando um pouco de raiva com a falta de bom senso de outras pessoas que colocam toda a comunidade em risco. Passamos raiva porque nos importamos.
Enquanto isso, vamos seguindo esta nova rotina, deixando na garagem ou fora da casa de vez roupas "de ir ao mercado", conferindo e re-conferindo lista de compras para não correr riscos desnecessários, usando telefone e internet para resolver coisas que antes se resolviam pessoalmente. Alguns trabalhando em casa, outros que infelizmente não tiveram essa opção saindo todos os dias com medo (bem, nem todo mundo, mas enfim).

Nos vemos novamente, se Deus quiser, na sexta-feira, para nossa blogagem semanal!


18 de nov. de 2019

Pipistrello, scarafaggio e a delícia de aprender outros idiomas

Comecei um curso de Italiano há alguns meses, mais pelo gosto em aprender línguas novas e por gostar de etimologia - não é a mesma coisa que entomologia, embora as duas sejam interessantes - do que pelo resultado prático que isso terá, não que o resultado deste curso não seja ótimo, afinal futuramente poderei ser professora de italiano. 

  Como sempre acontece quando aprendo - ou tento aprender - algum idioma, as comparações são inevitáveis. 

Aqui onde moro é comum falar um dialeto, conhecido como Talian, o qual tem várias palavras e expressões muito diferentes da língua italiana original. O que é perfeitamente normal, afinal a língua é algo vivo que se adapta e muda. (#marcosbagnofeelings)

Esses tempos atrás, ainda no início do curso, me deparei com a palavra pipistrello. 
Fofinha, né? 
Mas se refere a um animal não muito fofo, no caso, o morcego. 

Chamando em italiano, parece que estou desmoralizando o bicho. Afinal, pensem na sonoridade: 

Português - Morcego. Pronunciar a palavra dá até um medinho. MOR-CE-GO. 

Espanhol - Murciélago. Ainda se tem um pequeno temor respeitoso, a gente vai falando a palavra e sentindo o poder dela, "murciélago". 

Talian (nosso dialeto daqui) - Barbustello. Já deixa o bicho um pouco menos temido, aparenta uma coisa mais ridícula que criadora de medo. 

Aí vem o italiano - Pipistrello. Parece nome de coisinha fofinha, cuti-cuti. Ouço "pipistrello" e imagino um beija-flor, um bichinho dócil, algo que dá vontade de pegar no colo. Mas não, continua sendo um "morceeego", embora o nome dê menos medo.

Talvez em alemão volte a ser algo mais amedrontador, penso eu.. mas não, é igual ao inglês: bat. 

Bat não dá medo nenhum, parece uma onomatopeia.  Nem mesmo pensando no Batman consigo respeitar a palavra bat como respeito a palavra morcego.

Se bem que em romeno o nome também é fofinho: liliac. 
(Que, aliás, é também nome de uma banda formada por irmãos que fazem covers muito, muito bons mesmo, de bandas de rock). 

Sério, "liliac" tem uma sonoridade legal, faz a gente ter menos medo de morcegos e nos lembra que não são todas as espécies que são hematófagas.

Claro que o contrário também existe, palavras que em nosso idioma são "fofinhas", dão uma sonoridade bacana ao falar, expressam algo que entendemos e que quando transportadas para outro idioma soam estranhas aos nossos ouvidos, como "barata" que tem uma sonoridade de algo comum, banal, e que em espanhol vira "cucaracha" - fica parecendo outro animal, algo maior e mais perigoso. E em italiano, "scarafaggio", fica parecendo mais perigoso ainda. Se eu ouvir  alguém gritando por ter aparecido un scarafaggio, a possibilidade de sair correndo é maior que se eu ouvir "Ai, uma barata". Na segunda possibilidade nem me dou ao trabalho de correr, pego um chinelo, um mata-moscas ou o que tiver por perto e possa liquidar o bicho - sorry, tenho nojo e mato mesmo. 
 Ou o teclado, (substantivo masculino)que em italiano vira tastiera.(substantivo feminino) Apesar de estranhar a palavra no início, acho até que fica mais musical dizer que "suono la tastiera" do que "toco teclado". Sim, "tastiera" se refere tanto ao teclado de computador quanto o musical, antes que você ou mais alguém pergunte.

Aliás, pergunta, palavra cuja segunda sílaba parece vir de dentro da garganta, em italiano é "domanda". Gosto dessa palavra, tem uma sonoridade legal, não é uma coisa seca como "ask" e não tem a estranheza de "pregunta". 

Nem deu para perceber o quanto gosto de descobrir a origem das palavras e as diferenças entre os idiomas, né? E como a digressão, la digressione, the digress, enfim, faz parte do dia-a-dia, embora muitas vezes eu a isole dentro da minha caixa craniana para o bem da humanidade e nem tudo o que eu penso saio falando por aí ou transformo em texto. 

Desta vez não resisti, desculpem. (ou scusate, apologize me, lo siento), prometo que por enquanto, até outro delírio digressional ocupar minha mente e não se contentar em ficar lá dentro, este é o último parágrafo do texto. 

Eu menti! O último parágrafo é este. 



1 Imagem, 140 Caracteres #590

 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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