#paratodosverem: imagem de um urso de pelúcia pequeno em frente ao vidro de uma janela, embaçado pela chuva mansa que cai fora da casa. Uma pequena lágrima parece cair do olho direito do ursinho. O outro olho não é possível ser visto, pois o brinquedo está de perfil para a frente da janela. Está de pé, braços ao longo do corpinho.
Se divertia, observando a chuva..Foi chamada para almoçar. O brinquedo ficou ali, como que para continuar a contemplação.
2019 terminou com a gente levando bofetada e 2020 quer continuar na mesma linha, mas vamos lá. Estamos aqui vivos, podemos ler, escrever, nos comunicar e enquanto essas bênçãos estão no nosso cotidiano não podemos esmorrecer.
Por isso, nada melhor que chegarmos à nossa postagem tradicional de sexta-feira, com mais uma imagem para desafiar a criatividade de vocês!
Agora, sem mais delongas e nem decurtas, vamos à imagem desta semana?
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Descrição: a imagem mostra, em tons de sépia, o vulto de um homem sentado em um banco de praça comumente chamado de canapé. Ele está cabisbaixo e suas mãos estão juntas. Em outro plano, uma mulher de costas, segurando um guarda-chuva e correndo. Ela está usando um vestido. A cena se passa em um bosque, pois é possível ver as folhas no chão, galhos de árvores e um tronco de uma árvore adulta. Está chovendo, porém parte da cena parece iluminada.
Recordo aquele triste dia em que uma palavra selou nosso destino. Por que não corri atrás dela?
Ah, um pequeno lembrete: quem participa da BC e leva a
imagem para seu blog, na hora de inserir o link aí no Inlinkz, não
digite o endereço do blog com espaços,pois não funcionará! A
melhor coisa ainda é copiar o endereço da sua postagem como ele está na
barra de endereços e colar no espaço apropriado.
Chegou até a ponte, parou. O que estava querendo fazer mesmo? Droga! De
que adiantava amarrar uma fitinha no dedo, como algumas pessoas ensinavam a
fazer, se não lembrava depois o porquê de ter amarrado a bendita? Agora estava
aí, pateticamente parado fora do carro, olhando do alto o rio que passava e
tentando entender o significado da fita vermelha amarrada no indicador.
Ficou imaginando se seguisse essa dica realmente a sério: uma fita de
cada cor para um compromisso. Iria ficar com mais fitas na mão que aquelas
grades com fitas do Senhor do Bonfim. Imaginou-se dirigindo com pelo menos três
fitas coloridas em cada dedo. Mas também era uma anta! Por que não anotava os
compromissos no smartphone, que tinha calendário, agenda e mais não sei quantos
aplicativos? Ainda estava aprendendo a usar este “telefone esperto”, presente
de um primo. O chato era tocar naquela telinha e acabar abrindo o aplicativo
que não queria, mas com calma conseguiria dar jeito. Ah, e também tinha aqueles
papeizinhos amarelos, os post..post.. aquilo lá que tem um adesivinho que cola,
óbvio que adesivo cola, senão não seria adesivo. Quem será que inventou isso? A
família deve estar rindo á toa até hoje.
Mas isso não resolvia o problema, tinha de descobrir por que havia
amarrado uma fita vermelha no dedo. Do que tinha de se lembrar mesmo? Poderia pendurar
um papel na porta da geladeira, na próxima vez, se lembrasse de comprar ímãs. Será
que a fita vermelha era para lembrar-se de comprar ímãs? Maldita memória,
pensou, consigo lembrar uma piada que me contaram dez anos atrás e não lembro
porque saí de casa há dez minutos.
Era para comprar almoço? Era alguma reunião? Deixe-me ver... não, não era
para comprar nada.. imagine como seria minha cabeça se eu me drogasse, vivem
dizendo que drogas afetam a memória... eu seria um vegetal... Riu sozinho de
seus devaneios. Mas ainda não conseguia lembrar o que precisava fazer. O jeito
era voltar para casa, uma vez ouviu dizer – disso se lembrava! – que quando se
esquecesse de algo deveria voltar, o caminho de volta ajudaria.
Chegou de volta a casa, mas ainda não conseguia ter ideia do que o fizera
sair.
- Maldita fitinha vermelha que não serve para nada!
Quando tirou a fita, viu.
Era um corte no dedo.
Havia colocado uma fita no corte, pois não havia curativo em casa.
Simples assim. De qualquer forma, era bom sair para comprar um curativo
decente.
Chegou até a ponte, parou. O que estava querendo fazer mesmo?
Carol
levantou-se, a cabeça doía. Ao lado, Léo ainda dormia profundamente; era inútil
tentar acordá-lo. Com um gosto amargo na boca, ela foi à cozinha. Como sempre,
um café bastaria para acordá-la de vez. Há
anos, o período de férias entre Natal e Ano Novo era desse jeito. Poucos e
breves dias antes de voltar ao trabalho, dos quais grande parte se dividia
entre tentar deixar a casa organizada - a famosa e inconclusa
"faxina de Natal" - e dormir. Dormir tarde e acordar muito tarde,
tomar café da manhã no horário do almoço, almoçar às quatro da tarde, jantar o
que e quando desse na telha. Carol precisava terminar de separar o lixo,
amarrar bem os sacos. O pessoal da coleta seletiva passaria somente na semana seguinte.
A única coisa que não deixava Carol esquecer-se da data era o fato de ter de
voltar ao trabalho já no dia 2 de janeiro. Maldito mercado de trabalho que lhe
dava uma mirrada semana de férias em troca de exaustivas oito horas de trabalho
diárias, durante um ano inteiro.
A rotina ininterrupta de anos pintou a vida de Carol de cinza. Ela nem sabia
mais se estava cansada, feliz, triste ou decepcionada. Se tinha mesmo a vontade
de viajar e conhecer lugares diferentes que expressava, sem concretizar, todo
final de ano, ou se dizia isto apenas por dizer e na verdade preferia mesmo
ficar em casa como sempre. Ela se sentia como se estivesse se perdendo com o
tempo. Não era mais ela.
Léo
continuava dormindo.
31 de dezembro
Meio-dia.
Léo levantou-se, as costas doíam.Carol já havia se levantado. Como ele gostaria
que ela relaxasse um pouco, para acordar ao lado dela. Provavelmente ela já
estava preparando o almoço, ou limpando o lado de fora da casa, ou talvez até
escrevendo sem parar no Facebook.
Há anos, os dias entre dezembro e janeiro eram assim. Dormir tarde, muito tarde
mesmo, prometer levantar mais cedo para deixar algumas coisas organizadas e
constatar que novamente só se conseguiu acordar ao meio dia, tomar uma xícara
de café e almoçar lá pelas quatro da tarde, depois de ficar assistindo vídeos
no youtube ou sitcoms na tv aberta.
A única coisa que não deixava Léo esquecer-se de que dia da semana estava, era
o movimento intenso nas ruas e o fato de ter de voltar a trabalhar no dia
cinco de janeiro. Pelo menos neste ano voltaria a trabalhar em uma
segunda-feira, mas ainda assim descontente. As férias eram breves demais!
Trabalhara até o dia vinte de dezembro, quase não conseguira fazer as compras
de Natal e agora que estava começando a organizar algumas coisas que deixara
para as férias, já chegava a passos largos a hora de voltar à rotina. E pensava
consigo mesmo: que bom se eu fosse meu próprio patrão! Como gostaria de fazer
uma viagem de avião nas férias.. mas isso fica só nos sonhos por
enquanto. A
rotina ininterrupta de anos deixou Léo sem saber se continuava fazendo o que
fazia por prazer, por costume ou por obrigação. Sentia-se como se estivesse no
piloto automático.
Carol estava lendo blogs
de moda na internet.
31 de dezembro.
Seis da tarde.
Carol
e Léo já almoçaram, cada um voltou ao que fazia. Léo consultava páginas sobre
aeromodelismo na internet, Carol lia um livro sobre empreendedorismo. Coisas
que eles sabiam que não se concretizaria. Carol foi trocar de roupa, iria à
missa. Léo resolveu ir junto.
Sete
da noite.
Enquanto o sacerdote erguia as ofertas no altar, Carol pensava se faria um
jantar ou não. Provavelmente ninguém os visitaria esta noite. Mas não custava
fazer algo diferente.
Nove da noite.
Léo, como sempre, fez uma lista de resoluções, que foi rápida: bastou riscar o
que cumpriu no ano anterior e deixar o que faltava ser cumprido. Nada de
extraordinário para quem levava a vida no piloto automático. Carol tinha o mesmo
costume, porém já havia jogado fora três rascunhos, pois gostava de fazer
listas separadas por setores de sua vida. Notou que a maioria das resoluções
eram iguais às do ano anterior, que por sua vez eram iguais das do outro ano.
Nada estranho para quem tinha uma vida cinza.
31 de dezembro
Onze da noite.
Por superstição, costume, tradição ou sabe-se lá por que, Carol e Léo foram ao
quarto ao mesmo tempo. Despiram-se, trocando suas roupas por outras, brancas.Um
nem notou o outro despindo-se,estavam demasiadamente acostumados a fazer
isto. Foram até a varanda e ficaram conversando sobre assuntos triviais, até o
início dos fogos anunciando o Novo ano.
01 de Janeiro
Meia-noite.
- Feliz ano novo,
amor. - Feliz ano novo para
você também.
Assistiram aos fogos em
silêncio, até findarem. Foram ao quarto,
despiram-se As luzes se
apagaram. Antes do beijo de
boa-noite, Léo suspirou: - Vamos fazer algo
diferente este ano? - Seria bom, concordou
Carol. - Te amo. - Eu também.
01 de janeiro.
Dez da manhã.
Carol
levantou-se. A cabeça doía.Ao lado, Léo ainda dormia profundamente; era inútil
tentar acordá-lo.
Meio-dia.
Léo levantou-se, as
costas doíam.Carol já havia se levantado. Como ele gostaria que ela relaxasse
um pouco, para acordar ao lado dela.
Chavões, frases feitas, lugar comum, redundâncias....
Às vezes penso que quem cria e propaga essas frases feitas deveria
sofrer uma sanção horrível: passar o dia acorrentado em monólogos,
ouvindo ambiguidades, pleonasmos e catacreses por todos os lados,
ficando emaranhado em chavões e cacofonias, sendo obrigado a toda hora a
por as barbas de molho e a mão no fogo,para aprender a deixar de ser um
anacoluto fabricador de hipérbatos e zeugmas.
E viva a ironia, com todas as suas orações coordenadas e subordinadas!
- Feliz Ano Novo! Paz, Saúde, Felicidade, e vamos abrir o champanhe de uma vez e sorrir, e.... - Ei, espera aí! Você está bem atrasadinha, dona Marina. Hoje já é 14 de janeiro! - É mas, o blog voltou "ao ar" somente hoje, e tem muita gente que eu não cumprimentei. Feliz Ano Novo! - E vai beber champanhe às 4 da tarde? - Não, porque não tenho agora. Mas e se quisesse? O champanhe é meu e eu bebo a hora que quiser. Ah, só mais uma coisinha: Feliz Ano Novo! - Insuportável. - O que? - A mania que vocês tem. Começam um ano novo, fixado em um calendário que nem todo mundo segue, fazem um monte de resoluções e continuam com velhos hábitos.Querem que o ano mude a vida de vocês, em vez de vocês mudarem suas vidas. Escrevem resoluções que não vão cumprir e prometem coisas sem levar a sério, depois no dia 31 de dezembro começam a rir dizendo que não cumpriram.. - Mas que amargura é essa? É assim que você encara os dias que temos pela frente? Olha, não importa quando um ano começou ou terminou, ou se está no meio, todo e qualquer dia serve para fazermos proposições, pesarmos possibilidades e tentarmos melhorar. Estamos no mundo para que? Para aprender! A cada abrir de olhos matinal, vinte e quatro horas estão inteirinhas à nossa disposição, para darmos o melhor de nós. - Oh, que poético. E escrever desse jeito é o melhor que você pode fazer? - Sei que escrevendo assim, de certa forma vou divertir as pessoas que estão lendo. Eu gosto de escrever, e não sei se estou fazendo meu melhor, mas é o que quero fazer neste momento. E é isso aí, estou retomando o blog e criando planos para ele. - Pronto, já vi alguns links que você colocou aí.... vai fazer o blog ficar uma bagunça! - Pelo contrário. Quero simplificar o blog. Removo uma coisa ali, troco outra aqui, crio mais algumas páginas para não poluir a página principal. E vou fazer a mesma coisa com o outro blog. Só preciso de tempo para aperfeiçoar, cada dia vou mexendo um pouco. Paciência, o ano apenas começou. - Tá, tudo bem,não quero mais conversar. Seu otimismo é insuportável. - E você com essa carranca vai conseguir o que? Rugas!!! - Ah, e você não tem nenhuma ruga, talvez... - Tenho sim! Já passei dos trinta. É normal. Agora, posso escrever em paz, ou você ainda vai ficar me aporrinhando? -Não, eu acho que você já acabou, mesmo - Obrigada. Agora vamos embora, deixar o texto aí no blog para secar. (risada boba ao fundo)
É isso aí, pessoas, estamos de volta! Espero continuar escrevendo muito ainda, ter boas ideias e contar novamente com a companhia de vocês, comentando, criticando, aconselhando, incentivando. Já reiniciei minha "turnê" pelos blogs que adoro (vejam a lista de blogs aí do lado, e pelo jeito vai crescer...), estou com alguns projetos em curso e assim, vamos conversando neste espaço. Quero que todos vocês tenham um ótimo ano, e vamos que vamos! Até a próxima postagem!!!
Era noite, e Lúcia ia caminhando sem pressa, silenciosamente. Cabeça baixa. Volta e meia chutava uma latinha, metal ecoando pela rua deserta.
Céu negro. O luar havia sumido, a chuva não tardaria.
Negro. Céu. Coração. Dia.
Mais uma vez, voltava para casa sozinha, ruminando seus pensamentos. Era assim, desde que descobrira que seu primeiro amor, na verdade, nunca fora recíproco. Adilson era tão imaturo! E Lúcia, uma boba.
Foram meses apenas trocando olhares; semanas conversando, se conhecendo, e Lúcia tolamente se apaixonando. "Que legal, finalmente aconteceu comigo! Agora sei o que é amar"
Não, ela não sabia. Como também não sabia que Adilson apenas queria "ficar".
"Burra, burra"! Pensava consigo."Fiquei tanto tempo me arrumando, com o coração aos saltos cada vez que a gente se encontrava em alguma festa. Achava que ele também era apaixonado por mim".
A paixão durou até a festa seguinte, quando Lúcia o viu com outra menina, amiga dela.
Tentou se iludir, "estão apenas conversando".
Adilson a viu, fez sinal. Foram até a pracinha conversar, e ela ouviu:
" Eu estou muito confuso, então gostaria de dar um tempo".
Em menos de meia hora, ele já estava dando um tempo e sabe-se lá o que mais, com a outra menina!
E como arrancar o que estava sentindo? Ele a procurou outras vezes, e ela não conseguia resistir.
"Fraca!"
Mas esta noite fora diferente. Ela o deixara lá, plantado. Adilson chegara até a mesa em que Lúcia estava, querendo "dar uma volta",e ela finalmente reuniu coragem e disse "não".
Foi embora. E agora estava na estrada, indo para casa, logo perto. Chutando latas e pensamentos. Iria arrancar esse maldito sentimento e crescer!
"Argh, adolescência, por que prega essas peças? Isso vai passar?
Vai. Vai passar."
E continuou seu caminho, cantando baixinho a Balada do Céu Negro.
Não há
nada que acalme um coração que faz
Do amargo seu sabor
Nada basta a minha alma que reclama sem paz
Os teus beijos sem amor
Vejo céu
negro derramar
sobre a cidade a sua dor
Meus olhos no rastro do sol
que a tempestade nunca apagou
pra onde
vão desejos?
palavras sem razão?
Pra onde vão palavras?
versos ao vento vão
Um belo dia, um casal formado por um Zé Ninguém e uma Maria
Vai com as Outras cansou de ficar sem eira nem beira e resolveu conquistar um
lugar ao sol.