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31 de dez. de 2019

Livros Lidos em 2019 - Uma retrospectiva literária caótica


Olá, meu punhadinho carinhoso de leitores e leitoras!

Todo mundo passou bem as festas?

Então, estamos aqui no último post de 2019, mas não vou dizer que o blog vai entrar em pausa, pois logo é sexta-feira e já está programada a postagem da #1Imagem140Caracteres. 


Mas vamos ao que interessa.

Quem acompanha o Devaneios há algum tempo sabe que eu participo de blogagens coletivas, e mesmo com falhas tenho marcado presença na #DesafioMS que é promovido anualmente pela  Sybylla - Momentum Saga

Este ano consegui resenhar os doze livros do desafio ? De novo, não. Isso quer dizer que li menos de doze livros em um ano? Ahaha, claro que não, só não faziam parte do desafio. 
Esse foi um dos anos em que mais comprei livros tanto virtuais quanto físicos por me interessar pelos temas. Além dos livros que li para o #DesafioMS2019, muitos outros foram lidos durante o ano.

Meu problema é que nem sempre tenho tempo para ficar atualizando listas, nem lembro a última vez que entrei no Skoob.

 "Então,criatura, o que você quer com essa postagem afinal"? 

Apenas fazer uma lista despretensiosa sobre alguns livros que li este ano fazendo um post que pode ser interpretado como retrospectiva literária/dicas de leitura/impressões/ coloque depois desta barra o etcétera que você achar melhor.

(clique nos títulos dos livros para saber um pouco mais sobre cada um deles)

 Imagem: uma garota branca, com cabelos presos e usando um vestido longo, está sentada perto da janela, lendo um livro que está apoiando em seus joelhos. Perto da janela há um vaso de flores e nota-se que está chovendo lá fora.


 
Livros que li e resenhei aqui no blog este ano: 

Desmortos, de Mary C. Müller (Li e reli várias vezes e resenhei como parte do #DesafioMS2019) 

Tartarugas até lá embaixo, de John Green

Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha

Lady Susan, de Jane Austen

Nonoberto Nonemorto, de Luís Alberto de Abreu ( li novamente para escrever a resenha de forma melhor) 

A Vegetariana, de Han Kang


Manual do Calouro de Humanas, de Aleska Lemos




 - Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe: comecei a ler, mas  ainda não terminei. Não sei se é a atmosfera dos contos do livro ( sim, Poe é ótimo em contos de terror e suspense), ou se comecei a ler em má hora.. Mas ainda não terminei. O que é algo muito difícil de acontecer. Vou fazer a resenha dele, é parte do desafio literário que citei, mas vou ter de sentar e reler desde o início.

 
Outras leituras 


Livros que li este ano e que possivelmente serão resenhados também em posts a parte, com mais detalhes e as imagens das capas. Abaixo, a sinopse de cada um.


Mensageira da Sorte, de Fernanda Nia

No Rio de Janeiro,na época de Carnaval, a adolescente Sam se vê diante da responsabilidade de ser uma mensageira da sorte temporária. Seus próximos dias serão dedicados a entregar a pessoas designadas pelo Departamento de Correção da Sorte, uma organização extranatural secreta incumbida de nivelar o azar na vida das pessoas.O problema começa quando ela se envolve mais do que deveria com um dos destinatários das mensagens que ela deve transmitir e gradualmente descobre que há algo estranho no departamento... 
 Gostei bastante desta história, que tem os elementos da "jornada do herói" porém com o bom humor característico da autora. Se alguém não conhece o trabalho da Fernanda Nia, confira o site Como Eu Realmente. 


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O Ninho Envenenado - Crônicas do Amanhecer - Livro 1 , de R. Silva

Um livro que obtive gratuitamente em uma promoção do autor no ano passado, mas que só consegui ler de verdade este ano. 
 Este é o primeiro volume de uma saga de fantasia medieval e conta  a história da família real Scliros, que depois de um longo período de guerra busca a paz entre dois reinos diferentes. Como é de se esperar, há divisão entre reinos, tramas, traições.. Alguns elementos fazem lembrar de "Game of Thrones", mas o enredo não é enrolado como o de outros autores de obras neste estilo. 
As cenas são bem narradas e os detalhes e informações vão sendo passados aos poucos, ou seja, não causam confusão, o que mostra que dá para escrever uma fantasia medieval e ser objetivo. O final deste primeiro volume motiva  a continuar a ler a trilogia, e é o que pretendo fazer antes de publicar uma resenha aqui no blog. 


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A Sutil Arte de Ligar  o F*da-se, de Mark Manson 


O tipo de livro cujo título chama a atenção ao ver nas livrarias, e depois de passar várias e várias vezes pelas prateleiras, a curiosidade foi maior. (Na verdade, comprei pelo catálogo da Avon mesmo). 
Não terminei de ler ainda, e pelo que vi até agora (minha opinião, beleza?) basicamente é alguém nos dando um puxão de orelhas e dizendo para parar de sofrer por aquilo sobre o qual não temos controle e tomar as rédeas do que é nossa responsabilidade. 
Quando terminar a leitura, farei uma resenha decente com comentários melhores, ahaha.

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O Conto da Aia, de Margaret Atwood 

Outro livro que comprei por indicação, depois de tanto ouvir falar e ler resenhas em blogs que eu gosto. 

  Uma história impactante, que deu origem a uma série de TV que está sendo transmitida atualmente, inclusive.  Ler a saga de Offred, saber como o país em que mora - Gilead -  foi mudando para um estado de exceção e controle sobre a vida de seus cidadãos, transformando as mulheres férteis em meras incubadoras sem direitos é um soco na nossa cara. A sensação proporcionada pela leitura é tensa, precisei de uma semana refletindo antes de começar a ler outro livro.


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Deixe as Estrelas Falarem, de Lady Sybylla 

Como alguém que cresceu ouvindo falar sobre viagens espaciais, assistiu filmes de ficção científica com este tema e agora, depois de adulta se encantou com séries como Star Trek ( Jornada nas Estrelas) , sou suspeita para falar deste livro. Outra coisa que me faz ser suspeita em falar dele é o fato de eu ser fã do blog da Sybylla, o Momentum Saga e já ter lido outros livros dela. O enredo é envolvente e quando se percebe, já se acabou de ler a história da capitã Rosa e de como ela e sua tripulação se arriscam em uma missão que renderá o dinheiro  para os tão necessários reparos em sua nave, o cargueiro Amaterasu. A história não se limita a apenas mostrar a arriscada missão e as implicações que ocorrem quando os tripulantes da Amaterasu descobrem qual é a carga que devem transportar; há crítica social, questões ideológicas,reflexão sobre relacionamentos enfim! Uma leitura gostosa e que corre rapidamente. 


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Rebelião dos Irrecuperáveis, Liberdade para Irrecuperáveis e Insanity Asylum, de Thales Therassan

A Saga das crianças irrecuperáveis, que inicia com Onde Vivem Crianças Irrecuperáveis, segue até seu fim, quando o passado e as motivações dos personagens são esclarecidos, e as perguntas finalmente respondidas. O quarto livro após a saga compõe-se de  contos escritos por leitores desta, ambientados no universo do Insanity Asylum.


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Depois de Você, de Jojo Moyes -Antes de ler a próxima frase, aqui estou opinando e não resenhando, ou seja, se você leu e gostou do livro, não fica bravo(a) não. Na minha experiência de leitura, este foi uma decepcionante continuação de Como eu Era Antes de Você.
Apesar de sabermos que mudanças não ocorrem da noite para o dia e que era esperado que depois da euforia inicial em experimentar novas sensações a personagem ficasse melancólica,  ("fogo de palha")às vezes dá a impressão de que não houve muito amadurecimento depois da história do primeiro livro. 
 
Só posso dizer que esta continuação me deixou com sérias dúvidas se lerei o  próximo, Ainda Sou Eu, embora as opiniões sobre este terceiro sejam boas.


Obsessão Carnívora, de Herison Devi ( ainda não finalizado pelo autor)

A agência de modelos Plameňák (flamingo) é muito famosa, porém suas donas, as irmãs Morgana e Rut, coagem os modelos que ali trabalham a participarem de rituais macabros para manterem a fama. Entrar na agência é relativamente fácil, porém quanto a sair vivo... Cinco jovens tchecos acabam envolvendo-se nesta trama que inclui anorexia, crimes violentos e canibalismo.


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Medo Sublime, - Um caso da Detetive Harley Cleanwater,  de Gui Ribeiro. 

Uma garota habitante de uma pequena cidade inglesa  é encontrada morta com suas orelhas decepadas. A detetive Harley Cleanwater, é chamada para lidar com o caso e além de correr contra o tempo para solucioná-lo, também precisa lidar com o fato de que a maioria dos moradores da cidade não gostam nada dela, por conta de eventos anteriores. 
Harley é irônica, desiludida e afoga suas decepções cotidianamente em álcool. Seguindo as pistas que o assassino deixa, ela mergulha em uma atmosfera sombria e perturbadora, acreditando que a polícia local está seguindo falsas evidências.  



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Antes que eu te deixe ir, de Carol Christo ( ainda não finalizado pela autora) 

 O livro conta a história de Max, ainda abalado pelo suicídio do irmão. Meses depois, ele entra na universidade e o caderno de seu irmão, que carrega sempre consigo some. Logo os veteranos esclarecem aos calouros que o sumiço de alguns objetos é uma brincadeira para fazer novos amigos, dividindo os novos alunos em duplas. Agora, para reaver o caderno,Max ele terá de aliar-se à Flora, que também quer seu objeto pessoal devolvido sem precisar participar da "brincadeira".  

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Enfim! Chegamos ao último post, literalmente publicado no último dia do ano! Meu desejo para o próximo ano é poder fazer mais listas parecidas, ressuscitando de vez o "dicas da semana" e poder escrever mais. 

E você, que chegou até aqui? O que deseja para 2020? 



Agradeço a visita e a paciência, desejo que todas as pessoas que lêem este blog comecem bem 2020, e nos encontramos na sexta-feira!


Imagem em movimento (gif): um bebê com expressão sorridente manda um beijo, levando a mão à boca e a espalmando no ar. Quando ele faz este movimento, forma-se um coração que logo se desfaz em muitos corações pequenos. 


 

16 de out. de 2019

Resenha: A Vegetariana, de Han Kang


"Uma história sobre rebelião, tabu, violência e erotismo escrita com a clareza atordoante das melhores e mais aterradoras fábulas" ( Texto na contracapa do livro)



Capa do livro que tenho em casa

Livro: A Vegetariana
Autora: Han Kang
Tradução: Jae Hyung Woo (traduzida diretamente do coreano)
Editora: Todavia
1ª Edição, 2018 
176 páginas




     




   Yeonghye, uma mulher aparentemente comum , choca a família e a desestabiliza ao decidir, depois de um pesadelo, não mais comer, cozinhar ou servir carne. Uma decisão aparentemente simples porém considerada rebelde, que desencadeia uma série de eventos que fazem com que a dinâmica familiar nunca mais seja a mesma. 

     O livro é dividido em três partes, narrado por três vozes: o marido, única narração em primeira pessoa no livro todo, conta sobre a vida dos dois até um fatídico incidente em um almoço de família (No restante do livro não mais aparece, é apenas mencionado pelos outros personagens após ter se divorciado dela); o cunhado, artista visual que sente-se atraído por Yeonghye e sua rebeldia e a irmã mais velha, cujo ponto de vista vemos na terceira e última parte do livro.  Esta última parte é a mais comovente, pois além de mostrar o declínio mental de Yeonghye em um caminho sem volta, mostra que a irmã mais velha é a única que a enxerga realmente como uma pessoa, alguém que sofre, não como alguém conveniente (como o marido enfatiza, que gostava de Yeonghye por ela não se destacar - ou seja, não fazê-lo sentir-se inferior ou medíocre) ou como objeto de obsessão artística e física (ponto de vista do cunhado). 

A irmã mais velha se importa suficiente para mudar sua rotina e tentar o melhor para Yeonghye, enquanto se questiona sobre sua própria vida e relembra fatos do passado que impactaram as duas até o presente, relembrando outras atitudes "estranhas" que ela teve no passado e buscando explicações para a degradação mental e física que afeta a irmã mais nova. 

    O fato de tornar-se vegetariana, na realidade, é a ponta do iceberg: conforme a história vai se desenrolando pelos diferentes olhares, entendemos aos poucos a razão para Yeonghye ir se afastando gradualmente do mundo e da rotina que conhecia, fazendo assim com que outros familiares também questionem as escolhas de vida que os trouxeram até onde estão. A Vegetariana é um romance perturbador, onde sexualidade e loucura se misturam à medida que vamos conhecendo melhor Yeonghye e as atitudes que ela tem desde que decide não comer mais carne. 

Alguns trechos destacados, normalmente sonhos ou impressões confusas, são narrados pela própria Yeonghye e nos tragam em uma espiral de angústia ao tentar compreender sua mente. 


"Por que será? Tudo parece desconhecido para mim, como se olhasse para as coisas de longe. Como se estivesse presa atrás de uma porta sem maçaneta. Não é bem isso... Será que sempre estive ali e só agora me dou conta? Tudo está escuro e esmagado".(pg 32)



       Com o tempo, Yeonghye vai se desfazendo de outras convenções sociais, abandonando comportamentos considerados padrões: ficando cada vez mais tempo nua em casa sem se importar em ser vista, ausentando-se cada vez mais da sociedade e de suas regras, vivendo em um mundo próprio e afastando-se da família com quem só troca algumas palavras quando necessário. A narração da história nos leva neste turbilhão e nos perturba, fazendo com que nós , leitores também nos questionemos sobre a fronteira entre loucura e sensatez,sobre a violência física e psicológica e marcas da infância.
 Conforme a história avança, essa desconexão de Yeonghye com a realidade e o desejo cada vez maior de conectar-se com os vegetais nos angustia e nos leva velozmente ao final do livro, cuja história termina em aberto, focalizando nas duas e na angústia e melancolia da crua realidade de um mundo que embota nossos sentidos. 

Recomendo muitíssimo o livro, principalmente para quem está preparado para questionar certos padrões sociais e como a sociedade que construímos nos envenena ao mesmo tempo que nos sustenta.  A narrativa flui rápida sem deixar de ser impactante.


 O livro foi lançado há uma década na Coreia do Sul, mas demorou um pouco a chegar aqui no Brasil, a princípio traduzido do inglês. A edição que tenho foi traduzida diretamente do original, e a comprei na Estante Virtual


Para saber mais: 

 - Vídeo do canal Ler Antes de Morrer: uma resenha que explicita muito bem a essência do livro e contextualiza a história (contém alguns spoilers)


- Resenha do blog R.Izze.Nhas 
(mais completa)



Outros sites onde encontrar: 

Amazon

Saraiva

Site da Editora Todavia 
 
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Esta postagem faz parte do desafio literário 2019  proposto pela Sybylla, do blog Momentum Saga  



Outras postagens que fazem parte deste desafio:

1) Desmortos, de Mary C. Müller - Um livro Young Adult

2) Tartarugas até lá embaixo, de John Green - Um livro que eu deveria ter lido em 2018

 
3) Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha – Um livro Infanto-juvenil 

 
4) Lady Susan, de Jane Austen – Um livro epistolar.


5) Nonoberto Nonemorto,do Grupo Andaime de Teatro - Um livro que é uma peça de teatro  


6) A Vegetariana, de Han Kang - Um livro de autora ou autor asiático

 
 

 
 

1 de mai. de 2019

Resenha: Lady Susan, de Jane Austen





Capa da edição que possuo.

Livro: Lady Susan
Autora: Jane Austen
Ilustrador: Hugh Thomson – Domingos Martins
Tradução de Stephanie Savalla
Edição: 33ª
Ano: 2014
Editora Pedrazul


      
"Após uma tumultuada estadia em Langford, que gerou péssimos rumores sobre sua reputação, a viúva Lady Susan decide passar uma temporada na residência de seu cunhado, Mr. Vernon, na remota localidade de Churchill, interior da Inglaterra. Para lá também se dirige o irmão de Mrs. Catherine Vernon, Reginald de Courcy, atraído pelos escândalos que ouviu a respeito daquela dama. Bela, ousada e dissimulada, a viúva reverte toda a prévia má impressão de Reginald sobre sua honra, num elaborado jogo de sedução e inteligência"  
 (Trecho da sinopse, na orelha da edição da Pedrazul que tenho aqui comigo
 



   Este livro, aparentemente, é um dos primeiros escritos pela autora. Estima-se que tenha sido escrito entre os anos de 1793 e1795, quando Austen tinha menos de vinte anos. O livro foi publicado apenas após sua morte, quando seu sobrinho, James Edward Austen-Leigh, coletando material para uma segunda edição da biografia de sua tia, decidiu anexar três obras inéditas da escritora:"The Watsons" (1804), "Sanditon" (1817) e "Lady Susan", única obra das três que estava completa. 

   A história nos apresenta a Lady Susan, uma viúva de aproximadamente trinta e cinco anos, que aparenta ser mais jovem. Dotada de extraordinária beleza,esforça-se para parecer uma perfeita dama em sociedade. No momento, empenha-se em casar sua filha de dezesseis anos, Frederica, pois sendo viúva a pouco tempo teme pelo seu futuro financeiro. Porém, sob esta fachada existe uma mulher que brinca com os sentimentos dos outros, manipuladora e sagaz. No momento, está em um romance com um homem casado, mas não tem objeções em envolver-se com outro e flertar com rapazes por diversão. 
    Frederica, o oposto da mãe, também é objeto de suas maquinações, pois está sendo obrigada a casar-se contra sua vontade. Lady Susan trata Frederica com frieza e até rudeza, constantemente referindo-se a ela como “estúpida” e desconsiderando totalmente seus sentimentos. 


" Sir James fez-me propostas para Frederica: porém Frederica, que nasceu para ser o tormento da minha vida, optou por determinar-se tão violentamente contra a união, que pensei ser melhor deixar o projeto de lado por enquanto. Tenho me arrependido mais de uma vez de não ter eu mesma casado com ele (...)" (página 16, carta de Lady Susan a Mrs Johnson, sua amiga e confidente) 




 
A obra é escrita toda em forma de cartas, nas quais diversos personagens correspondem-se abordando o mesmo  assunto: Lady Susan, seu comportamento e como suas ações impactam as pessoas ao seu redor.  Até mesmo o leitor fica com impressões ambíguas sobre Susan Vernon, enquanto lê a correspondência e os pontos de vista dos diferentes personagens da obra.


  Nota-se ao final da obra (não vou dar spoilers, calma!) que a autora estava ligeiramente desconfortável com o formato epistolar, tanto que o último capítulo narra o epílogo desta história com uma narrativa em terceira pessoa.

Jane Austen nos presenteia com uma história que mostra a sagacidade e inteligência de uma personagem que mostra de forma explícita condutas como adultério e  imoralidade,aspectos estes que são vistos em outras obras suas porém de forma mais velada e sutil.  Para que não conhece ainda a obra de Austen, iniciar pela leitura de Lady Susan dá uma boa dimensão. A crítica aos costumes e ao perfil de mulher desejado pela sociedade da época transparece bem.

 A edição da Pedrazul conta com um prefácio bem esclarecedor sobre o estilo de Jane Austen e reflexões sobre as atitudes de alguns personagens da obra. 




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Onde encontrar (por um bom preço):

 Estante Virtual



Outras informações:

Resenha em vídeo do canal Ju Cirqueira

Resenha da Paola Aleksandra, do blog Livros e Fuxicos 

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 Esta postagem faz parte do desafio literário 2019  proposto pela Sybylla, do blog Momentum Saga  



Outras postagens que fazem parte deste desafio:

1) Desmortos, de Mary C. Müller - Um livro Young Adult

2) Tartarugas até lá embaixo, de John Green - Um livro que eu deveria ter lido em 2018
3) Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha – Um livro Infanto-juvenil
4) Lady Susan, de Jane Austen – Um livro epistolar.

5 de fev. de 2019

Resenha: Tartarugas Até Lá Embaixo, de John Green




Ano: 2017
Páginas: 269
Editora: Intrínseca 

Tradução: Ana Rodrigues









Aza Holmes tem dezesseis anos e  está no ensino médio, levando uma rotina normal de estudante, até onde é possível. Porém, costuma refletir excessivamente sobre o funcionamento de seu corpo, perdendo-se em pensamentos sobre fatos aos quais a maioria das pessoas não dá muita importância, como o processo de digestão de uma refeição, a proporção entre células de seu corpo e as bactérias que o habitam, o ritmo da respiração ou as implicações em esquecer de trocar um curativo na hora certa. 

Aza, no início do livro, diz se sentir uma coadjuvante. Alguém que está apenas como espectadora, assistindo sem participar realmente de sua vida. Nunca aqui e agora, nunca por inteiro. Sempre o alguém de outra pessoa: a filha da diretora, a amiga da personagem empoderada, a menina que sofre de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), mesmo com as pessoas que ela ama ao seu redor reiterando que não, Aza não é apenas sua doença. 

Além deste sofrimento constante, a personagem principal lida com a falta do pai, falecido quando ela ainda era criança e do qual guarda duas lembranças que lhe são muito caras: o celular dele e um carro, que recebeu o nome de Harold.  


Um bilionário que é alvo de vários processos está desaparecido. A melhor amiga de Aza, Daisy, a convence a ajudá-la na resolução deste mistério, de olho em uma polpuda recompensa. 
Nesta empreitada, Aza reencontra um amigo de infância, filho do bilionário. Agora, além de lidar com sua tempestade interna diária, também terá de lidar com as implicações deste reencontro enquanto ela e sua amiga tentam descobrir o paradeiro do empresário.

Apesar de ser fácil deduzir que haverá um romance, este não é o ponto central da trama.  Nem a resolução do mistério do desaparecimento do empresário chega a ser o ponto alto: o livro mostra o ponto de vista de Aza, e como ela, apesar de viver caindo em uma espiral causada pelos pensamentos indesejados, vai aprendendo a lidar da forma que pode com esta realidade.


John Green descreve de maneira precisa -  como só alguém que sofre deste transtorno conseguiria - a sensação de perda de controle, a  avalanche de pensamentos que tomam conta da personagem e como o “outro eu” dela a obriga a tomar algumas atitudes que sabe serem irracionais, mas não consegue evitar.



A história do livro é simples e a leitura flui com facilidade, apesar dos vários parágrafos narrando o que se passa na cabeça da protagonista. Dá para notar como Green fala através da personagem, explicando como se sente em relação ao TOC com o qual convive. 
Há quem diga que o livro é simples demais e possui inconsistências, porém prefiro pensar nele como uma oportunidade para discutir sobre saúde mental. Há muitas pessoas que ainda menosprezam os transtornos mentais, e ler o ponto de vista de alguém que lida com problemas desta ordem talvez ajude a colocar um pouco de lucidez na cabeça delas.


Para saber mais

vídeo no qual o autor fala sobre o livro ( legendado, abaixo): 




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Algumas sugestões de onde encontrar o livro: 





Livraria Saraiva

Estante Virtual


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Esta postagem faz parte do desafio literário 2019  proposto pela Sybylla, do blog Momentum Saga  .


Outras postagens que fazem parte deste desafio:

1) Desmortos, de Mary C. Müller - Um livro Young Adult

2) Tartarugas até lá embaixo, de John Green - Um livro que eu deveria ter lido em 2018





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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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