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25 de jan. de 2018

Resenha: O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa

Uma das capas da Editora Ática

 Desafio Literário 2017 ( atrasado): Um livro que você leu na escola

Autor:  Orígenes Lessa

Editora:  Ática

145 páginas










Ah, a Coleção Vaga-lume!  O primeiro contato de crianças e adolescentes de algumas gerações com a literatura nacional!

Outra capa, da Editora Global
Tendo sua primeira edição em 1938, O Feijão e o Sonho mostra o conflito no relacionamento entre o poeta José Bentes de Campos Lara ( conhecido como Campos Lara apenas - ou para a família, Juca) e sua esposa, Maria Rosa. Apesar de muito se amarem e ser um casal unido, possuem personalidades antagônicas, que transparecem até na narrativa em terceira pessoa: capítulos que mostram mais o ponto de vista de Campos Lara são mais poéticos, já os que mostram o ponto de vista de Maria Rosa são mais ponteados por diálogos e com um linguajar mais simples. 

O título do livro é uma metáfora a estes comportamentos tão diferentes: O Feijão - Maria Rosa - que precisa lutar para manter a casa organizada, lidar com o pouco dinheiro que entra, fazendo malabarismos para manter os filhos vestidos, alimentados. Maria Rosa é a praticidade, o bom senso. 
Outra capa na coleção Vaga-lume
O Sonho - Campos Lara. Escritos com seis livros publicados, intelectual, dado a longas conversas literárias com colegas escritores, mergulhado em livros e que é capaz de varar a noite escrevendo. Campos Lara é tão sonhador, que acaba ficando alienado, esquecendo-se do horário de trabalho, de prestar mais atenção ao lar e aos filhos. Não se dá conta de que o dinheiro que entra na casa mal dá para as despesas básicas. 





Boa parte do livro narra estes conflitos: Maria Rosa tenta a todo custo fazer com que Juca "desça um pouco nas nuvens" para ao menos ter um salário digno, já que o esposo dificilmente para em algum emprego. Campos Lara tenta continuar famoso, criando novos poemas, cultivando o sonho de viver de sua literatura. Ele tem muita dificuldade em conciliar estes dois mundos, o do sonho e o do "feijão" , ou seja, conseguir sustentar com dignidade a família. Maria Rosa obriga-se a ser totalmente o lado prático. 

Há momentos em que Campos Lara consegue algum retorno com a literatura, porém nunca o suficiente para poder viver exclusivamente disso, a não ser por um período de relativo sucesso. Com o tempo, as expectativas frustradas o fazem tomar um pouco mais de senso da realidade e conformar-se em permanecer em um emprego, deixando a situação financeira de sua família um pouco melhor, mas sem luxos. 

Li este livro pela primeira vez quando estava terminando o Ensino Fundamental, mas não me recordo exatamente em que ano. Na época, não entendi direito algumas alusões, principalmente sobre as fofocas que o povo da cidade de Capinzal, onde Campos Lara morou por um tempo, faziam uns sobre os outros. Para realizar esta resenha, li o livro novamente, e agora como adulta entendo muito melhor a fúria que dominou o escritor quando ele precisou passar a limpo as intrigas que estavam fazendo, falando dele pelas costas. 

O livro leva a refletir sobre desejos e obrigações, aspirações e limites que a vida nos impõe.  Lembro-me agora de um ditado: "nem tanto ao mar, nem tanto à terra": Em nossa vida, não podemos ser exclusivamente "feijão", para não nos tornarmos amargos, nem tanto "sonho", para não perdermos o senso da realidade. 


Também faz pensar sobre as dificuldades da profissão de escritor, de viver de literatura. 

A trama simples do livro, dividido em 51 capítulos sem títulos, agradou bastante aos leitores e à crítica. No ano seguinte ao seu lançamento, o livro ganhou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado, da Academia Brasileira de Letras. 

A história foi adaptada também para a televisão ( novela na TV Educativa em 1969 e em 1976 na TV Globo), além de apresentações no programa de teleteatro,  na TV Tupi, em 1952 e 1956.



Onde encontrar o livro: 
  
Pôster com o os atores que interpretaram
Campos Lara e Maria Rosa


Vídeos: 





9 de mai. de 2016

Desafio Literário 2016 - Um livro com menos de 150 páginas

E aqui estamos de novo, com mais uma etapa do #desafioMS2016! Para este desafio, um livro com  menos de 150 páginas. E o escolhido  é... tchan-tchan-tchan.... 





A Décima Segunda Noite

Autor: Luís Fernando Veríssimo
Editora: Objetiva
Coleção Devorando Shakespeare
Páginas: 147













Já cheguei a escrever brevemente sobre este livro, em outra postagem deste blog, há cerca de dois anos atrás. 



 Neste livro, Luís Fernando Veríssimo "devora Shakespeare", criando uma divertida versão da peça "Noite de Reis". Nesta versão, Illyria torna-se um salão de cabeleireiro em Paris, Orsino é o dono deste salão e contrata Violeta, que foi obrigada a disfarçar-se de César após perder-se em Paris e ser resgatada por um grupo de brasileiros morando nesta cidade. 

Todas as situações e confusões oriundas desta história são narradas por Henri, um papagaio  cinzento que nasceu em Paris  e passa o que resta de sua vida em um poleiro de plástico no salão de Orsino, sofrendo com a tinta colorida em suas penas e com uma paixão impossível. 

As digressões do narrador Henri são um capítulo à parte! Veríssimo sempre diverte quando descreve algum personagem digressionando,  e neste livro não é diferente. 

Apesar de ser mais famoso por suas crônicas e contos curtos, Veríssimo não "perde a mão" ao escrever romances e contos mais longos, e  "A Décima Segunda Noite" é uma das provas disto. 

E assim seguimos o #desafioMS2016! 

Até mais e boa semana! 



1 Imagem, 140 Caracteres #590

 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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