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7 de mar. de 2016

Desafio Literário 2016 - Março - Um livro banido e/ou censurado

Aqui estamos de volta! E o #DesafioMS2016 desta vez consiste em procurar um livro que tenha sido banido e/ou censurado. 

E o livro escolhido é....



FARENHEIT 451 - Ray Bradbury



Algumas das muitas capas que o livro recebeu ao longo de mais de 60 anos. 

O livro foi censurado em várias ocasiões e em diversos países, por conter linguagem considerada pesada, relato de violência e uso de drogas.  A própria editora Balantine Books modificou mais de setenta passagens do livro entre os anos de 1967 e 1979, eliminando palavras como "aborto" e "inferno". 



Escrito em 1953, o livro mostra-nos um futuro -sem indicar o século -  no qual os livros foram banidos da sociedade. 
Guy Montag é um bombeiro, cuja função neste futuro é queimar os livros que são clandestinamente escondidos nas casas dos moradores da cidade.No início da história, Montag está satisfeito com seu trabalho e admira o fogo. 
 Porém, parágrafos, linhas lidas ao acaso durante o trabalho despertam sua curiosidade e Montag acaba escondendo vários livros em sua casa - porém, não os lê, não ainda. 
Uma bela noite, após encerrar seu turno de trabalho, Montag encontra uma vizinha adolescente, Clarisse, andando pela rua, e ela o intriga com uma simples pergunta: "Você é feliz?" Ao voltar para casa e ter de chamar atendimento médico para sua esposa, vendo a frieza com que os profissionais a tratam,Montag sente-se incomodado com a sociedade em que vive. 

Nos dias seguintes, Montag e Clarisse conversam várias vezes, o que provoca mais reflexões sobre a vida dele.  Os livros escondidos em sua casa o assombram e ele já está muito desconfortável em sua função na sociedade. 
Após um evento impactante envolvendo mais uma queima de livros, Montag sente-se doente e não vai trabalhar. Seu chefe, Beatty, vai visitá-lo e aí está uma das partes do livro que mais me chama a atenção: 



A alienação e o gosto por banalidades fica evidente no perfil da esposa de Guy, Mildred, que se esforça para não pensar, não questionar, força-se a ser feliz na alienação. 
A felicidade precisa existir a qualquer custo, de acordo com o discurso do chefe Beatty, e por isso os livros foram banidos: para não atiçar a consciência, não ofender as minorias, os diversos grupos, não levar as pessoas a sentirem-se infelizes questionando o mundo à sua volta. 
A partir daí, Montag entra em um caminho sem volta, lendo os livros que escondeu na casa e pagando um preço por esta ousadia. Não adiantarei mais nada do enredo,pois não é minha função aqui contar o livro todo,  porém está claro como o dia que a vida de Guy Montag não será mais a mesma. 

Desenho de um Sabujo, cão eletrônico programado para caçar presas -ou pessoas. 
Ray Bradbury comentou, em uma ocasião, que o livro fala sobre como a televisão destrói o interesse pela leitura. 
É  impossível não traçar paralelo com a realidade de hoje, em que a tecnologia criou tantos meios para as pessoas interagirem, porém aumentando a solidão. Televisores cada vez maiores, entretenimento, pão e circo, redes sociais e conversas alienantes. A diferença é que hoje em dia há espaço para discussões  nas redes sociais e pessoas que questionam os programas de televisão, ao passo que no futuro de Farenheit 451 as pessoas simplesmente não questionam, aceitam o sistema imposto e os que não concordam ficam escondidos ou são perseguidos...bem, talvez não tão diferente assim...   

Comumente diz-se que o título do livro faz alusão à temperatura em que o tipo de papel de que os livros são feitos pegam fogo. 
Este livro virou um filme em 1966, claro que há diferenças no enredo em relação à história original, mas vale a pena assistir. (Sou suspeita para falar, prefiro o livro, mais denso em minha opinião)


O enredo é perturbador e apaixonante ao mesmo tempo. Vemos a evolução do personagem acontecendo, torcemos por ele, vibramos e tememos pelo seu futuro. As figuras de linguagem de Bradbury são um capítulo à parte: nada de palavras simples, o que se vê são descrições intimistas, metáforas marcantes para definir as situações que Montag vivencia e presencia. Às vezes é preciso reler algumas passagens para compreender totalmente o contexto. 

Demorei para conseguir este livro, agora que consegui só tenho uma palavra: RECOMENDADÍSSIMO! 


Quer participar deste #desafioMS2016? Leia este post e saiba como! 

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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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