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27 de mar. de 2019

Crônicas Shoppingzescas - Retalhos

A primeira vez que entrei em um shopping center, estava com dezoito anos de idade, no longínquo ano da graça de 1998. E só fui lá por estar fazendo - gratuitamente- um curso de técnica de vendas. Não virei vendedora e demorei anos para voltar a fazer um passeio deste tipo.

Foi também a primeira vez que usei uma escada rolante, com certo receio de não conseguir pisar no primeiro degrau ou sair da escada sem tropeçar em nada.
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É interessante como parece ter uma minicidade lá dentro: você sai de um restaurante e fica de frente a uma lanchonete, tendo de caminhar pouco para acabar em um mercado ou loja de roupas e quando se vira para outro lado acabou de entrar em uma livraria. Falando nisso, tenho de dar uma olhada em um cadastro que fiz em uma delas. Em que outro ambiente um piano de cauda esperando solenemente no centro de um pavimento está há poucos metros de luzes piscantes e acessórios de realidade virtual, com todo o ambiente perfumado por uma loja de essências?  

A confusão de sons e cheiros pode deixar até atordoado quem não costuma andar muito em lugares assim.

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Banheiros de shoppings centers também são um caso a parte, cada vez uma surpresa. Já havia passado dos trinta quando entrei em um destes e levei um susto quando a água acionou sozinha assim que coloquei as mãos na pia..
Já saí de um banheiro achando que havia acabado o papel toalha e indo me secar em outro  lugar, para na vez seguinte, algum tempo depois, ver alguém ao meu lado pegando papel. Aí que percebi que era preciso passar as mãos abaixo da plaquinha "papel", para que uma folha fosse liberada. Sinceramente, melhor que aquele esquema de soprar ar quente para secar as mãos, que todos sabemos que não seca tanto assim. E o aviso de que "duas folhas bastam" para secar as mãos? Propaganda enganosa! Minhas mãos são pequenas e não, duas folhas não bastam. Pelo menos não se for qualquer tipo de folha.
Mas enfim, vamos parar de falar de banheiros, senão terei de mudar o título do texto para "Crônicas de Banheiros", e isto iria acabar em um longo parágrafo falando de cheiros, sons e fluidos corporais, e não estou a fim de escrever sobre isto agora.
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 Um "problema" de se passear em Shoppings é a área de alimentação, na qual cheiros de comidas, lanches, guloseimas e etcéteras alimentícios do mundo inteiro se misturam. Shawarma e sushis compartilhando metros quadrados, massas italianas e receitas lowcarb uma ao lado da outra, fast foods de um lado e o cheiro de capuccino vindo do outro, um pequeno quiosque de jujubas, enfim. Um desespero para alguém que estiver de dieta (ou não). Melhor não ficar muito tempo em um local assim, 😄😄😄.

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Nestas férias, fui algumas vezes passear em Shoppings Centers - passear e comer,pois vamos encarar a realidade, quem vai a um Shopping para fazer a compra do mês no mercado?  Conseguimos encontrar um DVD com raridades de ficção científica, que ainda não terminei de assistir, uma livraria em uma loja de departamentos que parecia abarrotada de títulos até eu chegar mais perto e ver que uma prateleira era basicamente repleta apenas com vários exemplares da mesma obra e chegamos a passar na frente do cinema porém desta vez nenhum filme atraiu tanto a atenção. Fiquei mais focada na livraria com a coleção completa do Harry Potter, mas no momento o fator grana não colaborou com minhas ambições.
 O mais interessante são as exposições itinerantes que  ocorrem, como brasões de famílias, dinossauros que movem partes do corpo, peças de museu, o que rende um bom aprendizado e um novo repertório de piadas internas entre mim e quem estiver junto. Só não consegui ainda chegar em um momento em que estivesse rolando um sarau literário ou artístico, mas já tirei foto em frente a uma réplica da TARDIS. Só achei exagerada a quantidade de cãezinhos animados eletronicamente por metro quadrado na exposição de Natal. 

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Talvez em uma próxima visita haja algum filme interessante, ou ao menos algum título que chame a atenção na livraria a ponto de justificar a viagem. Até o momento há um empate técnico entre a foto com a TARDIS  e a mesa de sinuca na qual não consegui ganhar nenhuma partida.

13 de nov. de 2018

Escrita Bêbada

O texto abaixo foi uma brincadeirinha de escrever o que vinha à cabeça. Fiz isso em julho deste ano e deixei em rascunho, parado sei lá porque razão. Agora resolvi publicar do jeito que estava, por pura diversão. 

Tomei metade de uma taça de vinho branco, gelado. Para não "pegar" muito, comi algo doce junto. 
Descobri que não adianta coisa alguma,estou escrevendo muito tonta. Postei algo em um grupo de WhatsApp anexando uma foto minha com a taça na mão e uma boina na cabeça, tipo um dos integrantes do ACDC e espero não ter digitado nada errado. Meu rosto arde. Caraca, foi só uma taça e nem tava cheia! Será que vou pegar no sono em cima do teclado? Não, estou tonta mas não "tonta", se estivesse bêbada pra valer não ficaria corrigindo o que estou escrevendo neste exato momento, embalada pela música que meu marido está tocando na guitarra. Acho que nunca disse para vocês como adoro ouvir meu marido tocar. Ele está tocando Alice In Chains, que é a banda que embala a vida do Victor, um dos personagens de "Várias Facetas, Várias Vidas", livro que estou revisando e repostando  aqui no Wattpad. 
Baixar a cabeça tá foda, fico mais tonta ainda. Ficar aqui paradinha me ajuda bastante, mas acho que vou tomar uma água e dormir daqui a pouco, pois o negócio tá tenso. Imagina se eu bebesse o que muita gente que conheço bebe. Graças a Deus que estou na comodidade do meu lar, posso ir para a cama e me jogar sem ninguém perceber que estou tonta. 
Amanhã venho ver o que escrevi aqui e se sair um conto ou crônica legal eu aproveito e publico nesta plataforma* ou no blog. Falando nisso, tenho de terminar uma resenha lá no blog, de um livro que fui postergando a leitura e que agora penso, puxa, por que não li antes? 
Semana que vem volto a trabalhar e vou tirar um tempo para arrumar e postar essa resenha de uma vez, e também tirar uns escritos do rascunho por que deu, né?

* a referida plataforma é o Wattpad, onde escrevi este rascunho originalmente

23 de ago. de 2017

Malditas noites de Lua Cheia



(22 de agosto - Dia do Folclore Brasileiro)





Minha agonia não tem fim. Só tem pausas, mas não tem fim e não sei se algum dia vai ter.

Dizem que há um jeito de quebrar minha maldição, porém quem é que vai ter coragem de bater na minha cabeça quando estou transformado e transtornado?

Essa porcaria me persegue desde meus treze anos. Ainda lembro daquela noite em que algo me forçou a sair de casa. Era quase meia-noite e a lua brilhava enorme no céu. Sem entender porque, algo me fez levantar da cama. Parecia que algo me chamava, eu precisava fazer isso. Meus passos me levaram para um local deserto e...
...só me lembro de acordar na minha cama, nu, com o sol já a pino, me sentindo exausto. Minhas roupas estavam rasgadas, no chão. Não fui à aula, meus pais relatam que tentaram me acordar de todas as maneiras e não conseguiam. Estava me sentindo tão cansado que não tinha forças para nada.

Passei alguns dias ouvindo meus pais acusando-se mutuamente pelo meu batizado ter demorado a acontecer, por terem tentado ter um filho depois de sete filhas. E depois pedindo que eu evitasse abrir a janela do quarto em noites de lua cheia. 

Desde aquela noite, toda terça-feira é essa agonia. E piora muito, quando estas terças coincidem com luas cheias. Quero dormir e não consigo, a necessidade de sair de casa é tão forte que sinto como se algo me puxasse. Acordo cansado, sujo, dolorido,sem voz,  com a certeza de que de novo fiz. De que de novo corri, corri muito, espantei cães, apaguei luzes, uivei com todas as forças. De novo tive de cumprir esta maldição. 

Tenho alguns flashes enquanto estou neste tipo de transe. Percebo casas passando em alta velocidade, cachorros correndo apavorados. Como se fosse um sonho, pedaços de sonho. 
Já acordei assustado por ver sangue na minha cama, ficando aterrorizado em seguida ao ver que o sangue era de uma galinha, já sem a cabeça. 
Já acordei todo sujo, sem lembrar como aconteceu. 
Tentei colocar tranca em todas as portas e janelas, para no dia seguinte acordar de cara com ripas de madeira quebradas e farpas nos meus braços. 
Com o passar dos anos, fui me conformando, de certo modo, com minha condição. Vivo sozinho desde os dezoito anos, isolado em uma casa que construí para mim. Faço alguns bicos durante a semana e gosto de sossego. Um jeito de compensar a canseira de percorrer sete pátios de igreja, sete vilas e sete encruzilhadas uma vez por semana. Pelo menos é o que dizem que eu faço. Se é que com a cidade crescendo tanto ainda tem alguma vila, mas isso é outra história. 

Só sei que estou cansado. Cansado desta condição, cansado desta vida que levo, evitando outras pessoas ao máximo para não criar laços. Cansado de viver sozinho para não assustar ninguém. Evitando ter uma vida com uma família, com medo de passar esta maldição para outros. 

Gostaria de dar um fim nisso, de uma vez. Porém ainda não tenho coragem para tal. Se alguém tivesse coragem de bater na minha cabeça, quem sabe. Ou eu poderia provocar uma briga em algum bar, sei lá.. Aí alguém bateria na minha cabeça e eu ficaria sabendo se essa parte da lenda também é real. 

Às vezes penso que nada disso acontece, e na verdade apenas penso ter sido amaldiçoado. Ou eu tenho talvez algum problema mental, talvez esquizofrenia, ausência, sei lá... 

Enquanto não decido o que fazer, vou seguindo assim. Até quando não sei. Esperando que algo mude, mas sem coragem de procurar a mudança. O porquê eu não sei. 

18 de jul. de 2017

Fogo


Queimo meu diário da adolescência para esquecer como eram ridículas minhas ideias.
Queimo meu antigo caderno de planejamento  financeiro porque chega de números que já caducaram.
Queimo meus primeiros cadernos de registros, porque lembram meus desastrosos primeiros anos de trabalho.
Queimo as notas de compra que vou encontrando porque já deu,
Queimo minha festa de debutante, queimo meu primeiro beijo, queimo meu primeiro rolo-ficante-seja-lá-o-que-for.
Queimo meu álbum de casamento, queimo meus porta-retratos, queimo os cartões de visita, os envelopes com meu antigo endereço.
Queimo os LP's e CD's que lembram como tudo foi fútil e vazio. 
Queimo minhas revistas e livros que alienaram a parte da minha vida que também queimo agora. 
Queimo minhas lembranças passadas, toda a presunção e ambição pequena que tive em um passado que não parece ter sido meu.
Queimo meu eu antigo, queimo meu antigo lar, minha antiga família. 
Contemplo as cinzas sendo levadas embora por um instante, porém logo viro as costas. 
Está feito. 
Agora posso entrar em um novo mundo. 

Este texto faz parte da obra Fragmentos, que estou escrevendo no Wattpad. Quer conferir mais textos lá? Clica na capa do livro! Te espero lá!

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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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