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31 de jan. de 2018

Resenha: Onde vivem crianças Irrecuperáveis, de ThallesTerassan

Desafio Literário 2018: O Primeiro livro de uma série




Onde Vivem Crianças Irrecuperáveis



Autor: Thalles Terassan
Disponível na plataforma Wattpad 
(Em revisão)

Disponível para venda no Clube de Autores, nas versões físico e e-book, com 236 páginas. 
Link para venda: http://goo.gl/VsWHhP


Ilustrações de Daniella Salamão

ATUALIZAÇÃO:  O livro também está disponível para venda no Clube de Autores, nas versões físico e e-book, com 236 páginas. 


"Condenada a passar o resto de sua vida em um orfanato para crianças insanas, Pandora, uma infeliz jovem de 12 anos, foi acusada por ter supostamente assassinado seus pais, mas o que ela não esperava é ter esquecido de seus crimes e de tudo antes disso, fazendo-a questionar se é mesmo uma criminosa. Agora a garota embarcará para o desconhecido, viajará através de sonhos e lembranças, enfrentará criaturas peculiares passando por lugares inimagináveis e encontrará as respostas para todos os pecados que envolvem seu passado e o Insanity Asylum." ( sinopse escrita pelo autor)




    Crianças que não podem continuar vivendo em  sociedade. Um orfanato. Uma diretora. Parece um enredo que já conhecemos, não é? 
Mas já antecipo: as semelhanças com o Lar da Senhorita Peregrine param por aí.Apesar do autor ter se inspirado na ideia do orfanato, a história é bem diferente! 




Regras de conduta, que aparecem
logo no início do livro
Neste livro não veremos peculiares, paisagens paradisíacas e uma diretora zelosa (pelo menos não com as crianças). 

Pandora é uma menina de doze anos que um belo dia, vê-se no banco de trás de um carro, com as roupas sujas de sangue, sendo levada por um motorista que não conhece, e que diz que ela matou os próprios pais. 
A menina não consegue lembrar-se disso.. aliás, não consegue lembrar-se de nenhum fato anterior àquele dia. Abandonada às portas do Insanity Asylum  apenas com sua mala com  e a roupa do corpo em frente ela é recebida por Pompoo Purnel, diretora do orfanato.

A princípio a diretora parece simpática e a recebe com carinho, porém logo some de vista. Não costuma conversar com as crianças, permanecendo quase o tempo todo em sua sala. Quando sai, geralmente é para reprimir os irrecuperáveis,sendo agressiva com eles fisicamente,  não admitindo ser questionada. A ordem e a disciplina são importantes, segundo ela. E nada deve sair dos trilhos, o que ela mostra com veemência quando logo do dia seguinte dá um tapa em Pandora simplesmente porque a menina aos gritos após um pesadelo pede para falar com ela. Os demais funcionários também não dão muita atenção para as crianças, que passam os dias encerradas dentro da construção, sem sequer poder sair para apreciar os jardins.


As janelas são fechadas e com tábuas pregadas, entrando pouquíssima luz do sol, com exceção da enfermaria. A iluminação fica por conta de castiçais. 
Pandora Moon, por Daniella Salamão
A comida é terrível e insuficiente para saciar a fome e as opções de lazer são limitadas: instrumentos musicais maltratados e decadentes e uma vitrola que não para de tocar durante o dia inteiro. 


Assim os dias vão se arrastando, sendo que apenas a hora de dormir traz uma forma de fuga desta realidade: as crianças devem conectar-se a dispositivos chamados "drenadores", para substituir pesadelos por sonhos bons.. Uma forma de fugir da realidade terrível que atormenta as crianças, todas internadas neste orfanato por terem assassinado alguém da família. 

Porém, Pandora desde o início sente que algo está errado: tem pesadelos, não consegue recuperar totalmente suas memórias, nota que tanto ela quanto as outras crianças estão ficando magras, sentindo-se mais fracas. E não sabe se as lembranças que tem são reais, por isso começa a questionar-se: será mesmo uma assassina? Por que a diretora é tão ríspida? Por que o ambiente é tão precário, se todos os funcionários insistem em assegurar que tudo é feito pelo bem dos irrecuperáveis? 

O sumiço de uma menina antes de Pandora chegar ao orfanato, juntamente com  as histórias que ouve de outras crianças que estão ali a mais tempo deixam a menina mais intrigada a cada dia...Durante este tempo, ela faz amizade com duas outras crianças de sua idade, que a ajudam a investigar a estranha rotina do orfanato e a passar em provas estranhas que acontecem durante o sono. 

Pompoo, a diretora, revela-se ao longo do livro como uma pessoa cruel, e o real motivo da existência deste orfanato ainda é um mistério para as crianças e adolescentes que lá residem. 

Conforme Pandora investiga, vai descobrindo cada vez mais coisas terríveis... e o pesadelo está apenas começando. 



Como dito acima, este é o primeiro livro de série que conta com três livros e um quarto com crônicas ( como um spin-off: irrecuperáveis contando como foram parar no Insanity Asylum). 


A narrativa é tensa, levando-nos a sentir as emoções das crianças e imaginando se eles são realmente irrecuperáveis. 

Chama a atenção também o capricho do autor, com uma ilustração instigante no rodapé da página de cada livro ( estou começando a ler o terceiro), as ilustrações e a dedicação em criar uma trilha sonora e book traillers que ampliam a experiência de quem está lendo. 



Ilustração no rodapé das páginas do primeiro livro. 

Há alguns erros de ortografia, porém o livro está em revisão ( o autor visa uma publicação em livro físico) e a promessa de que estes erros serão sanados. 





Pôster criado pela ilustradora Daniella Salamão
Volumes da trilogia Irrecuperáveis:

1- Onde Vivem Crianças Irrecuperáveis
2- Rebelião dos Irrecuperáveis
3 - Liberdade para Irrecuperáveis

4- (Spin-off's): Crônicas de Irrecuperáveis.(com participação de outros autores)


Book Trailler  ( Youtube) 



Para quem gosta de histórias envolvendo adolescentes e terror, recomendo! 

26 de jan. de 2018

1 Imagem, 140 Caracteres # 227

Oi!!! 

E aí, como está este fim de janeiro? 

Em primeiro lugar, muito obrigada pelos comentários nas postagens passadas, este carinho motiva a continuar escrevendo! 

E em segundo, sem enrolar mais, vamos à imagem desta semana? 
A imagem abaixo está em meus arquivos já faz um tempo, por isso não lembro mais  de onde ela veio.
O  que será que está se passando pela cabeça desta jovem? O que pode estar acontecendo? Vamos ver o que os e as participantes da BC vão narrar! 




  Não consigo comer nem esta fatia de pão sem pensar em engordar! Acho que vou tentar pelo menos tomar este copo d'água...






( Em tempo: anorexia é coisa muito séria! Se conheces alguém assim, procure ajuda urgentemente para esta pessoa. Anorexia mata!) 


Até a próxima, povo! 




25 de jan. de 2018

Resenha: O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa

Uma das capas da Editora Ática

 Desafio Literário 2017 ( atrasado): Um livro que você leu na escola

Autor:  Orígenes Lessa

Editora:  Ática

145 páginas










Ah, a Coleção Vaga-lume!  O primeiro contato de crianças e adolescentes de algumas gerações com a literatura nacional!

Outra capa, da Editora Global
Tendo sua primeira edição em 1938, O Feijão e o Sonho mostra o conflito no relacionamento entre o poeta José Bentes de Campos Lara ( conhecido como Campos Lara apenas - ou para a família, Juca) e sua esposa, Maria Rosa. Apesar de muito se amarem e ser um casal unido, possuem personalidades antagônicas, que transparecem até na narrativa em terceira pessoa: capítulos que mostram mais o ponto de vista de Campos Lara são mais poéticos, já os que mostram o ponto de vista de Maria Rosa são mais ponteados por diálogos e com um linguajar mais simples. 

O título do livro é uma metáfora a estes comportamentos tão diferentes: O Feijão - Maria Rosa - que precisa lutar para manter a casa organizada, lidar com o pouco dinheiro que entra, fazendo malabarismos para manter os filhos vestidos, alimentados. Maria Rosa é a praticidade, o bom senso. 
Outra capa na coleção Vaga-lume
O Sonho - Campos Lara. Escritos com seis livros publicados, intelectual, dado a longas conversas literárias com colegas escritores, mergulhado em livros e que é capaz de varar a noite escrevendo. Campos Lara é tão sonhador, que acaba ficando alienado, esquecendo-se do horário de trabalho, de prestar mais atenção ao lar e aos filhos. Não se dá conta de que o dinheiro que entra na casa mal dá para as despesas básicas. 





Boa parte do livro narra estes conflitos: Maria Rosa tenta a todo custo fazer com que Juca "desça um pouco nas nuvens" para ao menos ter um salário digno, já que o esposo dificilmente para em algum emprego. Campos Lara tenta continuar famoso, criando novos poemas, cultivando o sonho de viver de sua literatura. Ele tem muita dificuldade em conciliar estes dois mundos, o do sonho e o do "feijão" , ou seja, conseguir sustentar com dignidade a família. Maria Rosa obriga-se a ser totalmente o lado prático. 

Há momentos em que Campos Lara consegue algum retorno com a literatura, porém nunca o suficiente para poder viver exclusivamente disso, a não ser por um período de relativo sucesso. Com o tempo, as expectativas frustradas o fazem tomar um pouco mais de senso da realidade e conformar-se em permanecer em um emprego, deixando a situação financeira de sua família um pouco melhor, mas sem luxos. 

Li este livro pela primeira vez quando estava terminando o Ensino Fundamental, mas não me recordo exatamente em que ano. Na época, não entendi direito algumas alusões, principalmente sobre as fofocas que o povo da cidade de Capinzal, onde Campos Lara morou por um tempo, faziam uns sobre os outros. Para realizar esta resenha, li o livro novamente, e agora como adulta entendo muito melhor a fúria que dominou o escritor quando ele precisou passar a limpo as intrigas que estavam fazendo, falando dele pelas costas. 

O livro leva a refletir sobre desejos e obrigações, aspirações e limites que a vida nos impõe.  Lembro-me agora de um ditado: "nem tanto ao mar, nem tanto à terra": Em nossa vida, não podemos ser exclusivamente "feijão", para não nos tornarmos amargos, nem tanto "sonho", para não perdermos o senso da realidade. 


Também faz pensar sobre as dificuldades da profissão de escritor, de viver de literatura. 

A trama simples do livro, dividido em 51 capítulos sem títulos, agradou bastante aos leitores e à crítica. No ano seguinte ao seu lançamento, o livro ganhou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado, da Academia Brasileira de Letras. 

A história foi adaptada também para a televisão ( novela na TV Educativa em 1969 e em 1976 na TV Globo), além de apresentações no programa de teleteatro,  na TV Tupi, em 1952 e 1956.



Onde encontrar o livro: 
  
Pôster com o os atores que interpretaram
Campos Lara e Maria Rosa


Vídeos: 





20 de jan. de 2018

7 Anos de Blog!

Bom dia, boa tarde, boa noite! 



Postagem curtinha só para dizer que o Devaneios e Desvarios já está saindo da primeira infância, rsrsrs... 


Iniciei o blog em janeiro de 2011, com objetivo de compartilhar textos que eu tinha registrado em cadernos diversos ( que escrevia, rascunhava, enfim..) desde a adolescência,e também como um lugar de desabafo, uma válvula de escape. 

Começando de forma despretensiosa, como um espaço para diversão, logo tomou uma dimensão maior.
 Conheci, através da blogosfera - não se se ainda usam este termo - vários outros blogs e seus autores e autoras maravilhosos (as), com os quais boa parte ainda mantenho contato até hoje, seja pela blogosfera ou pelas redes sociais. 



Será meu sonho ter mais livros com meu nomezinho
em minhas mãos? 
E foi esta interação que me deu coragem de revisar vários textos meus e transformá-los em livros, conhecer outras plataformas de divulgação, editoras e tanta gente legal que também utilizava e utiliza seus blogs para os mais diversos fins. 

Houve momentos em que pensei em pausar o blog? Sim. Já fiquei um bom tempo sem inspiração para postar, já fiquei tentada a excluir, e devo confessar que se não fosse o compromisso com a #1Imagem140Caracteres este blog teria ficado meses sem postagens novas. 


Mas, por mais que as obrigações do mundo fora desta aldeia global chamada internet preencham nossos dias, quem gosta de escrever vai encontrar uma forma de não deixar a peteca cair! 

E, agora, como dizia Emília, personagem imortal criada por Monteiro Lobato, a vida é um pisca-pisca... e em um piscar de olhos, sete anos se passaram! 

Não posso mandar um pedaço de bolo para cada um, mas abraços e beijos virtuais estão chegando a cada pessoa que está lendo neste momento! 

Então, parabéns para o blog e para todos que fazem da internet um lugar melhor com suas interações! 




19 de jan. de 2018

1 Imagem, 140 Caracteres # 226

Bom dia, pessoas lindinhas do meu coração! 


Tudo bem? 


Chega mais uma vez a sexta-feira de uma semana chuvosa e trovejante por estas bandas. (se não estiver mais assim, não pense que enlouqueci.. estou programando esta postagem em uma chuvosa noite de quarta-feira). 



Vamos à nossa imagem desta semana? 






Ligaram do hospital. As ferramentas de trabalho ficaram ali. Esperando silenciosamente




Bom final de semana!!!









17 de jan. de 2018

Proposições bloguísticas 2018

Deixei, no início de 2017, umas proposições para mim mesma, e anuncio agora que fracassei em boa parte delas por ter perdido o foco. 




Vamos recapitular quais eram estas metas: 


1) Zerar o Desafio Literário 2017 do Momentum Saga: Parcialmente cumprida

Ficou faltando um livro de terror, um livro com mais de 500 páginas e um livro com personagem principal não-hétero. 
Mesmo estando em 2018 já, vou publicar o "livro que li na escola", pois a postagem está quase pronta. 


2) Fazer mais postagens sobre livros autopublicados (em plataformas como Clube de AutoresWattPad e outros:Não cumprida

Li muitos livros no Wattpad, muitos mesmo, mas fiquei devendo mais postagens sobre esta plataforma e sobre o Clube de Autores, que acessei pouquíssimas vezes em 2017. 

3) Catar imagens mais criativas para a BC 1 Imagem, 140 Caracteres.:Parcialmente cumprida

Tentei, né? Digam vocês se as imagens estavam boas, rsrsrs. Ah, tanto eu quanto a Silvana (quando ela puder voltar)  aceitamos sugestões de imagens, com toda certeza! Nos contatem! 

4) Conhecer blogs novos e divulgá-los aqui no Devaneios: Não cumprida.

Conheci blogs novos, salvei os endereços deles mas acabei não fazendo postagens sobre os mesmos, que feio, tsc, tsc. 


5) Finalizar meus contos inacabados. Parcialmente cumprida

Finalizei Fragmentos e estou revisando para publicação! Porém deixei vários contos não finalizados ainda no meu computador. 

6) Cumprir pelo menos a maior parte do meu  Calendário do Escritor - seja aqui no blog, ou no WattPad, ou até mesmo na página do Facebook.Parcialmente cumprida

Deixei Várias Facetas, Várias Vidas em suspenso lá no Wattpad para revisar e iniciei um novo livro - Doppelgänger -que já está com cinco capítulos publicados. 

Meu Calendário do Escritor 2017 ficou com muitos espaços vazios, mas sou brasileira e não desisto nunca, ou seja... Já imprimi o calendário 2018 e estou anotando, ahaha. 


7) Subir pelo menos mais um vídeo no canal do Youtube.

Nem consegui pensar nisso, com meu trabalho e novas atribuições que recebi durante o ano, falta de inspiração, procrastinação ( droga de palavra que quero riscar do meu dicionário) e outras coisinhas. 


Enfim, agora para 2018, as metas são: 


- Publicar Fragmentos de uma vez - quem sabe na Amazon?

- Divulgar mais blogs interessantes aqui. 

- Conseguir subir um ou dois vídeos pelo menos para o canal do Youtube não ficar às moscas. Não contem com grandes efeitos de edição, 😃😃😃

-  Ter mais dias anotados no meu Calendário do Escritor 2018. O que implica em programar postagens, usar mais o word e aproveitar dias de folga como hoje, pois quando eu voltar ao trabalho o ritmo vai ser insano! 

AHHHHHHHHHHHHHHH!    Acabei de me lembrar que neste mês de janeiro o blog está completando 7 anos! (Todo ano eu esqueço de "comemorar o aniversário" do blog. Tive que ir lá no arquivo de postagens para ver a data certa - será dia 20, ou seja... sábado. 

Até sexta-feira, pessoas que tiveram paciência para devanear comigo neste post! 
E para os demais também (rsrsrsrs) 



12 de jan. de 2018

1 Imagem, 140 Caracteres # 225

Bom dia! 

Depois de uma tempestade (parecia passar um rio aqui na frente de casa!) e um apagão que não me deixou preparar a postagem ontem à noite, o sol brilha, uma brisa suave acaricia as árvores e a roupa seca no varal.. enquanto aproveito o dia para uma faxina! 

Mas antes.. pausa para postar nossa imagem da semana, claro!

Tudo bem com vocês? Espero que sim! 


Vamos à nossa imagem? ( se olharem com atenção, verão que é animada!) 





Um cenário tão colorido preencheu meu espírito, quando mais precisei. Como os pássaros, me libertei e cantei sob a chuva. 




Bom final de semana! 






5 de jan. de 2018

1 Imagem, 140 Caracteres # 224

Oláááá!

Primeira sexta-feira do ano e o que temos aqui? Sim, nossa querida postagem de toda sexta-feira, aquela que exercita a concisão, a escrita resumida, o suprassumo do sentimento... Nossa #1Imagem140Caracteres, seguindo em 2018!


Todo mundo bem aí? Um salve para você que está lendo isso na praia, ( deixa prá ler depois e vai curtir o mar!), no celular dentro de um busão, na comodidade do lar porque não deu para passear esta semana, no trabalho (faz isso não, gente boa, se te pegam não me responsabilizo), enfim!


Vamos à nossa imagem da semana?





Nem sempre o fim é realmente um final.. Pode ser um recomeço. Um renascimento. E pode surpreender.


Bebam muito líquido! (rsrs) 

Até a próxima! 





3 de jan. de 2018

Resenha: Jegwaká- O Clã do Centro da Terra, de Vânia P. S. Hu'yju

Desafio Literário MS 2017 - Um Livro com protagonista não-branco

Sim, é o primeiro post de 2018. Sim, eu sei que 2017 já acabou, mas quero finalizar esse desafio, ahaha) 




Autora: Vania P.S. Hu'yju ( (Vânia Pereira da Silva)

Editora: Skull  

Edição: 1ª - 2017  - 271 páginas

Também disponível no Wattpad 
( amostra de alguns capítulos)



"No mundo de Jegwaká, deuses, demônios, senhores das matas, das águas e de territórios terrestres e até do subsolo convivem e atuam no mundo humano. E ali disputam uma guerra de posse de almas, corpos e territórios" ( Parte da sinopse, na contracapa do livro)


    Vânia Pereira da Silva ( que assina esta obra como Vania P.S. Hu'yju), é professora e missionária em aldeias indígenas, sendo fluente nas línguas Kaiowá e Guarani. Formada em Pedagogia e com especialização e mestrado, ela já produziu muitos artigos, capítulos de livros, materiais didáticos, literatura  e revistas científicas sobre cultura, história e Educação escolar indígena.


Por isso pode-se dizer que sua escrita em Jegwaká é realizada com propriedade e conhecimento sobre o que está escrevendo. 

             Jegwaká conta principalmente a história de Kunhã Rendy e seu irmão Avá Verá, do clã Te'ýi (Kaiwoá), que acabaram de entrar na puberdade. Neste período, segundo as crenças de seu povo, eles estão mais suscetíveis a ação de seres sobrenaturais, tanto para o bem quanto para o mal. A família de Kunhã Rendy e Avá Verá é composta também pelos seus pais, que são muito afetuosos e seu irmãozinho, Mitã Rory, que tem apenas três anos. 
Kunhã Rendy começa a ser assediada por um ser que chama de Adornado e  que apenas ela vê. Logo após,ocorrem diversos acontecimentos funestos no território em que esta família mora: seu irmãozinho quase morre, acontece uma grande seca e  sumiço de animais, além de um grande incêndio. A menina é acusada de atrair o mal para sua aldeia, por isso sua família precisa fugir. Durante esta fuga, Avá Mbaraetê - o pai - é tragado  por uma força sobrenatural e Avá Verá corre em seu encalço. Kunhã Rendy, sua mãe e  Mitã Rory precisam,além de evitar encontrar os membros de sua aldeia, descobrir o paradeiro do pai e do irmão. Durante esta jornada cada membro da família passa por verdadeiras provações, resultantes da disputa dos deuses e seres sobrenaturais pelos três filhos do casal. Esta disputa ocorre pois Avá Verá, Kunhã Rendy e Mitã Rory foram enviados pelos Járy, ou seja, deuses (ou donos) que habitam diferentes patamares celestiais, porém despertaram  ira e violência por parte de outros, que os querem destruir. 

" (...) À chegada destes, os outros recuam, fogem, gemem. Há um respeito para com eles que é provocado por um medo aterrador. Não são simples avaetês, e sim Avaetês de Nhande Ryke'y Tee Va'e. Um caminho é aberto nas alturas, os recém-chegados se aproximam do gwyrá, alma do homem assassinado, recebem-no, cercam-no, tomam-no. E no instante de um piscar de olhos, eles não são mais. Sumiram todos"  ( página 17) 


          O enredo é muito envolvente,mostrando a rica cultura dos Kaiowá, além de aspectos de outros clãs com os quais os irmãos e a mãe acabam se deparando durante sua jornada à procura do pai. Tanto os costumes terrenos quanto detalhes do mundo espiritual, são narrados com detalhes. 
A narração se divide entre Kunhã Rendy, Avá Verá e o Adornado (Avá Poty), além de um capítulo  narrado por Potyrã (a mãe). A sucessão de acontecimentos cria uma história que flui rapidamente, não deixando tomar fôlego. Durante a leitura, senti o desespero, a ansiedade, a insegurança dos personagens e cheguei a chorar durante uma cena de despedida após um assassinato. 
O final fica em aberto, pois este é o livro um, ou seja, é preciso esperar o lançamento da sequência para saber se Kunhã Rendy e seus irmãos conseguirão encontrar finalmente o pai. 


Há alguns pequenos problemas no livro, como palavras que não foram separadas corretamente ( algum problema durante a revisão, antes de publicar provavelmente), uns poucos erros de escrita e o fato de o prólogo e a página que inicia cada capítulo ter a imagem da floresta em cinza, o que dificulta um pouco a leitura. Porém nada disso tira o encanto do texto. 



Recomendo muitíssimo a leitura, pois nossa literatura está carente de narrativas como esta, retratando a cultura indígena sem estereótipos. 





Até a próxima! 

1 Imagem, 140 Caracteres # 565

 Olá, tudo bem? Fim de semana chegou,povo!  Dando uma pausa agora que a hora do almoço está chegando, e vamos para nossa edição desta semana...