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20 de nov. de 2024

Resenha: Dois Mortos e a Morte e Outras Histórias, de Tanto Tupiassu

 LivroDois Mortos e a Morte e Outras Histórias

Autor: Tanto Tupiassu ( Fernando Gurjão Sampaio)

Editora: Rocco
1ª Edição, 2023
192 páginas




#paratodosverem: capa do livro Dois Mortos e a Morte: um fundo vermelho com o título do livro impresso dentro da imagem da lua cheia. Abaixo, no fundo vermelho com letras maiúsculas, o nome do autor e a imagem em azul de uma pequena capela no centro, tendo à esquerda uma palmeira e a direita uma estátua de santo. Abaixo,o nome da editora: Rocco. 


Tanto Tupiassu ficou famoso por seus causos de assombrações e visagens, que inclusive eu costumava acompanhar no Twitter (me recuso terminantemente a chamar de X) e agora acompanho no Bluesky.

    Mesmo conhecendo seu estilo narrativo, não pude deixar de me surpreender com a forma como as histórias são contadas neste livro. Diferente das histórias que Tanto conta nas redes sociais, que envolvem por vezes pessoas conhecidas ou ele próprio, aqui são personagens ficcionais bem construídas.

    Em todas as histórias a morte ronda as personagens, sendo às vezes ela própria protagonista. São histórias que se passam em diferentes eras, com pessoas distintas em diferentes estágios da vida.Boa parte se passa em pequenos vilarejos e Monsarás (PA) tem destaque. O sobrenatural ganha as histórias, mostrando que nem sempre a morte é o descanso eterno ou o fim de tudo. A primeira história, "Morrer Cansa", prova isso já abrindo o livro com os dois pés na porta. 

   Presentes do além, conversas pós morte, locais conhecidos como assombrados, diálogos inesperados e revelações que vão acontecendo aos poucos para nós, leitores, vendo as personagens muitas vezes sendo pegas de surpresa; tudo isso constitui as várias histórias do livro, que nos envolvem e quando menos esperamos, chegamos à última página. 

Um livro recomendado para quem gosta de histórias sobrenaturais, porém não gosta muito de terror. 

Quem gosta de causos de assombração, de escrita de terror e ficção sobrenatural ambientados no Brasil não irá se decepcionar.  

Recomendo também fortemente que leiam a   entrevista com Tanto para a revista Amazônia Latitude, publicada em 08/06/2023


O Autor: 



#paratodosverem: imagem do autor, Tanto Tupiassu, usando uma camisa com estampa floral colorida, sentado a uma mesa em um ambiente que parece ser uma lanchonete ou restaurante. Ele está sorridente,em um momento descontraído, levantando um garfo. O pequeno prato a sua frente está vazio. 


Fernando Gurjão Sampaio, também conhecido como Tanto Tupiassu, é natural de Belém do Pará. 
Seu primeiro livro, Ladir vai ao parque e outras histórias, foi premiado e publicado pela Fundação Cultural do Pará em 2018.
Em 2023 lançou Dois Mortos e a Morte e Outras Histórias. Também escreve com regularidade no Instagram, Twitter e Bluesky, encantando leitores e seguidores ao contar sobre sua vida cotidiana e textos sobre assombrações e visagens. 


Onde posso adquirir o livro?  Algumas sugestões:

Amazon ( físico e e-book)

Estante Virtual: ( físico)

Site da Editora Rocco: ( físico e e-book)

29 de jan. de 2024

Resenha: O Monstro Na Pele - Uma historinha do Monstro, por Fábio Coala

 Livro: O Monstro na Pele - Uma historinha do Monstro

Autor e ilustrador:  Fábio "Coala" Cavalcanti

40 páginas

Publicado através da plataforma Catarse 


Imagem: Dudu, uma criança de pele negra, com cabelo semicomprido amarrado com uma faixa amarela. Ele usa uma roupa azul e branca. Está sério, olhando para o Monstro e apoiado nele. O Monstro é alto, roxo, possui um nariz arredondado e rosa, um olho azul e outro verde, duas asas bem pequenas e três estruturas ao alto de sua cabeça, semelhante a cristas. É possível ver um pedaço de seu rabo. O monstro está com as duas mãos no rosto, falando com Dudu. 



O Monstro  é uma das personagens recorrentes e mais famosas nas tirinhas de Fábio Coala, em seu blog, Mentirinhas. 


Imagem: Dudu, de costas, olhando para a casa de um de seus amigos monstros, que se assemelha a um castelo. 


Segundo o autor:

"O Monstro, pra quem ainda não o conhece, é um bichinho de pelúcia que tem o 'poder' de acalentar corações feridos. Suas histórias se passam em tempos e lugares diferentes, assim como sua forma e abordagem. Mas, basicamente, o Monstro é o amigo que chega quando mais necessitamos, nos diz o que precisamos ouvir ou, simplesmente, enxuga nossas lágrimas e nos ajuda a seguir em frente."



O Monstro Na Pele é uma pequena história direcionada para o público infantil, com suas ilustrações coloridas e uma lição facilmente compreensível sobre empatia. 

A história mostra Dudu, um menino mais ou menos comum que mora na Ilha dos Monstros, um lugar mágico. Dudu está chateado, pois seus amigos monstros recusaram-se a brincar com ele. Ao desabafar com o Monstro, um diálogo compreensivo se segue, levando Dudu a refletir sobre como os outros monstros amigos dele estão se sentindo. 



Imagem: Dudu conversando com Lális, uma monstrinha azul com um detalhe em forma de círculo no topod e sua cabeça. Lális tem olhos roxos, um pequeno nariz em forma de coração, orelhas longas e abaixadas e está sorrindo. Ela veste uma blusa amarela de manga longa. 


A história segue com a delicadeza e ternura presente nos quadrinhos que tornaram o Monstro famoso. As ilustrações são primorosas, bem coloridas (que é importante para crianças), conseguindo transmitir as emoções das personagens. Para quem já conhece e acompanha Fábio Coala e o Mentirinhas, no quarto de uma das monstrinhas é possível ver versões em pôsteres e pelúcias de algumas personagens presentes em outras tirinhas que não as do Monstro.

O Monstro Na Pele tem como foco o público infantil, porém é claro que pode ser lido por todas as idades. 

A linguagem é simples e acessível tanto para as crianças mais novas, ainda iniciando a alfabetização (através de leitura por parte de um adulto) tanto para as crianças que já leem sozinhas.

Com certeza levarei à escola onde trabalho para a hora da contação de histórias! 


Desenho do Fábio Coala no verso da capa do exemplar do livro que tenho em casa.

Imagem:desenho do rosto de um coala feito com caneta esferográfica preta,da forma que o autor Fábio Coala se  retrata em seu site.

9 de jan. de 2024

Aquisições literárias de 2023 - que vou terminar de ler em 2024!

Durante o ano de 2023, tive oportunidade de comprar alguns livros em sites e em promoções passeando pelo shopping center. Um deles já virou resenha aqui , outros  já foram lidos e podem virar resenha também. Outros, ainda não comecei a ler. Agora que entrei em modo férias vou conseguir ler vários dos que comprei, o que significa sabe o que? Mais algumas resenhas em 2024! 


Vou deixar aqui uma lista breve de alguns destes livros e link na Amazon para quem tiver curiosidade em adquirir!!!
Em futuras postagens, resenha e detalhes sobre os livros. 
  

A Revolução dos Bichos (Atualmente há editoras o publicando com o título original, A Fazenda dos Animais) -  de George Orwell. Outro clássico que só consegui ler efetivamente em 2023, conta a história de um grupo de animais que consegue tomar a fazenda, expulsando seus donos e tentando criar um espaço democrático. Porém logo o ideal é corrompido pela sede de poder por parte dos líderes desta revolução. 

Horo - o Castelo da Neblina e O Monstro -Na Pele, de Fábio Coala: adquiri pelo Catarse, os dois livros juntos.
Sabedoria, coragem, empatia, amizade, são temas dos dois livros, de leitura rápida - li em um dia -  e com ótimas lições. 


O Dia em que Selma Sonhou com um Ocapi, de Mariana Leky - uma das leituras que mais gostei em 2023! A resenha está aqui no blog, basta clicar abaixo:


1984, de George Orwell - clássico que até dispensaria apresentações, mas sempre haverá quem não conhece a sinopse: Publicado em 1949, o livro traz uma sociedade distópica que tem lugar em 1984, pelo ponto de vista da personagem Winston, cujo trabalho é reescrever artigos de jornais do passado para que o registro histórico sempre apoie a ideologia do "Partido". Minha leitura atual, logo haverá a resenha dele! 


Os Testamentos, de Margareth Atwood - continuação de O Conto da Aia, a história se passa quinze anos após os acontecimentos do primeiro livro. A república de Gilead se mantém firme no poder, mesmo após sucessivas tentativas de insurgência, porém há sinais de deterioração. Esse livro está na lista dos que ainda não comecei a ler,mas pretendo fazê-lo logo. 


Jardim Suspenso 220, de Ana Cecília Romeu - Romance em que uma jovem recém-casada muda-se com seu marido que é médico para um novo edifício. Trabalhando em home-office, ela passa mais tempo no prédio, interagindo com vizinhos e visitantes excêntricos, vendo e passando por situações inusitadas. 
Esse também está na fila para leitura, e tenho certeza de que vou ler com muito carinho, pois Ana Cecília foi uma das primeiras escritoras que conheci quando me lancei a este mundo virtual dos blogs. 

Dois Mortos e a Morte, de Tanto Tupiassu - Tanto é famoso por seus causos de assombrações e visagens. Esse livro é uma coletânea de histórias que tratam da morte em diferentes formas. Comecei a ler recentemente, porém parei para concluir a leitura de 1984, que exige bastante atenção. Logo irei retomar. 

O Livro que você gostaria que seus pais tivessem lido (e seus fihos ficarão gratos se você ler), de Philipa Perry. 

Um livro de não-ficção na lista! Como professora, convivendo com crianças pequenas durante quase dez meses por ano, acho interessante esse tipo de leitura (mesmo não tendo filhos). Nas palavras da autora, psicoterapeuta, o livro se trata de como criamos laços com os filhos, o que atrapalha a criação de uma relação de maior proximidade, como fomos criados e como nossa criação afeta nossa postura. E, claro, o que fazer a respeito e como evoluir.


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Fiz uma lista e resumos o mais sucintos que consegui, pois durante este ano esses livros ganharão postagens mais detalhadas! 

E que 2024 traga mais experiências literárias para a gente! 

22 de nov. de 2023

Resenha: O dia em que Selma sonhou com um ocapi, de Mariana Leky

 Livro: O Dia Em Que Selma Sonhou Com Um Ocapi

Autora: Mariana Leky
Tradução: Claudia Abeling
Editora: Planeta
2ª Edição, 2021
314 páginas


Foto - frente e verso - do exemplar que tenho em casa


#paratodosverem: imagem do livro O dia em que Selma sonhou com um ocapi. A capa  da frente tem tons de roxo, azul anil, azul claro, verde claro, verde médio, amarelo, verde escuro e verde turquesa, remetendo a uma paisagem rural. À frente desta paisagem, ilustração em tons de roxo de um ocapi, animal também chamado de girafa-da-floresta. A contracapa possui os mesmos tons e mostra a imagem de uma senhora idosa de costas, com cabelos curtos e um vestido roxo de mangas longas e comprimento abaixo dos joelhos. Ela se encontra descalça. Na contracapa do livro há a sinopse da história, que postarei abaixo: 


"Todos os habitantes da pequena Westerwald, uma cidadezinha no interior da Alemanha, sabem que Selma tem um dom muito especial: quando ela sonha com um ocapi, é sinal de que alguém está prestes a morrer. A questão é que ninguém sabe de quem será a vez, e, nas 24 horas seguintes ao sonho de Selma, as verdades mais secretas são reveladas, as cartas iniciadas com “sempre” e “nunca” são, enfim, enviadas e todos, cada um a sua maneira, refletem a respeito de sua mortalidade. E naquele dia, depois daquele sonho, as vidas de Louise, de Martin, do oculista apaixonado, da triste Marlies, de um monge budista bem peculiar e da própria Selma mudarão para sempre. O dia em que Selma sonhou com um ocapi é um livro fascinante, escrito com engenho e ternura.  Com linguagem delicada e toques de realismo fantástico, este é um romance que fala de amor em tempos difíceis e da beleza nos detalhes da vida, mostrando o valor que se esconde nas diferenças."

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Selma mora na pequena cidade de Westerwald, interior da Alemanha, juntamente com seu filho, sua nora e a neta Luise, que narra esta história. Através de Luise,Mariana Leky consegue narrar a passagem do tempo,os acontecimentos marcantes para cada personagem e as impressões de cada uma, gerando empatia. 

Selma, Luise, o monge, o pai e a mãe de Luise, Alasca (um cachorro muito, muito longevo), a triste Marlies, o oculista - cujo nome é revelado apenas nos últimos capítulos, mesmo sendo uma personagem presente em toda a obra - cada personagem tem seus pensamentos e dores postos sem pudor pela narração onisciente de Luise, desde sua infância até a idade adulta. 

Mais que falar sobre o temor da morte e o vazio que ela nos deixa, o livro fala sobre crescer, saber escolher rumos na vida, com uma linguagem simbólica e boas doses de realismo fantástico. 


"Quando Selma disse que tinha sonhado com um ocapi durante a noite, estávamos certos de que um de nós haveria de morrer, provavelmente nas vinte e quatro horas seguintes. Bem, estávamos quase certos. Foram vinte e nove horas. A morte chegou com um pequeno atraso e de maneira literal: ela entrou pela porta. Talvez tenha se atrasado porque hesitou demais, para além do último instante." 



A maneira com que Mariana Leky escreve é deliciosa, fluida e quando se percebe se está chegando ao final da história, mesmo que o ritmo não seja rápido. Na verdade, é possível sentir as décadas passando, os sentimentos não confessados, as verdades ditas pela metade, os móveis e casas envelhecendo junto com os habitantes da pequena Westerwald. 

Nunca havia ouvido falar de Mariana Leky e não conhecia nenhum de seus livros. Encontrei O Dia em que Selma Sonhou com um Ocapi em uma promoção de livros de um Shopping em uma cidade próxima. O título e a sinopse na primeira "orelha" do livro chamaram minha atenção e lá fui eu para casa com essa encantadora história. 

O Dia em que Selma Sonhou com um Ocapi merece ser lido aos poucos, sem pressa, assim como a história se desenrola. Consegui resistir à tentação de ler tudo em um dia, dando tempo para refletir, pensar nas personagens, imaginar as cenas descritas. 

Não entro em mais detalhes para não correr o risco de entregar finais (ou começos, ou meios, ahaha). 

Recomendo a leitura e espero que, se alguém se animar a ler, volte aqui mais tarde para dizer o que achou! 




Foto em escala de cinza da autora,  uma mulher branca, com  cabelos lisos e presos,parte caindo  sobre um dos olhos.  Ela está esboçando um sorriso.

Foto em escala de cinza da autora,  uma mulher branca, com cabelos lisos e presos,parte caindo   sobre um dos olhos.   Ela está esboçando um sorriso.







Mariana Leky nasceu em Colônia, na Alemanha, em 1973.Formada em Jornalismo pela universidade Hildeshein. 
Em 20011, por Liebesperlen, ganhou o Niedersächsischen Literaturförderpreis, recebendo também uma bolsa literária do governo da Baviera. Na Alemanha, O dia em que Selma sonhou com um Ocapi ficou em /primeiro lugar na lista de mais vendidos, mantendo essa posição por muitas semanas. 




Imagem: a tradutora, uma mulher branca,  de cabelos grisalhos e lisos, usando uma blusa de alça fina cinzenta por cima de um top branco. 
Na foto está levemente de perfil e sorrindo. 







Claudia Abeling nasceu em 1965 em São Paulo. cursou editoração na ECA/USP e trabalhou em diversas editoras paulistanas. 
Há alguns anos, se dedica à tradução literária do alemão.
Também é escritora, tendo lançado em 2019 seu livro de estreia, Plange, Plange.

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Onde encontrar o livro: 





26 de jan. de 2022

Livro: Confinada, de Triscila Oliveira e Leandro Assis


"Um retrato mordaz da sociedade brasileira durante a pandemia." (definição encontrada no site da Editora Todavia)


Imagem: alguns quadrinhos retirados de tiras de toda a história, resumindo alguns temas abordados em "Confinada": 

O texto é o seguinte: "Confinada fala  da pandemia e de como a desigualdade acentuou seus efeitos. Mas trata de muitos outros assuntos. Como a espiritualidade tóxica. Racismo. A cultura do cancelamento. A luta de médicos.. E a falta de empatia. Negacionismo e fake news" 


Confinada mostra a história de duas mulheres forçadas a conviver durante o período de pandemia de coronavírus: Fran, uma digital influencer e Ju, a empregada que aceitou passar a quarentena trabalhando dentro do apartamento de Fran fazendo o trabalho de três pessoas. 

Fran dá dicas de saúde e assina vários contratos de publicidade, porém não vivencia o que ensina, refletindo na prática vários preconceitos e estereótipos. Ju reflete sobre a hipocrisia e as condições de seu confinamento e passa a enfrentar essa situação, mostrando consciência de classe e pensamento crítico. 

  O título é ambíguo, podendo se referir tanto a uma quanto a outra, já que as duas ficam confinadas no apartamento de Fran durante o período em que ainda não haviam vacinas sendo aplicadas aqui no Brasil.

Milhares de pessoas acompanharam a história de Fran e de Ju no Twitter, tanto no perfil de Triscila quanto no de Leandro. 

Conheci a história também no Twitter, pois estava acompanhando um trabalho anterior dos dois, chamado "Os Santos" (sobre o qual também quero falar em breve aqui no blog). 

Assim que "Confinada" passou a ser publicada, passei a ansiar pela tirinha semanal para poder acompanhar o desenrolar da história. A trajetória de Ju e Fran durante todo o livro nos envolve e a leitura flui tão bem que ficar refletindo sobre cada página ao final é inevitável. O capricho nas identidades visuais das agências que a influencer Fran representa e as referências a elementos da cultura pop também completam muito bem o contexto de toda a história. 

Recomendo muitíssimo, por ser um retrato bem realista de nosso país no início da pandemia e mostrar sem rodeios a realidade de muitas domésticas durante esse período.


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Quer saber mais? Seguem links!

(Ah! No livro há algumas páginas extras, que não apareceram  no Twitter e no Instagram e que tiram algumas dúvidas sobre a história).


Link do livro na Amazon: Confinada ( há a opção de comprar o livro físico ou e-book)

Link do livro na editora Todavia

Twitter da Triscila

Instagram da Triscila

Twitter do Leandro

Instagram do Leandro


16 de set. de 2020

Resenha: Minha Vida Não Tão Perfeita, de Sophie Kinsella


"Um dia minha vida ainda vai ser tudo o que eu posto no Instagram... Um dia ela vai ser"! (frase na contracapa do livro)

 

Livro: Minha Vida Não Tão Perfeita

Autora: Sophie Kinsella

Tradução: Carolina Caires Coelho

Editora: Record - 9ª Edição

 

 Descrição: a imagem mostra a capa do livro. No canto superior esquerdo, a imagem de uma moça branca, de cabelos lisos, com uma tiara fina azul nos cabelos, com uma franja um pouco bagunçada. Seus cabelos são castanhos, seus olhos escuros e expressão tristonha. Ela está usando uma regata amarela com três botões cinzas e braços caídos ao longo do corpo. A ilustração mostra apenas a parte superior do corpo, acima do peito. Acima da sua cabeça, uma nuvem cinza chovendo. Ao lado desta pequena ilustração, a frase escrita em azul celeste, entre aspas: "Chorei de tanto rir. Amei". A autora da frase é Jojo Moyes, escritora, cujo nome está escrito em letras maiúsculas em cor-de-rosa forte (pink). No canto superior direito, a logo da Editora Record. 

Abaixo da ilustração da moça, o título em letras minúsculas: minha vida não tão perfeita, sendo que as palavras "não tão" estão em outra cor, um tom forte de rosa e passando por cima da palavra "perfeita". O restante do título está em azul celeste. 

Logo abaixo, centralizado e em um tom marrom-claro em letras maiúculas, pode-se ler "da autora best-seller", e logo abaixo em letras maiores e minúsculas, o nome da autora: Sophie Kinsella. A capa do livro é de um tom salmão.

 

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Katie Brenner divide um apartamento pequeno com duas pessoas com as quais não tem sintonia nenhuma. Mora longe do trabalho, tendo de acordar muito cedo e pegar dois metrôs abarrotados para chegar lá, e ainda assim já se atrasou algumas vezes. Seu quarto é minúsculo,não tendo sequer espaço para um armário: suas roupas estão em uma "rede" improvisada acima da cama. Faz malabarismos para se manter com o salário, sendo novata no escritório em que trabalha. 

Mas se mantém otimista. Vir até Londres foi escolha sua, mesmo tendo uma vida confortável em sua cidade natal, no interior. Desde criança almeja o glamour,  a vida cosmopolita,  a agitação da capital. E sonha com a vida perfeita que as pessoas ostentam, como por exemplo sua chefe. Aliás, em Londres ela não é Katie e sim Cat. Trocando seu apelido seu estilo de roupa, maquiagem, penteado, ela tenta criar a imagem daquilo que almeja ser. Seu Instagram é repleto de fotos mostrando um estilo de vida leve, imagens de lugares nos quais na realidade ela nunca entrou, comidas e bebidas que na realidade ela não experimentou ainda por não ter condições financeiras para tal... Nas fotos, cafés e brioches. Na vida real, sanduíches que ela leva na bolsa para não ter de almoçar fora.

Apesar de alguns problemas com sua chefe Demeter, que parece meio avoada, Katie enfrenta todas as contrariedades com um sorriso no rosto, pois tem certeza de que conseguirá em breve uma promoção no escritório, enturmar-se com as colegas de trabalho e abrir caminho para a vida que ela acredita que merece.  

Depois de uma maré de azar, as coisas parecem começar a entrar nos eixos... E então Katie é demitida.Mantendo o otimismo, ela aceita o convite do pai e da madrasta para passar uns dias em sua cidade natal, ajudando-os em uma ideia para um novo negócio: um glamping, ou seja, um acampamento de luxo para turistas que querem a vida no campo porém sem se desfazer de algumas comodidades da cidade. O pai não sabe que ela foi demitida, pois disse-lhe que havia tirado um período sabático da empresa. Algumas semanas viram alguns meses e  Katie abandona o apelido que usava em Londres, permitindo-se ser ela mesma e sentir-se bem no ambiente de Sommerset, mesmo que às escondidas envie muitos currículos tentando voltar a Londres. O glamping vai prosperando e Katie sente-se satisfeita com o resultado. Porém, um dia,  pessoas do passado há pouco deixado para trás aparecem no glamping, resultando em algumas confusões, mal-entendidos e reflexões sobre a vida para todos os envolvidos.

Mais que relatar uma história de crescimento pessoal, Minha Vida Não Tão Perfeita mostra exatamente o que o título propõe: além de Katie, mais pessoas não tem a vida tão perfeita assim, deixando a sociedade ver uma imagem delas, que nem sempre corresponde à realidade. Durante a semana em que passado e presente de Katie se misturam, descobertas surpreendentes acontecem e mexem com os conceitos que ela tem de "pessoas perfeitas" e "vidas perfeitas". Há reviravoltas e até um romance, porém não como foco principal.

O livro tem um tom bem-humorado e contemporâneo. Esta é a primeira obra de Sophie Kinsella que leio, mas fazendo uma busca rápida notei que ela tem outros livros nesta mesma linha.Para um tempo em que precisamos de algumas coisas leves volta e meia, é uma história divertida, ao mesmo tempo que leva a refletir sobre o quanto deixamos ver de nós mesmos em sociedade e em redes sociais, e como é fácil nos iludir sobre a vida de celebridades, pessoas influentes e colegas de trabalho. 

Recomendo a leitura, apesar das 404 páginas a história corre com fluidez e não perde o ritmo.Simpatizei com o pai e a madrasta de Katie, lembram algumas pessoas que conheço com a simplicidade e sabedoria de quem representa uma geração analógica que não tem medo da era digital. E, claro, a jornada de Katie, com as suas trapalhadas, boas sacadas, iniciativa, o desabrochar da sua criatividade e a reviravolta nos últimos capítulos que dá o gás para a história chegar ao final. 

Até a próxima!


9 de set. de 2020

Resenha: A Pequena Livraria dos Corações Solitários, de Annie Darling

 

Livro: A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Autora: Annie Darling

Tradução: Cecília Camargo Bartalotti

7ª Edição: Editora Versus, 2017 


A imagem mostra a capa do livro "A Pequena Livraria dos Corações Solitários". O nome de Annie Darling aparece no alto da capa, em letras maiúsculas em cor laranja. Logo abaixo, o título do livro em cor-de rosa, alternando letras maiúsculas e minúsculas ( "a" e "dos" estão em letras minúsculas). Abaixo do título, mais para o canto esquerdo, vê-se uma construção em tons de rosa, a livraria. As vitrines são amplas e com grades, através das quais se pode divisar em um tom de azul-esverdeado uma silhueta feminina e outra masculina, dando a impressão de que irão se beijar. ao lado do casal há uma escada com livros em um dos degraus. Logo atrás da vitrine é possível ver mais livros, um deles aberto para exposição ao público. Também é possível notar cortinas nos cantos da vitrine por onde se vislumbra o casal e bandeirinhas no teto. Ao lado direito da vitrine onde está o casal, há um a porta entreaberta, em frente a placa negra com letras brancas onde se lê: Felizes para sempre e ao lado direito da porta outra vitrine, onde se pode ver mais bandeirinhas e livros. Na frente da porta, um degrau com um vaso de planta, uma placa cavalete onde se pode ver escrito com giz a palavra "Aberto" e atrás um vaso retangular com flores. A rua que passa em frente à livraria é feita de pedras em tons amarelados, e ao fundo pode-se ver outros prédios comerciais, baixos e coloridos (verde, azul, rosa). O restante da capa do livro mostra o céu azul com nuvens e alguns pássaros distantes.Também pode-se ler na capa os dizeres: " A livraria dos corações solitários - Livro '. E na parte de baixo, o logo da editora Verus. Acima da ilustração da loja e dos prédios ao fundo, ramos verdes enfeitam a borda da capa do livro.

 

"A pequena livraria dos corações solitários" é o primeiro livro de uma série que retrata cada um dos funcionários de uma livraria e suas histórias de amor.

Este livro que inicia a série "Livraria dos Corações Solitários", conta a história de Posy Morland,a partir do momento em que, aos 28 anos e responsável pelo irmão de 15 desde que seus pais faleceram em um acidente sete anos antes, está no funeral da excêntrica Lavínia Thorndyke. Lavínia era dona da pequena  livraria onde Posy trabalha, em Londres. Para Lavínia, Posy era mais que uma funcionária, era como uma "neta honorária", pois ela cuidou para que tivessem onde morar depois do falecimento dos pais, além de dar-lhe o emprego.

Logo após o funeral, Posy recebe a notícia de que herdou a livraria Bookends. A vida de Posy e o ambiente da livraria estão tão entrelaçados que a simples ideia de não corresponder à última vontade de Lavínia e conseguir recuperar a livraria, que financeiramente está indo de mal a pior, a deixa apavorada. Agora Posy, que sempre foi sonhadora e via nos romances dos livros seu refúgio quando as obrigações da realidade a faziam sentir-se exausta, precisa aprender a chefiar uma equipe de funcionários que são seus amigos, lidar com cálculos, planinhas e fazer um planejamento eficiente, pois se em dois anos a livraria não conseguir se reerguer, a propriedade passará para o neto de Lavínia, Sebastian- com quem Posy vive às turras desde a infância, ao mesmo tempo em que se sente atraída por ele. 

Ela resolve que conseguirá reerguer a Bookends em seis meses, em vez de em dois anos, embora o estresse de lidar com as mudanças necessárias na livraria com pouco dinheiro e com o receio de apagar a memória de seus pais, que trabalhavam lá, a deixe exausta. Além de toda essa pressão, Posy ainda tem de continuar lidando com Sebastian, que agora aparece várias vezes na semana na Bookends, deixando-a à beira de um ataque de nervos, pois ele quer impor suas ideias no plano para reerguer a livraria. 

Ações vão sendo tomadas para tentar cumprir este plano ambicioso, ao mesmo tempo em que vemos um grupo de amigos e colegas de trabalho descritos pela autora como "um bando de alegres desajustados" lidando com as mudanças que implicam crescimento e dor ao mesmo tempo, vemos a evolução no relacionamento entre eles, e, claro, entre Posy e Sebastian .

Esta é uma daquelas histórias que lemos meio que já sabendo o final, mesmo assim é uma leitura leve e divertida, boa para quando queremos relaxar a cabeça depois de um dia de trabalho ou de uma semana "mais pesada". Denunciando minha idade, posso dizer que lembra um pouco os romances de banca, no estilo "Sabrina", porém mais adequados para a época atual ( e sem todo o erotisimo daqueles romances). Cheguei a rir em algumas cenas, imaginando o ambiente dos quartos de Posy e de Sam, seu irmão,e  a tentativa de Posy em escrever um romance, além da descrição dos outros ambientes na rua pacata onde a livraria se situa. 

Recomendo para quem quer uma história leve e divertida e que gosta de romances, mesmo os de final previsível. 


Os outros livros da série são: 

Amor Verdadeiro na Livraria dos Corações Solitários, que conta a história de Verity;

Loucamente Apaixonada na Livraria dos Corações Solitários, que conta a história de Nina;

Um Beijo de Inverno na Livraria dos Corações Solitários, que conta a história de Mattie 


Até agora só li o primeiro, e embora não seja um gênero que eu leia muito, fiquei curiosa em saber as histórias dos demais personagens que trabalham na Bookends... ops, agora se chama Felizes para Sempre. 


Até a próxima!

3 de set. de 2020

Resenha: Deixe as Estrelas Falarem, de Lady Sybylla

Quem me acompanha sabe que a Sybylla  é autora de um dos meus blogs preferidos, o Momentum Saga. Além de ter proposto este desafio literário,ela também escreve, e muito! Ao final desta postagem, deixei um link para seu blog e sua página na Amazon!

Pois bem, vamos à resenha!


Livro: Deixe as Estrelas Falarem (Amaterasu, Livro1)

Editora:Dame Blanche
Ano:2017
133 páginas 

 
" Não se pode afastar o marinheiro muito tempo do mar, nem eu de minha nave". Com esta frase a capitã Rosa Okonedo, do cargueiro independente Amaterasu, resume sua ansiedade em voltar à ativa, depois de um ano e três meses em Aspásia, planeta em que sua filha Maisa vive e trabalha.Depois deste período em que precisou ficar com sua filha nos momentos finais da gravidez dela e ajudando a cuidar da neta, Zoe, chegou a hora de voltar à sua amada nave. Ela ama sua filha mas sente que se não voltar à sua nave, acabará enlouquecendo, mesmo se sentindo culpada em se despedir. 
 
 A história começa com esta despedida,e  logo vemos Rosa embarcando para poder voltar à sua tripulação e sua rotina. Durante estes primeiros capítulos, a autora habilmente nos conduz e nos familiariza  com  a realidade deste tempo: expectativa de vida alta por conta de vacinação com aprimoramentos genéticos,(a capitã mesmo conta estar com 90 anos e ainda nem chegou à metade de sua vida útil para o trabalho) viagens inter espaciais com grande velocidade... Porém, nem tudo é perfeito. Neste mundo criado por Sybylla, a tecnologia e a ciência não solucionaram magicamente todos os problemas da humanidade: ainda existe a irritante burocracia, roubos, tráfico, estupro (em lugares afastados, e com a vítima tendo todo o amparo legal necessário) e no contexto em que a história ocorre, o temor de um ataque terrorista. 

 Assim que retorna à Amaterasu, Rosa encontra sua tripulação disponível e também ansiando por voltar à rotina. Porém,  há um problema: como acabaram de voltar à ativa, as cargas que conseguiram  não serão o suficiente para que o pagamento por elas garantam a manutenção da nave e pagamento dos tripulantes.
 
É nesta situação que Rosa recebe uma proposta arriscada:  levar uma carga desconhecida, indo para uma região do espaço muito distante, pelo valor que ela quiser - um contrabando. 
 
 Depois de pesar os riscos, Rosa acaba aceitando. Após explicar a situação aos tripulantes que apesar de relutar um pouco concordam com o arranjo, a viagem inicia com a promessa de ser um serviço rápido: buscar a carga, receber coordenadas para entrega e pronto... Porém logo após a carga ser embarcada, a tripulação começa a ter experiências perturbadoras, o que os leva a se questionarem, relembrar escolhas feitas e ficarem cada vez mais curiosos sobre o conteúdo da carga e as implicações que surgem após descobrirem o que há no conteiner. 


Deixe as estrelas falarem tem ingredientes comuns a muitos enredos de ficção científica: tecnologias avançadas, indagações filosóficas, preocupação com ética e bem-estar, lembrando muito as premissas de Star Trek e as regras da Federação dos Planetas Unidos, com algumas exceções interessantes, como por exemplo a proibição de androides e robôs serem demasiadamente humanizados. Os personagens são bem construídos, o que se nota quando um pouco da história de cada um nos é desvelada. A narrativa flui rapidamente. Esta obra tem uma continuação, chamada Por Uma Vida Menos Ordinária, que comecei a ler hoje - e que pretendo resenhar assim que terminar a leitura. Sou suspeita para falar sobre a obra levando em conta o quanto gosto dos textos da autora e de ficção científica.. Mas sim, recomendo a leitura! 

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Lady Sybylla é escritora, geóloga, professora e mestra em Paleontologia. Escreve diariamente em seu blog, Momentum Saga, e tem vários livros publicados. 

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Esta postagem faz parte do Desafio Literário 2020 proposto pela Sybylla, do blog Momentum Saga
 

Outras postagens deste desafio: 
(Um livro que eu deveria ter lido em 2019) 
(Um livro fora da minha zona de conforto)
(um livro que comprei pela capa) 
4) Deixe as Estrelas Falarem, de Lady Sybyla
(um livro que se passa em outro planeta/lua) 
 

15 de jun. de 2020

Resenha: A Garota do Lago, de Charlie Donlea


"Sem inimigos nem suspeitos. Apenas uma pessoa cheia de planos que estava viva num dia e, no outro,é encontrada morta". (sinopse na capa do livro)



Livro: A Garota do Lago ( Original: Summit Lake)
Autor: Charlie Donlea
Tradução: Carlos David Szlak
Editora: Faro Editorial
Ano de lançamento: 2016 (pela Faro Editorial aqui no Brasil, 2019).




Descrição: a imagem mostra a capa do livro A Garota do Lago. É uma garota, de olhos fechados e maquiados, cabelos escuros (por conta da imagem, pois a garota assassinada é descrita como loira no livro), envolta em uma mortalha, porém com o rosto descoberto. A imagem está com um filtro azulado. No topo da capa, vê-se em letras maiúsculas vermelhas o nome do autor. À frente do rosto da garota, ocupando o espaço central em letras maiúsculas brancas com transparência, o título do livro. Abaixo, em letras minúsculas, a sinopse: "Sem inimigos nem suspeitas. Apenas uma pessoa cheia de planos que estava viva num dia e, no outro, é encontrada morta". E logo abaixo o logo da Editora Faro Editorial.




         A Garota do Lago é um romance policial/thriller psicológico, que conta a história de uma investigação sobre o assassinato de uma jovem, filha de um poderoso advogado em uma pequena cidade entre montanhas chamada Summit Lake. Becca Eckersley, a garota assassinada de forma brutal, era uma estudante de pós-graduação em  Direito que estava sozinha na casa dos pais na ocasião de sua morte, pois havia tirado alguns dias para relaxar e estudar.
Becca era conhecida por ser uma garota discreta e estudiosa, e ninguém saberia dizer se poderia ter inimigos. Por isso o crime choca a população desta cidadezinha, e como é um daqueles locais em que todo mundo conhece todo mundo, cada habitante tem uma opinião sobre o assunto... Mas ninguém consegue imaginar quem poderia ter feito isso.

    Duas semanas após seu assassinato, a repórter Kelsey Castle, da revista Events, é recrutada por seu chefe para viajar até esta cidade e tentar descobrir o máximo possível sobre este crime, pois o pai da jovem, usando de sua influência, fez o possível para manter a investigação sob sigilo. Além disso, a polícia local foi afastada das investigações.

    O livro divide-se entre as personagens principais Kelsey e Becca, revezando os capítulos entre as suas histórias. Os capítulos sobre Becca são datados desde um ano e dois meses antes de sua morte, até o dia do evento. Kelsey, por sua vez, tem sua história de investigação contada duas semanas após a morte de Becca e sua investigação é contada em dias desde sua chegada a Summit Lake.


       Conforme a história se desenrola, vamos conhecendo mais detalhes sobre a vida e os relacionamentos de Becca, inclusive acontecimentos e circunstâncias dos quais ela guardava segredo para seus pais e pessoas conhecidas de Summit Lake.

        O autor toma cuidado para não rotular as personagens, explicita os pontos de vista delas sem julgamentos, deixando aos leitores este trabalho. Também conduz a história de forma a que os leitores, tentando descobrir quem foi o assassino, cheguem a conclusões errôneas, que são postas por terra nos capítulos seguintes.

   Kelsey e Becca tem algo em comum: ambas foram vítimas de estupro,atacadas de repente e sem chance de defesa. Este ponto em comum faz Kelsey ficar mais obstinada em descobrir como e porque Becca foi assassinada.
Aqui, uma opinião pessoal: Uma pena que a trama tenha envolvido estupro no assassinato e na motivação para a Kelsey procurar a resolução deste mistério com mais afinco.Já faz tempo que está cansativo o fato de escritores lançarem mão do estupro em narrativas de crimes ou como algo traumático na vida de protagonistas mulheres,sério.

        O modo como Kelsey lida com o estupro que sofreu é tentar seguir em frente sem fazer drama, e novamente o autor não julga. Como já comentei antes, algo que chamou a atenção na narrativa foi isto, Donlea descreve as personagens e suas atitudes sem julgamentos, mostra como elas são,suas qualidades, defeitos, problemas e deixa as conclusões por conta de quem está lendo.
  

        A história envolve. Tem os elementos esperados de um romance policial, embora para mim, particularmente, o final tenha sido um pouco decepcionante (mas reforço,  isso é opinião minha). Além disso, alguns personagens poderiam ter sido melhor aproveitados, com histórias um pouco mais aprofundadas - até mesmo Kelsey. Mas é preciso levar em conta que algumas falhas de enredo podem ser devido a este ser o romance de estreia de Donlea.

   Quando vi a capa e a sinopse do livro, imaginei que fosse algo semelhante a Twin Peaks, mas a semelhança acabou ali. Li o livro inteiro em questão de horas, pois o enredo estava intrigante e a forma de distribuir os capítulos revezando entre as protagonistas foi envolvente, além dos desdobramentos que a história vinha trazendo.
Para quem gosta de romances policiais/psicológicos, recomendo a leitura.

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Charlie Donlea é um autor atualmente proclamado, cujos livros já foram publicados em mais de 20 países. Nasceu e cresceu em Chicago onde vive com a mulher e dois filhos. A Garota do Lago é seu romance de estreia.


Carlos David Szlak , tradutor, já traduziu muitos livros, além dos escritos por Charlie Donlea,como: Tudo Bem Não Alcançar a cama no Primeiro Salto, Em Busca da Hospitalidade, Entendendo Michael Porter e outros.



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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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