Livro: O Dia Em Que Selma Sonhou Com Um Ocapi
Autora: Mariana Leky
Tradução: Claudia Abeling
Editora: Planeta
2ª Edição, 2021
314 páginas
|
Foto - frente e verso - do exemplar que tenho em casa |
#paratodosverem: imagem do livro O dia em que Selma sonhou com um ocapi. A capa da frente tem tons de roxo, azul anil, azul claro, verde claro, verde médio, amarelo, verde escuro e verde turquesa, remetendo a uma paisagem rural. À frente desta paisagem, ilustração em tons de roxo de um ocapi, animal também chamado de girafa-da-floresta. A contracapa possui os mesmos tons e mostra a imagem de uma senhora idosa de costas, com cabelos curtos e um vestido roxo de mangas longas e comprimento abaixo dos joelhos. Ela se encontra descalça. Na contracapa do livro há a sinopse da história, que postarei abaixo:
"Todos os habitantes da pequena Westerwald, uma cidadezinha no interior da Alemanha, sabem que Selma tem um dom muito especial: quando ela sonha com um ocapi, é sinal de que alguém está prestes a morrer. A questão é que ninguém sabe de quem será a vez, e, nas 24 horas seguintes ao sonho de Selma, as verdades mais secretas são reveladas, as cartas iniciadas com “sempre” e “nunca” são, enfim, enviadas e todos, cada um a sua maneira, refletem a respeito de sua mortalidade. E naquele dia, depois daquele sonho, as vidas de Louise, de Martin, do oculista apaixonado, da triste Marlies, de um monge budista bem peculiar e da própria Selma mudarão para sempre. O dia em que Selma sonhou com um ocapi é um livro fascinante, escrito com engenho e ternura. Com linguagem delicada e toques de realismo fantástico, este é um romance que fala de amor em tempos difíceis e da beleza nos detalhes da vida, mostrando o valor que se esconde nas diferenças."
..................................................................................................
Selma mora na pequena cidade de Westerwald, interior da Alemanha, juntamente com seu filho, sua nora e a neta Luise, que narra esta história. Através de Luise,Mariana Leky consegue narrar a passagem do tempo,os acontecimentos marcantes para cada personagem e as impressões de cada uma, gerando empatia.
Selma, Luise, o monge, o pai e a mãe de Luise, Alasca (um cachorro muito, muito longevo), a triste Marlies, o oculista - cujo nome é revelado apenas nos últimos capítulos, mesmo sendo uma personagem presente em toda a obra - cada personagem tem seus pensamentos e dores postos sem pudor pela narração onisciente de Luise, desde sua infância até a idade adulta.
Mais que falar sobre o temor da morte e o vazio que ela nos deixa, o livro fala sobre crescer, saber escolher rumos na vida, com uma linguagem simbólica e boas doses de realismo fantástico.
"Quando Selma disse que tinha sonhado com um ocapi durante a noite, estávamos certos de que um de nós haveria de morrer, provavelmente nas vinte e quatro horas seguintes. Bem, estávamos quase certos. Foram vinte e nove horas. A morte chegou com um pequeno atraso e de maneira literal: ela entrou pela porta. Talvez tenha se atrasado porque hesitou demais, para além do último instante."
A maneira com que Mariana Leky escreve é deliciosa, fluida e quando se percebe se está chegando ao final da história, mesmo que o ritmo não seja rápido. Na verdade, é possível sentir as décadas passando, os sentimentos não confessados, as verdades ditas pela metade, os móveis e casas envelhecendo junto com os habitantes da pequena Westerwald.
Nunca havia ouvido falar de Mariana Leky e não conhecia nenhum de seus livros. Encontrei O Dia em que Selma Sonhou com um Ocapi em uma promoção de livros de um Shopping em uma cidade próxima. O título e a sinopse na primeira "orelha" do livro chamaram minha atenção e lá fui eu para casa com essa encantadora história.
O Dia em que Selma Sonhou com um Ocapi merece ser lido aos poucos, sem pressa, assim como a história se desenrola. Consegui resistir à tentação de ler tudo em um dia, dando tempo para refletir, pensar nas personagens, imaginar as cenas descritas.
Não entro em mais detalhes para não correr o risco de entregar finais (ou começos, ou meios, ahaha).
Recomendo a leitura e espero que, se alguém se animar a ler, volte aqui mais tarde para dizer o que achou!
Foto em escala de cinza da autora, uma mulher branca, com cabelos lisos e presos,parte caindo sobre um dos olhos. Ela está esboçando um sorriso.
Mariana Leky nasceu em Colônia, na Alemanha, em 1973.Formada em Jornalismo pela universidade Hildeshein.
Em 20011, por Liebesperlen, ganhou o Niedersächsischen Literaturförderpreis, recebendo também uma bolsa literária do governo da Baviera. Na Alemanha, O dia em que Selma sonhou com um Ocapi ficou em /primeiro lugar na lista de mais vendidos, mantendo essa posição por muitas semanas.
Imagem: a tradutora, uma mulher branca, de cabelos grisalhos e lisos, usando uma blusa de alça fina cinzenta por cima de um top branco.
Na foto está levemente de perfil e sorrindo.
Claudia Abeling nasceu em 1965 em São Paulo. cursou editoração na ECA/USP e trabalhou em diversas editoras paulistanas.
Há alguns anos, se dedica à tradução literária do alemão.
Também é escritora, tendo lançado em 2019 seu livro de estreia, Plange, Plange.
.....................................................................................
Onde encontrar o livro: