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28 de jan. de 2019

Desafio Literário 2019 - Momentum Saga


 A postagem que deveria ter saído no início do mês e que não saiu por motivos de #soulesada. 




Este desafio literário foi proposto pela Sybylla, do Momentum Saga.

Todos os anos a Sybylla lança este desafio, que consiste em escolher um livro por mês, de acordo com alguns critérios. 


Os critérios para o #desafioMS2019 são: 




  • Um livro que você deveria ter lido em 2018 e não leu;
  • Um livro vencedor do prêmio Jabuti;
  • Um livro que é novelização de um roteiro;
  • O primeiro livro publicado de alguém;
  • Um livro de um(a) autor(a) que já morreu;
  • Um livro infanto-juvenil
  • Um livro de Young Adult;
  • Um livro de autora ou autor asiático;
  • Um livro epistolar (em forma de cartas);
  • Um livro traduzido por uma mulher;
  • Um livro com personagem ou autor(a) autista;
  • Um livro que é uma peça de teatro. 




Não é necessário escolher livros nesta ordem e não precisam ser necessariamente livros: podem ser também HQ's (quadrinhos), mangás, novelas, até mesmo audiolivros. 

Já fiz a minha lista e a primeira postagem deste desafio, sobre o livro Desmortos

Quer saber mais? Siga o link, clicando no banner do Momentum Saga aí embaixo! 


http://www.momentumsaga.com/2019/01/desafio-literario-2019.html




25 de jan. de 2018

Resenha: O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa

Uma das capas da Editora Ática

 Desafio Literário 2017 ( atrasado): Um livro que você leu na escola

Autor:  Orígenes Lessa

Editora:  Ática

145 páginas










Ah, a Coleção Vaga-lume!  O primeiro contato de crianças e adolescentes de algumas gerações com a literatura nacional!

Outra capa, da Editora Global
Tendo sua primeira edição em 1938, O Feijão e o Sonho mostra o conflito no relacionamento entre o poeta José Bentes de Campos Lara ( conhecido como Campos Lara apenas - ou para a família, Juca) e sua esposa, Maria Rosa. Apesar de muito se amarem e ser um casal unido, possuem personalidades antagônicas, que transparecem até na narrativa em terceira pessoa: capítulos que mostram mais o ponto de vista de Campos Lara são mais poéticos, já os que mostram o ponto de vista de Maria Rosa são mais ponteados por diálogos e com um linguajar mais simples. 

O título do livro é uma metáfora a estes comportamentos tão diferentes: O Feijão - Maria Rosa - que precisa lutar para manter a casa organizada, lidar com o pouco dinheiro que entra, fazendo malabarismos para manter os filhos vestidos, alimentados. Maria Rosa é a praticidade, o bom senso. 
Outra capa na coleção Vaga-lume
O Sonho - Campos Lara. Escritos com seis livros publicados, intelectual, dado a longas conversas literárias com colegas escritores, mergulhado em livros e que é capaz de varar a noite escrevendo. Campos Lara é tão sonhador, que acaba ficando alienado, esquecendo-se do horário de trabalho, de prestar mais atenção ao lar e aos filhos. Não se dá conta de que o dinheiro que entra na casa mal dá para as despesas básicas. 





Boa parte do livro narra estes conflitos: Maria Rosa tenta a todo custo fazer com que Juca "desça um pouco nas nuvens" para ao menos ter um salário digno, já que o esposo dificilmente para em algum emprego. Campos Lara tenta continuar famoso, criando novos poemas, cultivando o sonho de viver de sua literatura. Ele tem muita dificuldade em conciliar estes dois mundos, o do sonho e o do "feijão" , ou seja, conseguir sustentar com dignidade a família. Maria Rosa obriga-se a ser totalmente o lado prático. 

Há momentos em que Campos Lara consegue algum retorno com a literatura, porém nunca o suficiente para poder viver exclusivamente disso, a não ser por um período de relativo sucesso. Com o tempo, as expectativas frustradas o fazem tomar um pouco mais de senso da realidade e conformar-se em permanecer em um emprego, deixando a situação financeira de sua família um pouco melhor, mas sem luxos. 

Li este livro pela primeira vez quando estava terminando o Ensino Fundamental, mas não me recordo exatamente em que ano. Na época, não entendi direito algumas alusões, principalmente sobre as fofocas que o povo da cidade de Capinzal, onde Campos Lara morou por um tempo, faziam uns sobre os outros. Para realizar esta resenha, li o livro novamente, e agora como adulta entendo muito melhor a fúria que dominou o escritor quando ele precisou passar a limpo as intrigas que estavam fazendo, falando dele pelas costas. 

O livro leva a refletir sobre desejos e obrigações, aspirações e limites que a vida nos impõe.  Lembro-me agora de um ditado: "nem tanto ao mar, nem tanto à terra": Em nossa vida, não podemos ser exclusivamente "feijão", para não nos tornarmos amargos, nem tanto "sonho", para não perdermos o senso da realidade. 


Também faz pensar sobre as dificuldades da profissão de escritor, de viver de literatura. 

A trama simples do livro, dividido em 51 capítulos sem títulos, agradou bastante aos leitores e à crítica. No ano seguinte ao seu lançamento, o livro ganhou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado, da Academia Brasileira de Letras. 

A história foi adaptada também para a televisão ( novela na TV Educativa em 1969 e em 1976 na TV Globo), além de apresentações no programa de teleteatro,  na TV Tupi, em 1952 e 1956.



Onde encontrar o livro: 
  
Pôster com o os atores que interpretaram
Campos Lara e Maria Rosa


Vídeos: 





3 de jan. de 2018

Resenha: Jegwaká- O Clã do Centro da Terra, de Vânia P. S. Hu'yju

Desafio Literário MS 2017 - Um Livro com protagonista não-branco

Sim, é o primeiro post de 2018. Sim, eu sei que 2017 já acabou, mas quero finalizar esse desafio, ahaha) 




Autora: Vania P.S. Hu'yju ( (Vânia Pereira da Silva)

Editora: Skull  

Edição: 1ª - 2017  - 271 páginas

Também disponível no Wattpad 
( amostra de alguns capítulos)



"No mundo de Jegwaká, deuses, demônios, senhores das matas, das águas e de territórios terrestres e até do subsolo convivem e atuam no mundo humano. E ali disputam uma guerra de posse de almas, corpos e territórios" ( Parte da sinopse, na contracapa do livro)


    Vânia Pereira da Silva ( que assina esta obra como Vania P.S. Hu'yju), é professora e missionária em aldeias indígenas, sendo fluente nas línguas Kaiowá e Guarani. Formada em Pedagogia e com especialização e mestrado, ela já produziu muitos artigos, capítulos de livros, materiais didáticos, literatura  e revistas científicas sobre cultura, história e Educação escolar indígena.


Por isso pode-se dizer que sua escrita em Jegwaká é realizada com propriedade e conhecimento sobre o que está escrevendo. 

             Jegwaká conta principalmente a história de Kunhã Rendy e seu irmão Avá Verá, do clã Te'ýi (Kaiwoá), que acabaram de entrar na puberdade. Neste período, segundo as crenças de seu povo, eles estão mais suscetíveis a ação de seres sobrenaturais, tanto para o bem quanto para o mal. A família de Kunhã Rendy e Avá Verá é composta também pelos seus pais, que são muito afetuosos e seu irmãozinho, Mitã Rory, que tem apenas três anos. 
Kunhã Rendy começa a ser assediada por um ser que chama de Adornado e  que apenas ela vê. Logo após,ocorrem diversos acontecimentos funestos no território em que esta família mora: seu irmãozinho quase morre, acontece uma grande seca e  sumiço de animais, além de um grande incêndio. A menina é acusada de atrair o mal para sua aldeia, por isso sua família precisa fugir. Durante esta fuga, Avá Mbaraetê - o pai - é tragado  por uma força sobrenatural e Avá Verá corre em seu encalço. Kunhã Rendy, sua mãe e  Mitã Rory precisam,além de evitar encontrar os membros de sua aldeia, descobrir o paradeiro do pai e do irmão. Durante esta jornada cada membro da família passa por verdadeiras provações, resultantes da disputa dos deuses e seres sobrenaturais pelos três filhos do casal. Esta disputa ocorre pois Avá Verá, Kunhã Rendy e Mitã Rory foram enviados pelos Járy, ou seja, deuses (ou donos) que habitam diferentes patamares celestiais, porém despertaram  ira e violência por parte de outros, que os querem destruir. 

" (...) À chegada destes, os outros recuam, fogem, gemem. Há um respeito para com eles que é provocado por um medo aterrador. Não são simples avaetês, e sim Avaetês de Nhande Ryke'y Tee Va'e. Um caminho é aberto nas alturas, os recém-chegados se aproximam do gwyrá, alma do homem assassinado, recebem-no, cercam-no, tomam-no. E no instante de um piscar de olhos, eles não são mais. Sumiram todos"  ( página 17) 


          O enredo é muito envolvente,mostrando a rica cultura dos Kaiowá, além de aspectos de outros clãs com os quais os irmãos e a mãe acabam se deparando durante sua jornada à procura do pai. Tanto os costumes terrenos quanto detalhes do mundo espiritual, são narrados com detalhes. 
A narração se divide entre Kunhã Rendy, Avá Verá e o Adornado (Avá Poty), além de um capítulo  narrado por Potyrã (a mãe). A sucessão de acontecimentos cria uma história que flui rapidamente, não deixando tomar fôlego. Durante a leitura, senti o desespero, a ansiedade, a insegurança dos personagens e cheguei a chorar durante uma cena de despedida após um assassinato. 
O final fica em aberto, pois este é o livro um, ou seja, é preciso esperar o lançamento da sequência para saber se Kunhã Rendy e seus irmãos conseguirão encontrar finalmente o pai. 


Há alguns pequenos problemas no livro, como palavras que não foram separadas corretamente ( algum problema durante a revisão, antes de publicar provavelmente), uns poucos erros de escrita e o fato de o prólogo e a página que inicia cada capítulo ter a imagem da floresta em cinza, o que dificulta um pouco a leitura. Porém nada disso tira o encanto do texto. 



Recomendo muitíssimo a leitura, pois nossa literatura está carente de narrativas como esta, retratando a cultura indígena sem estereótipos. 





Até a próxima! 

12 de dez. de 2017

Resenha: Unicelular, de Tarsis Magellan

Desafio Literário MS 2017 - Um Livro Autopublicado


Livro: Unicelular 
Autor: Tarsis Magellan
Editora: Amazon  (e- book) 
Também disponível no Wattpad





"Duas vítimas. Uma agente especial. Várias incógnitas. No litoral brasileiro, uma criança e uma pesquisadora são intoxicadas por estranhos seres.

( Parte da sinopse disponível na plataforma Wattpad, onde o livro foi publicado antes de ter uma versão impressa) 

O livro já começa com uma morte misteriosa.. Em seguida, somos apresentados a um menino americano de  três anos  que, ao passar as férias com sua mãe e irmã no Ceará corre risco de vida, depois de ter contato com um estranho animal à beira do mar. Este incidente deve ser tratado com toda a cautela para não haver pressões diplomáticas. 
Quase ao mesmo tempo, em Fernando de Noronha, cinco mestrandos de Biologia realizam  uma excursão, porém acabam lutando pela vida de uma das alunas  que entrou em contato com algo parecido com um esporo, ocasionando uma violenta reação que resultou em edema na glote. 


Rosa Villar, agente da ABIN ( Agência Brasileira de Inteligência) é chamada às pressas para investigar o caso do menino americano, e também uma empresa chinesa - Biotech - que está utilizando uma ilha brasileira para realizar experimentos científicos confidenciais. 
Enquanto isso, Alex e um de seus alunos de biologia, Éder, intrigados com o incidente envolvendo sua colega, resolvem investigar por conta própria uma ilha onde suspeitam haver construções geodésicas em um local que deveria ser uma unidade de conservação, mesmo cientes de que sua entrada não seria autorizada.
Aos poucos, Rosa Villar descobre que a Biotech e o Governo do Brasil desenvolveram uma parceria, chamada projeto Unicelular. E é este projeto que tem relação direta com os fatos acontecidos tanto com o menino quanto com a mestranda de biologia.. e outras mortes ocorridas anteriormente. A agente Rosa, Alex e seu aluno Éder  acabam investigando a mesma ilha,  e sequer imaginam  toda a extensão da pesquisa da Biotech... e até onde esta investigação irá levá-los. 

Página que abre a parte 2 do livro.
O autor de Unicelular esmerou-se muito pesquisando termos da biologia, nomes científicos de seres microscópicos, geografia.. O livro é baseado em dados, fatos científicos e lugares que de fato existem (embora, é claro, o projeto Unicelular seja apenas ficção).. A forma com que ele escreve faz a história ser perfeitamente plausível. As ilustrações - com destaque para as imagens de documentos envolvendo a Biotech, o governo e a Abin - complementam e também dão um show à parte acrescentando detalhes que deixam a história ainda mais incrível. 

Conspirações, alianças entre governos, vidas em risco, projetos secretos.. Para quem gosta destes temas, Unicelular é um prato cheio! 

  


20 de set. de 2017

Resenha: O Lar da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs


Desafio Literário MS 2017 - Um livro que virou filme

Livro: O Lar da Srta Peregrine Para Crianças Peculiares 
Autor: Ransom Riggs
Tradução: Ângelo Lessa. 
Editora (no Brasil): Leya
Publicação: EUA: 2011 /Brasil: 2012





Nota: O exemplar que possuo em mãos foi publicado este ano, pela editora Intrínseca. 
Há diferenças na tradução do título do livro: A editora Leya publicou como O Orfanato da Srta Peregrine para Crianças Peculiares, ao passo que a editora Intrínseca optou pelo termo "Lar"



"Sono não é, morte não é;
Quem parece morrer,vive. 
A casa em que nasceste, 
Os amigos de tua primavera. 
Ancião e donzela, 
O trabalho diário e sua recompensa,
Tudo desvanece, 
Refugia-se em fábulas, 
Não podem receber amarras."

(Ralph Waldo Emerson - Trecho de poema que abre o livro.)


Jacob Portman tem dezesseis anos,trabalha em uma das filiais da rede de farmácias de sua família - coisa que ele odeia fazer, tentando ser despedido de todas as maneiras - e considera sua vida entediante.  Porém, como ele logo narra no início do livro, eventos extraordinários começaram a acontecer, dividindo sua vida em Antes e Depois. 

Um evento trágico  marca o início destes acontecimentos extraordinários. Jacob presencia este evento,porém vê algo que mais ninguém vê.. a criatura que matou seu avô. 

Enquanto sua família e seu terapeuta tentam convencê-lo de que o que ele viu foi apenas produto do forte trauma que sofreu,Jacob segue recordando-se das últimas palavras de seu avô e das histórias que ele contava sobre a época da Segunda Guerra Mundial, quando foi acolhido em um orfanato cujas crianças possuíam características consideradas peculiares. O avô de Jacob guardava consigo várias fotos destas crianças e as mostrou ao neto em inúmeras ocasiões. 
Jacob tenta se convencer que todas as histórias de seu avô são apenas isso: histórias. Porém, a curiosidade vence e ele acaba viajando para o local indicado pelo seu avô, antes de morrer... E ele descobre que as histórias eram verdadeiras. Todas elas. 

A obra  descreve bem a diferença entre o mundo contemporâneo,onde impera o cinza, o nublado, a chuva, e o lar onde moram as crianças peculiares, refugiadas em um eterno dia ensolarado, já que a senhorita Peregrine na verdade era uma ymbryne, ou seja, alguém que consegue transformar-se em ave e que tem poder de manipular o tempo. Ela criou uma fenda temporal, e por isso todos os dias são 03 de setembro de 1940. As descrições dos ambientes, cores e personagens são ricas, permitindo ao leitor visualizar as cenas em sua mente. 

Como se não bastasse, o livro traz muitas fotografias instigadoras, em preto e branco, que foram emprestadas por colecionadores. Na realidade, foram as fotografias que inspiraram Ransom Riggs a escrever a história. 

Ao final do livro, há uma entrevista com o autor, explicando o processo de criação da história, como obteve as fotografias e outras considerações sobre a obra.

 
O livro virou o filme:O Lar das Crianças Peculiares, que foi lançado em 2016, dirigido por Tim Burton. 

Tanto o livro quanto o filme são muito bons, porém o livro é mais sombrio.
Há várias diferenças entre o livro e o filme, como a troca de poderes  e na idade de alguns personagens, inclusive de Emma, a personagem peculiar que vem a se apaixonar por Jacob. Além disso,como na maioria das adaptações para cinema, há fatos que ocorrem apenas no filme e outros cuja ordem são alterados.
Uma vantagem do filme é que os poderes de criança/adolescente habitante do lar da Srta Peregrine aparece, sem um ofuscar o outro (claro que Emma aparece mais, por motivos óbvios), ao passo que no livro alguns personagens não são tão explorados. 

Há troca também de algumas personagens que convivem com Jacob antes de ele encontrar o orfanato, como por exemplo a substituição do melhor (e único) amigo dele que o acompanhou quando foi à casa do avô pela sua chefe, Shelly e  do gênero do psiquatra  ( no livro é um doutor, e no filme uma doutora). 
A caracterização de Alma Peregrine (Eva Green) também chama a atenção no filme, e achei a personagem muito bem interpretada.
Os finais do livro e do filme diferem também, e bastante! Deve-se e considerar que estas diferenças implicam em mais alterações, se forem filmadas as sequências. Porém isto não impede de gostar da história do livro e do filme também (mesmo eu sendo aquela pessoa chata que sempre vai preferir o livro).

Não irei elencar todas as diferenças entre o livro e o filme, para não dar spoiler. 
Mas posso adiantar que o filme omite alguns detalhes mais obscuros, deixando a história e o final mais leves ( pelo menos em se tratando de Tim Burton)

O vídeo abaixo também elenca algumas diferenças entre o filme e o livro:






O livro é o primeiro de uma série ( diria trilogia e mais um):

1. O Lar da Srta Peregrine para Crianças Peculiares
2. Cidade dos Etéreos
3. Biblioteca de Almas 
4. Contos Peculiares. 

Recomendo tanto o livro quanto o filme, mas por conta das alterações na história, sem dúvidas fico com o livro  (sou a chata que sempre vai achar o livro melhor, ahahah). 


E você? Já leu o livro ou assistiu ao filme? 
Quer ler/assistir? 
Deixe sua opinião abaixo!













16 de ago. de 2017

Resenha: O Menino Maluquinho, de Ziraldo

Desafio Literário 2017 - Um livro pulicado no ano em que você nasceu 

Autor: Ziraldo Alves Pinto

Páginas: 112
Editora: Melhoramentos
Ano: 1980 ( primeira edição)





              O Menino Maluquinho é um dos livros mais conhecidos de Ziraldo, inclusive para muitas pessoas é o único. São poucas as pessoas que podem dizer nunca ter ouvido falar do menino com " olho maior que a barriga,fogo no rabo, vento nos pés, pernas enormes para abraçar o mundo  e macaquinhos no sótão". 



A espontaneidade da infância, as brincadeiras, traquinagens e aventuras com os amigos são relembradas com ternura ao se incorporarem a este personagem, um menino "maluquinho" que não tem medo de ser feliz. 
Uma das características apontadas no livro é o grande coração que ele possui.  Muito querido pelos colegas, um "companheirão" apesar de ser o menor dos meninos da sua turma de amigos. Tão admirado pela meninada quanto pelos adultos, pelo seu caráter, apesar de ser um pouco levado. Menino criativo, que fazia versos, criava canções e brincadeiras e deixava todos à sua volta exclamando como ele era maluquinho.  

O menino sabia aproveitar as alegrias que sua infância proporcionava: os amigos, a casa dos avós, jogos de futebol, as "dez namoradas"(rsrsrs) e os inevitáveis machucados que lhe rendiam o apelido de "múmia" na volta ás aulas. 

O que encanta neste livro é justamente retratar a vida de um menino vivendo uma vida relativamente comum, com problemas normais da infância. 
O livro retrata de forma delicada a vida deste menino, até mesmo ao tocar no assunto da separação dos pais, quando o maluquinho formula a "teoria dos lados" e conforma-se com algo que ele não teria como solucionar.

A inevitabilidade do tempo também aparece,vislumbrando como o menino ficou quando cresceu: mantendo o bom coração que tinha na infância, mostrando que na realidade o tempo todo fora uma criança feliz. 

O tempo todo o menino não é nomeado. Aliás, no livro que deu origem a toda uma série de livros, ( e quadrinhos, animações, produtos licenciados, enfim) o nome de nenhuma pessoa é mencionado, pois o "menino maluquinho" pode ser qualquer criança de qualquer cidade, de qualquer família. 

O personagem ficou tão famoso que depois do sucesso do primeiro livro, vieram outros, além de diversos gibis temáticos, séries de televisão e dois filmes. 

O livro recebeu o Prêmio Jabuti, um prêmio significativo para livros infantis. 



Onde posso encontrar? 

 Livro Físico: (alguns sites)

Livraria da Travessa

Livraria Cultura



Livro Online:
O Menino Maluquinho

(Não está completo, é uma versão mais resumida para divertir as crianças)

Filme (Youtube) 



Para saber mais: 

Wikipédia

Site Oficial do escritor Ziraldo

Site do Menino Maluquinho ( este especial para crianças, com piadas, tirinhas, frases e histórias)



E você, já leu O Menino Maluquinho? Escreva suas impressões sobre o livro para a gente!  
Gostaria de ler? Quando ler, volta aqui e conta como foi, vou adorar saber! 













27 de jun. de 2017

Resenha: Como Eu era Antes de Você, de Jojo Moyes


Capa da edição que tenho em casa
Desafio Literário 2017 - Um livro que foi best-seller em 2016
Como eu Era Antes de Você ( Me Before You)
Autora: Jojo Moyes - Tradução de Beatriz Horta
Editora: Intrínseca; 286 páginas
Ano: 2012 (Inglaterra) - 2016 (Brasil)


  
  Louisa Clark, ou simplesmente Lou, leva uma vida pacata e sem grandes pretensões. Tem vinte e seis anos,mora com os pais e ama seu trabalho como atendente em um café. Apesar de estar namorando há quase sete anos, não tem certeza se ama Patrick ou se está nesta relação por puro comodismo. 

Will Traynor era um empresário de sucesso, gostava de esportes radicais e sempre foi muito ativo, porém um acidente a caminho do trabalho tirou a vida agitada que ele tanto gostava. Agora que seu caso foi considerado irreversível, um propósito domina sua mente: dar um fim à sucessão de dias sem graça que sua vida se tornou. 


"E sabe o quê? Ninguém quer ouvir esse tipo de coisa. Ninguém quer ouvir você falar que está com medo, ou com dor, ou apavorado coma possibilidade de morrer por causa de alguma infecção aleatória e estúpida. Ninguém quer ouvir sobre como é saber que você nunca mais fará sexo, nunca mais comerá algo que você mesmo preparou, nunca vai segurar seu próprio filho nos braços. Ninguém quer saber que às vezes me sinto claustrofóbico estando nesta cadeira que tenho vontade de gritar feito louco só de pensar em passar mais um dia assim."

Lou perde o emprego, o que a desestabiliza muito, por ser ela a principal provedora de sua família. 
Os pais de Will precisam contratar uma nova pessoa para ser cuidadora de Will. Contra todas as probabilidades, já que Louisa não tem experiência neste ramo, ela candidata-se à vaga e é contratada. 
Assim, duas pessoas que não tem quase nada em comum se encontram e apesar dos conflitos iniciais, desenvolvem uma bela amizade, que muda o ponto de vista e as perspectivas de ambos.

A história ganha contornos românticos, porém outras questões são abordadas: a vida  e dificuldade de pessoas paraplégicas e tetraplégicas, problemas familiares, ética e religião, embora estas duas últimas não tenham sido construídas com tanta força no romance. (o gênero literário, deixe-se claro). 

Apesar de em alguns momentos o roteiro lembrar um daqueles romances de banca tipo Sabrina, Júlia, Bianca (ehehe, agora meio que revelei minha idade), o desfecho não é "água com açúcar", embora seja até previsível quando se está há poucos capítulos do final do livro. 


A narrativa é bem fluida e a história envolve. Li o livro inteiro em apenas dois dias,a curiosidade para saber o que acontecia no próximo capítulo era grande.  Cheguei a me emocionar com o final, mesmo havendo na obra alguns clichês e estereótipos (que não citarei para não correr o risco de haver spoilers involuntários). 

O livro tem uma sequência, Depois de Você. Ainda estou decidindo se leio ou não.  Também virou filme. Li algumas críticas e não sei se irei assistir ou se prefiro ficar apenas com a versão do livro em minha mente. 

E você, já leu este livro ou assistiu ao filme? O que achou? Deixe sua opinião nos comentários! 



17 de mai. de 2017

Resenha: Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

Desafio Literário 2017 - Um livro de Não-Ficção

Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada

Autora: Carolina Maria de Jesus
Editora: Ática, 176 páginas
Ano: 1960 (Primeira Edição)


“Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade. ”
Carolina Maria de Jesus 



Li este livro na adolescência e nunca mais esqueci. Escrito na década de 1950, o livro é na realidade um diário, que relata o  cotidiano de uma mulher pobre, negra, mãe  e  moradora da antiga favela do Canindé. A autora, em sua linguagem simples, dá um verdadeiro tapa na cara, um choque de realidade . Mostra-nos a cor da fome (amarela), os medos e angústias do ponto de vista dela, dentro daquela realidade de miséria, violência e fome,enquanto luta para criar e dar uma boa educação a seus três filhos, trabalhando a ponto de ficar doente.

Nascida em Minas Gerais no ano de 1914,apenas apenas 26 anos depois da abolição da escravatura,Carolina Maria de Jesus vivenciou, além da vida pobre no Canindé, o preconceito contra as pessoas de pele negra, além do desdém com que pessoas da vizinhança a tratavam pelo fato de ela expressar-se de forma mais articulada e tentar evitar maledicências e brigas. 

   "Quarto de Despejo" é a voz da favela, da vida dura, da realidade pesada, dos dias difíceis, da falta de recursos, dos dias difíceis. Também é a voz que mostra que apesar de tantos desafios diários, ainda há espaço para momentos de felicidade e a esperança de dias melhores. 
É a fala da mulher, negra, pobre, sofrendo preconceitos e tentando se posicionar contra a estrutura viciada que a sociedade estava criando, sem submeter-se ao papel que dela se esperava.  É a voz de uma pessoa real, passando por situações que apesar de terem sido registradas naquela época, ainda encontram eco nos dias atuais. 

   O livro é o relato cru do dia-a-dia de pessoas que assim como a autora estavam "despejados" da vida digna que deveriam ter. Carolina, mesmo escrevendo de forma autobiográfica, não tenta se mostrar uma pessoa perfeita, embora com certo orgulho admita sentir-se mais inteligente e com uma melhor visão que as pessoas que com ela convivem. Tinha o sonho de uma vida melhor e esforçava-se para alcançá-lo.

    Além de Quarto de Despejo, Carolina também publicou outras obras, como Casa de Alvenaria, Pedaços de Fome e Provérbios, publicados ainda em vida, deixando farto material que foi publicado postumamente, como O Diário de Bitita. Há quem diga que ainda existe material inédito entre os muitos cadernos nos quais que Carolina escreveu até a data de sua morte. 


   Infelizmente, o sonho de uma vida digna foi fugaz: depois do estrondoso sucesso de seu livro, e mesmo tendo publicado outros, o dinheiro obtido não foi o suficiente para manter um novo padrão de vida.. e Carolina faleceu em 1977, novamente moradora de uma favela.Porém sua obra, expoente da literatura marginal, nos deixa até hoje muito em que pensar e podemos dizer que é um legado precioso. 


Para saber mais:

Página sobre a escritora na Wikipédia

Texto sobre a escritora no site Mundo Negro

Onde adquirir:

Estante Virtual (usado, porém em bom estado)

Mercado Livre (vários vendedores)

Saraiva










28 de fev. de 2017

Resenha:Invisível, de Andrea Cremer e David Levithan

Continuando o Desafio Literário 2017, proposto pelo Momentum Saga! 


Desafio Literário 2017 - Um livro que comprei pela capa
Invisível
Autores: Andrea Cremer e David LevithanPáginas: 322Editora: Galera RecordAno: 2014

  A capa chamou-me a atenção, quando vi as marcas amarelas e, sem chegar muito perto pensei qual a causa de uma lacuna. Logo notei que havia uma "mancha" sim, porém sem cor. Invisível, como o título. A contracapa tem o efeito inverso, várias "manchas" invisíveis e apenas uma, amarela, destacada entre todas. Ler a citação que iniciou esta postagem fez com que eu decidisse "pagar para ver". Comprei o livro. ( na verdade, li as orelhas também para terminar de me decidir) 



    " A solidão vem da ideia de que você pode estar envolvido no mundo, mas não está. Ser invisível é ser solitário sem o potencial de outra coisa além de solitário. Por isso, depois de um tempo, você se retira do mundo. É como se estivesse num teatro, sozinho na plateia, e tudo mais estivesse acontecendo no palco".  (Texto na contracapa do livro). 


   





       Stephen é vítima de uma maldição cuja história não conhece. Não faz ideia de o por quê ter sido amaldiçoado e por quanto tempo esta maldição irá durar. Stephen é invisível. Não literalmente, e sim fisicamente. Desde que nasceu, não faz ideia de como é seu rosto. Invisível para os outros e para si próprio, Stephen passa os dias sozinho, recebendo as compras na porta do apartamento e pagando tudo o que necessita com um cartão de crédito, única lembrança de que tem um pai. Os pais se divorciaram há anos. A mãe, faleceu há um ano atrás, deixando Stephen completamente só em uma cidade, em um mundo que ignora sua existência. Quando sai de seu apartamento, precisa concentrar-se em seu corpo, pois quando se distrai as pessoas podem simplesmente atravessá-lo. Sua vida é uma constante luta para não esquecer que existe. 

    Elizabeth acabou de chegar à cidade e tudo o que quer é paz e uma certa invisibilidade. Sofreu muito com a rejeição dos antigos amigos à sexualidade de seu irmão e depois de uma violenta demonstração de intolerância que culminou com um longo período de internação dele, mudou-se com sua família. Decidida a começar uma nova vida, cogita mudar seu apelido, pedindo para ser chamada pelo seu segundo nome. Quer reescrever sua história e livrar-se da mágoa que ainda sente em relação ao acontecido. 

   Elizabeth, em seu primeiro dia no novo apartamento, entra no elevador e não compreende porque o novo vizinho não a ajuda quando ela derruba a sacola de compras no chão. O novo vizinho é Stephen que  ao ouvi-la pedindo ajuda de forma intempestiva, leva um choque: Ela o vê! Alguém finalmente o enxerga, sabe que ele existe e fala com ele! 

Logo Stephen descobre que a maldição não terminou assim, tão facilmente. Na realidade, Elizabeth é a única pessoa que o vê. Uma amizade se forma, rapidamente dando lugar a uma paixão adolescente... com um complicador a mais: a invisibilidade de Stephen. 

Com o passar dos dias, descobrem a origem da maldição e todo um mundo mágico em Nova York, dando início a uma busca por uma cura para Stephen, descobertas surpreendentes, poderes revelados e situações que colocarão à prova a força e a coragem deles. 


   Laurie, irmão de Elizabeth, merece um comentário à parte. Apesar de não ser retratado logo no início, ele é a pessoa que auxilia o casal a manter a cabeça fria nos momentos mais tensos, equilibrando-se com maestria entre o mundo normal com suas tarefas cotidianas e o mundo mágico com o qual começa a conviver tentando ajudar Elizabeth e Stephen. Laurie usa de serenidade e bom humor para dissipar os momentos de desespero e tensão, fazendo amizades facilmente  e propondo perguntas objetivas, como se todo o mundo de encantamentos e conjuros que enfrenta com a irmã e o namorado invisível dela fossem algo normal. Na realidade, Laurie parece "perfeito demais" na história toda. 

 O livro foi escrito por dois autores, revezando-se nos capítulos. 

 O final da história fica em aberto, dando a possibilidade de quem está lendo imaginar o que pode vir a seguir. Pode ser meio decepcionante para algumas pessoas. Ou não... 

E então, você já conhecia o livro? Ficou com vontade de conhecer? 

Deixe sua opinião aí nos comentários! 








  








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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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