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18 de nov. de 2019

Pipistrello, scarafaggio e a delícia de aprender outros idiomas

Comecei um curso de Italiano há alguns meses, mais pelo gosto em aprender línguas novas e por gostar de etimologia - não é a mesma coisa que entomologia, embora as duas sejam interessantes - do que pelo resultado prático que isso terá, não que o resultado deste curso não seja ótimo, afinal futuramente poderei ser professora de italiano. 

  Como sempre acontece quando aprendo - ou tento aprender - algum idioma, as comparações são inevitáveis. 

Aqui onde moro é comum falar um dialeto, conhecido como Talian, o qual tem várias palavras e expressões muito diferentes da língua italiana original. O que é perfeitamente normal, afinal a língua é algo vivo que se adapta e muda. (#marcosbagnofeelings)

Esses tempos atrás, ainda no início do curso, me deparei com a palavra pipistrello. 
Fofinha, né? 
Mas se refere a um animal não muito fofo, no caso, o morcego. 

Chamando em italiano, parece que estou desmoralizando o bicho. Afinal, pensem na sonoridade: 

Português - Morcego. Pronunciar a palavra dá até um medinho. MOR-CE-GO. 

Espanhol - Murciélago. Ainda se tem um pequeno temor respeitoso, a gente vai falando a palavra e sentindo o poder dela, "murciélago". 

Talian (nosso dialeto daqui) - Barbustello. Já deixa o bicho um pouco menos temido, aparenta uma coisa mais ridícula que criadora de medo. 

Aí vem o italiano - Pipistrello. Parece nome de coisinha fofinha, cuti-cuti. Ouço "pipistrello" e imagino um beija-flor, um bichinho dócil, algo que dá vontade de pegar no colo. Mas não, continua sendo um "morceeego", embora o nome dê menos medo.

Talvez em alemão volte a ser algo mais amedrontador, penso eu.. mas não, é igual ao inglês: bat. 

Bat não dá medo nenhum, parece uma onomatopeia.  Nem mesmo pensando no Batman consigo respeitar a palavra bat como respeito a palavra morcego.

Se bem que em romeno o nome também é fofinho: liliac. 
(Que, aliás, é também nome de uma banda formada por irmãos que fazem covers muito, muito bons mesmo, de bandas de rock). 

Sério, "liliac" tem uma sonoridade legal, faz a gente ter menos medo de morcegos e nos lembra que não são todas as espécies que são hematófagas.

Claro que o contrário também existe, palavras que em nosso idioma são "fofinhas", dão uma sonoridade bacana ao falar, expressam algo que entendemos e que quando transportadas para outro idioma soam estranhas aos nossos ouvidos, como "barata" que tem uma sonoridade de algo comum, banal, e que em espanhol vira "cucaracha" - fica parecendo outro animal, algo maior e mais perigoso. E em italiano, "scarafaggio", fica parecendo mais perigoso ainda. Se eu ouvir  alguém gritando por ter aparecido un scarafaggio, a possibilidade de sair correndo é maior que se eu ouvir "Ai, uma barata". Na segunda possibilidade nem me dou ao trabalho de correr, pego um chinelo, um mata-moscas ou o que tiver por perto e possa liquidar o bicho - sorry, tenho nojo e mato mesmo. 
 Ou o teclado, (substantivo masculino)que em italiano vira tastiera.(substantivo feminino) Apesar de estranhar a palavra no início, acho até que fica mais musical dizer que "suono la tastiera" do que "toco teclado". Sim, "tastiera" se refere tanto ao teclado de computador quanto o musical, antes que você ou mais alguém pergunte.

Aliás, pergunta, palavra cuja segunda sílaba parece vir de dentro da garganta, em italiano é "domanda". Gosto dessa palavra, tem uma sonoridade legal, não é uma coisa seca como "ask" e não tem a estranheza de "pregunta". 

Nem deu para perceber o quanto gosto de descobrir a origem das palavras e as diferenças entre os idiomas, né? E como a digressão, la digressione, the digress, enfim, faz parte do dia-a-dia, embora muitas vezes eu a isole dentro da minha caixa craniana para o bem da humanidade e nem tudo o que eu penso saio falando por aí ou transformo em texto. 

Desta vez não resisti, desculpem. (ou scusate, apologize me, lo siento), prometo que por enquanto, até outro delírio digressional ocupar minha mente e não se contentar em ficar lá dentro, este é o último parágrafo do texto. 

Eu menti! O último parágrafo é este. 



14 de out. de 2015

Linguajar educado

- Po##@,  Larga do meu pé! Faz duas horas que estou explicando como funciona a m@%$a desse sistema e você só fica fazendo pergunta boba, tá fodendo meu dia.

- Ei, com quem você está falando?

- Um f.d.p. que tá me aporrinhando há horas no telefone. Filho da mãe que  só enche o saco. 

-Ei, calma, cara. Você precisa melhorar um pouco mais seu vocabulário. Sério. 

- Tá, exagerei, mas essa semana tá osso, cara%&*. 

- Olha, pensa no seguinte: todos gostam de educação, bons modos.. Se quiser clientes polidos, use uma linguagem mais polida também. Respira fundo, use expressões mais cordiais.

- Ok, vou pensar no caso....  pronto, aqui o telefone tocando de novo. 

- Respira, cara, você tá estressado... atenda com um sorriso no rosto, ouça com atenção e tenta não usar palavrões, ok?

- ..... Ok. Estou respirando.... coloquei um sorriso... Agência de Treinamentos Sarrapatel, aqui é Caio, em que posso ajudar?

- Oi, eu queria saber se a pastelaria fica ali do lado mas não lembro o telefone, você pode olhar para mim?

- Bem, creio que o senhor tenha uma lista telefônica ou um navegador de internet em seu celular ou computador, não seria mais simples pesquisar?

- Ah, eu sei, mas é mais fácil e rápido ligar aí. 

- SENHOR, vá... 

- Ei, lembra... sem palavrões.. . 

- Ok. Senhor... eu passo grande parte do meu dia ocupado em inúmeros pequenos trabalhos que chegam a toda hora na minha mesa, o que me deixa com a sensação de estar sendo agredido fisicamente da pior forma possível, e devo concordar que para vossa senhoria é mais fácil telefonar para cá para ter acesso rápido a informação e assim logo conseguir seus preciosos pasteis, porém devo com todo o respeito pedir que vossa senhoria tenha a fineza de encaminhar-se de boa vontade a um volume preferencialmente grande de matéria fecal e ficar estacionado lá. Tenha uma boa tarde. 

- Mas....mas... o que foi isso, Caio? Não combinamos mais educação com os clientes?

- Pois bem, eu o mandei à  eme- e -erre- de -a  educadamente. É o melhor que posso fazer. Agora espero que nenhum outro indivíduo que nasceu do fruto da gestação de uma profissional do sexo resolva interromper meu trabalho novamente. 

- P... , Caio, você não tem jeito..

- P..., não. Volume de líquido seminal, por favor. Vamos manter o nível! 


10 de jun. de 2015

Escrita descompromissada ou mais um texto repetitivo sobre uma repentina vontade de escrever sobre escrever

Preciso escrever.

Não sei sobre o que, ou quem, mas preciso escrever.

Preciso ver as letras surgindo, preciso da sensação de estar criando algo, mas ainda não sei o que . 
Só sei que não consigo ficar parada e esperando a inspiração vir, vou escrever aleatoriamente até que ela apareça. 

Uma hora um assunto vai surgir, um fio condutor vai ser puxado. 
Se vai ser a reprodução das borboletas azuis do norte da Escandinávia, o estranho caso das barbas postas de molho ou como se faz um queijo suíço, ainda não decidi. 

Mas preciso escrever. 

Preciso sentir o tec-tec-tec dos meus dedos no teclado, nem que seja para alinhavar teorias da conspiração absurdas, como a razão pela qual os copos de requeijão com escudos de times de futebol e a morte do meu personagem preferido da minha série preferida estão interligados. 

Vejo ideias, assuntos, coisas, voando sobre minha cabeça e tento pegá-las com a mão, para acorrentá-las por um breve momento aqui, para dar um significado que talvez faça sentido, ou talvez tenha importância apenas para mim, mas preciso pegar estas ideias voejando e transformá-las em alguma coisa. 

Preciso fazer com que minha cabeça possa se esvaziar de algumas maluquices, para dar espaço a outras talvez piores. Preciso colocar a cabeça em ordem e dar lógica às ideias para que sejam no mínimo publicáveis. 

Quem sabe, limpando  a minha mente, consigo desenvolver alguma teoria que pode mudar o mundo?
Ou vou pelo menos lembrar, finalmente, onde deixei a minha carteira de identidade? 

Na pior das hipóteses, as ideias que saírem vão dar lugar a outras, muitas outras mais, o que vai acarretar uma superpopulação e eu cada vez vou dando menos conta de tirá-las, e a cabeça vai enchendo mais,e mais, e em poucos anos não haverá espaço para nada mais além das ideias. E com algum esforço vou lembrar meu nome, para pelo menos assinar os textos se continuar conseguindo escrever. 
 #menosdramaporfavor

Sigo rascunhando, tendo ideias no banho ou na rua e perdendo, tendo ataques de maluquice e falando o que der na telha às vezes,e quando consigo algo um pouco melhor, publico. Agradeçam por este filtro, senão teriam de aguentar textos bem piores.

(Gente, como muitas vezes nessa zona que é a internet é preciso avisar, este texto é uma brincadeira, tá? Estou perfeitamen...quer dizer,satisfatoriamente lúcida, gozando o melhor possível de minhas faculdades mentais. Consigo me alimentar sozinha e até tenho emprego, então relax! ) 





7 de abr. de 2015

AJA!



Acordou! 

Anteriormente arfante abjeto,
Agora apanhando ar.
Agora abrindo as asas
Agora aspira amar.


Antes, agonizante
Assustado ante algozes.
Até adormecer.


Agora,ativo
Arregimentando atitudes
Atrevendo-se à alegria.



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 Bom dia, boa tarde, boa noite! Tudo bem?  Chegando mais uma edição da nossa blogagem coletiva semanal!  Quem tem cantinho (ou até mesmo qua...

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