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10 de ago. de 2022

Dia de Chuva

 Hoje uma manhã de chuva e frio. Como muitas outras que já aconteceram e acontecem desde que o mundo é mundo. 

Estou aqui, aproveitando alguns dias de licença e observando da janela a manhã passar. Passarinhos cantando por perto, barulhinho da chuva,o friozinho... Me trazem tantas lembranças legais! 

Lembro da infância, quando nos dias de chuva gostava de ficar no quarto de costura ouvindo o barulhinho da máquina enquanto lia gibis ou brincava com minhas bonecas e bloquinhos de montar. 

Lembro do cheiro de "orelhas-de-gato" sendo preparadas, pois minha avó e tias aproveitavam dias assim para prepará-los. Depois de prontas, eram armazenadas em latas grandes que antes armazenavam margarina ou óleo. Nestas latas também armazenávamos "doce pintado" e muitas vezes banha, pois nossa família e vizinhos criavam porcos, vacas, galinhas.. em casa. 


Lata de margarina Primor, com capacidade para 16,4 Kg. Algo comum nos anos 1980.


Tive uma ótima infância de pés descalços na grama, nas poças de água, comendo fruta do pé, como muitas crianças que nasceram e cresceram no interior tiveram. Eu adoraria se pudesser ter uma criança crescendo da mesma maneira! 


Lembro que minha mãe costurou uma capa de chuva para eu poder ir à escola em dias assim. Lembro do fogão a lenha aceso, da comida feita na hora, das fatias de polenta colocadas na chapa. 

Em dias assim também era bom desenhar, ou ficar enrolada em um cobertor ouvindo rádio ou assistindo desenho animado na TV preto e branco. 

Desde criança, mesmo adorando brincar fora de casa, sempre gostei dos dias de chuva. Ficar contemplando a chuva cair, deixar a mente voar, ficar sentada perto do fogão a lenha! Ainda lembro do lugar no fogão a lenha em que gostava de sentar, cada um de nós tinha o seu canto. Em dias como os de hoje, nem sentávamos à mesa para almoçar: cada um pegava uma cadeira ou sentava no "caixão de lenha" perto do fogão e almoçávamos aí, no quentinho. 

Fogão a lenha em cor cinzenta construído, fixo na cozinha. Em cima da chapa vê-se um tacho de barro.
O fogão nesta imagem está apagado. 


Talvez por isso eu goste de dias assim: remetem ao aconchego de ficar dentro de casa, ao calorzinho do ambiente e das pessoas mais perto umas das outras. Sem falar que a gente tinha mais tempo para pensar, mesmo que fosse "em nada"... uma impressão que eu tinha. 

Em dias assim, as memórias de infância aparecem mais fortes. E agora, adulta, de novo um dia perfeito para pegar o cobertor, ficar olhando pela janela com uma xícara de café ao lado! 

(Um pequeno parênteses: a chuva aliou-se a ventos aqui em SC desde ontem, então há vários municípios sofrendo muito com deslizamentos e ventos fortes. Desejo a todos que possam passar por isso apenas com danos materiais). 


Até a próxima! 

6 comentários:

  1. Boa noite, querida amiga Mari!
    Lembro da tal lata, meu pai mexia com manteiga também.
    Eu usava capa e galocha para ir à escola também nos dias de chuva e lama...
    Vi a ventania pavorosa em SC, telhado voando, coisas grandes e pesadas sendo pistas ao chão.
    Dá medo o que está acontecendo ultimamente.
    A chuva pelo sul está apavorando pelos estragos.
    Ah! Retirei o post para pôr no ar no dia certo😍.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho fraterno

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  2. Que maravilhosa lembrança Mari você me fez viajar agora ao ir lendo suas lembranças saudosas. Nasci e cresci num interior mineiro com todas as tradições e assombrações de uma época. Cada figura aqui relatada faz parte de minha infância. Fui menino do mato com liberdade nos pés que falava com os bichos, que corria pelos campos, que assistia encantado as mulheres lavando roupas na beira do rio. Em dias de chuvas colocava meus barquinhos na chuva e muitas vezes colocava uma lata debaixo da goteira principal do telhado para ouvir aquela toada. Ainda sinto o gosto do mingau de fubá com queijo branco derretendo sobre ele e meu pai ensinando, que devia comer da beirada para dentro.
    Lindas lembranças suas que são minhas e eu viajo nestas lembranças de um tempo de feliz idade.
    E a chuva cai lentamente na minha mente.
    Abraços e que a semana lhe seja leve e alegre.

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  3. Mari,que coisa linda te ler e viajar nas lembranças tão legais! Adorei essa lata, igualzinha às da casa de minha avó, o fogão à lenha... Lindas recordações da infância! E que bom a chuva e o cia cinza te faz voar no tempo ao passado... ADOREI! beijos, tudo de bon,chica

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  4. Um texto que gostei de ler. Lembranças que temos e que nunca esquecemos.
    .
    Abraço poético de amizade
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  5. É tão bem recordar. A mim avivam-se mais as minhas memórias com certos cheiros e o som do vento. Lindas recordações que ainda hoje aquecem o nosso coração e alma.
    Beijinhos

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  6. Bom dia Mari,
    Ternas e lindas recordações de tempos passados que sempre ficam gravadas no nosso coração.
    Ainda hoje gosto de dias chuvosos, mas tenho saudades de cenários em casa dos meus avós muito semelhantes aos que descreveu.
    Beijinhos e um ótimo fim de semana.
    Ailime

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