
esquadrinho meu rosto
Às vezes não me reconheço:
- Esta ruga estava aqui ontem?
- Este olhar cansado é mesmo meu?
- Onde fui parar dentro do meu rosto?
Espinhas, imperfeições, o rímel já borrando.
Um rosto estranho na noite.
Alguém que não sou eu me fitando em um vidro.
Preciso lavar o rosto, lavar os olhos, purificar a mente
Para ver de novo o semblante sereno e sorridente
Que já conheço tão bem.
Preciso esfregar com força
Para me livrar das olheiras,
do cansaço,
do sarcasmo
da poluição que engulo e que se infiltra todos os dias.
A água corre, fico olhando-a descer no ralo,
sinto-a na minha pele, como se todos meus poros a bebessem.
Renovo o olhar.
Agora em frente ao espelho,
Sou novamente eu,
Limpa,
Sorridente,
Fazendo caretas,
Coloco uma máscara adequada
E volto ao tédio da sala
Onde reunidas estão outras pessoas, também perdendo seus rostos.
E quem nunca passou por uma situação semelhante a essa, Mari???
ResponderExcluirSeria bom demais, poder se livrar das impurezas cotidianas, apenas lavando o rosto ou tomando um banho.
Entretanto, é preciso muito mais que isso...
Bjs.:
Sil
Bom dia Mari, que texto reflexivo e muito bem escrito!
ResponderExcluirEra simples assim, se tudo passasse pelo retoque da maquilhagem!
Um beijinho.
Ailime
Oi, Mari!
ResponderExcluirEsse poema mexeu comigo...
Já que não posso assinar ;-), levei pro E-Library!
Abração
Jan
Nossa, Jan, que honra!
ExcluirAbraços.
Belíssima reflexão poética expressando tuas dúvidas e questionamentos... Gostei muito!
ResponderExcluirTenhas um ótimo fim de semana.