VICTOR
Os dias passam rápido, nem os noto. Pois minha vida acontece mesmo à noite.
Durante o dia, fico um bom tempo sentado na praça, ou em escadarias, olhando sem ver as pessoas que passam. O ritmo frenético se desenrola, e eu enrolo o baseado.
As pessoas passando pelas ruas não existem para mim, tampouco eu existo para elas. Gosto de ser invisível, quero ser invisível. E espero a noite chegar. É assim há muito tempo, desde aquela manhã de setembro.
Desde aquela época eu era o ser da noite. O céu escurecia e finalmente era minha hora. Hora de existir, de me sentir vivo. Danceterias, bares, boates, raves, luzes multicoloridas pouco eficientes em varar a escuridão.
Sentir a música entrando no meu corpo, ditando meus movimentos...me entregava completamente às sensações. Eu era, e ainda sou o movimento.Outras pessoas perto de mim,uma comunhão de sentidos, realçadas pelos drinks noite afora. Ah, e o ecstasy.
Mesmo acordando com um gosto amargo na boca e o corpo moído, minhas incursões pela noite valeram, e de certa forma, ainda valem a pena.
Mais um dia começava eu eu tornava a me enclausurar na indiferença. Alguns bicos garantiam a grana para poder viver a noite.
Não precisava de mais nada para ser feliz.
Hoje em dia,já nem sei se sou realmente feliz, porém não quero mudar minha vida por enquanto. Noto que minha rotina começa a ficar sem gosto, sem emoção. Aquela manhã de setembro mudou alguma coisa em minha vida, no que eu penso, mesmo que externamente nada tenha mudado.
Hoje em dia,já nem sei se sou realmente feliz, porém não quero mudar minha vida por enquanto. Noto que minha rotina começa a ficar sem gosto, sem emoção. Aquela manhã de setembro mudou alguma coisa em minha vida, no que eu penso, mesmo que externamente nada tenha mudado.
(continua...)
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